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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

 

Sistema transforma resíduos de alimentos em biogás

Tecnologia da Embrapa e Universidade Federal do Ceará gera biogás a partir de resíduos das Ceasas, reduzindo custos e impactos ambientais

 

Itaipu inicia montagem da usina solar flutuante no reservatório

Primeiros paineis já foram instalados e a usina deve começar a gerar energia limpa e renovável ainda em 2025

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

 

Tinta inovadora ajuda a resfriar casas naturalmente

Tinta com tecnologia desenvolvida em Cingapura imita a transpiração humana para reduzir o calor sem uso de energia elétrica


Foto: Divulgação | Universidade Tecnológica de Nanyang

Cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang desenvolveram uma tinta inovadora à base de cimento que simula o mecanismo natural de resfriamento da pele humana: a transpiração. Ao contrário das tintas comerciais de resfriamento, que costumam repelir a água para proteger as estruturas, essa nova formulação armazena água em uma estrutura porosa e a libera lentamente, promovendo a evaporação e dissipando calor.

Segundo o cientista de materiais Li Hong, a base da inovação está no resfriamento passivo” — ou seja, o sistema opera sem depender de energia elétrica ou mecanismos externos. Enquanto outras tintas utilizam principalmente o resfriamento radiativo, refletindo a luz solar e emitindo calor de volta para o céu, essa estratégia se torna ineficaz em regiões úmidas, onde a alta umidade impede a dissipação eficiente do calor.

cingapura
Cingapura. Foto: Pixabay

Tecnologia de três frentes

A solução? Criatividade científica. A nova tinta combina três mecanismos de resfriamento passivo: evaporação, radiação e reflexão solar. Ela reflete entre 88% e 92% da luz solar, mesmo quando molhada, e emite até 95% do calor que absorve. Para otimizar a performance, os pesquisadores adicionaram nanopartículas para aumentar a resistência, além de polímeros e sal, que ajudam a manter a umidade e prevenir rachaduras.

Após dois anos de testes em três mini casas em Cingapura, os resultados foram claros. Uma das casas foi pintada com tinta branca comum, outra com uma tinta refrescante convencional e a terceira com a fórmula experimental. Enquanto as duas primeiras desbotaram para o amarelo sob o sol tropical, a nova tinta se manteve intacta. “Nossa tinta ainda estava branca”, destacou o coautor Jipeng Fei. E essa brancura é fundamental, pois garante eficiência contínua no resfriamento.

Eficiência energética e adaptação climática

Os testes também mostraram que a nova tinta pode reduzir entre 30% e 40% o uso de ar-condicionado nas casas onde foi aplicada. “Cerca de 60% da energia usada em edifícios vai para o resfriamento dos ambientes”, observa o coautor See Wee Koh. Com uso em larga escala, a inovação poderia diminuir significativamente a demanda por eletricidade, tornando os espaços internos mais confortáveis com menor dependência de sistemas de climatização intensivos em energia.

As aplicações vão além do uso doméstico. Diversas cidades ao redor do mundo enfrentam o chamado efeito de ilha de calor urbana, onde grandes concentrações de concreto absorvem e retêm calor. O uso de ar-condicionado, apesar de eficaz em ambientes internos, agrava o problema ao liberar ar quente nas ruas e bairros. Já essa nova tinta atua de maneira diferente, emitindo calor na forma de radiação infravermelha invisível, que se dissipa na atmosfera sem aquecer o entorno imediato.

“Cingapura sofre com uma ilha de calor urbana muito severa”, afirma Koh, mencionando também regiões como o Oriente Médio que enfrentam desafios semelhantes. Diante do avanço das mudanças climáticas e das temperaturas cada vez mais extremas, tecnologias como essa oferecem soluções passivas e sustentáveis para manter os ambientes mais frescos e o planeta mais habitável.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

 

Casa sustentável gera energia, reaproveita água e produz alimentos

Além de ser sustentável, o projeto pretende questionar os custos das moradias nas grandes cidades.

 

Telhados verdes servem como barreira para capturar microplásticos

O cultivo de plantas em telhados pode ser uma forma eficaz de remover microplásticos do ar que caem com a chuva, revela pesquisa



 

Complexo solar no Ceará tem capacidade para abastecer 200 mil residências

Inauguração do empreendimento gera mais 1.000 empregos diretos e indiretos na região do Vale do Jaguaribe

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Pode um planeta pode ter sua própria mente?

Redação do Site Inovação Tecnológica


Pode um planeta pode ter consciência?
Experimento mental junta teoria científica e questões mais amplas sobre como a vida altera um planeta, para postular quatro estágios para descrever o passado e possível futuro da Terra.
[Imagem: Michael Osadciw/Universidade de Rochester]

Gaia consciente

Está na hora de dar um upgrade na hipótese Gaia, indo um passo além e arguindo consciência para um planeta repleto de vida.

Esta é a ideia apresentada agora por Adam Frank (Universidade de Rochester), David Grinspoon e Sara Walker (Universidade do Estado do Arizona).

A hipótese Gaia, de autoria do professor James Lovelock, vem sendo a referência fundamental para explicar como a vida persistiu na Terra apesar do dinamismo do planeta. Ela propõe que a biosfera interage fortemente com os sistemas geológicos não-vivos de ar, água e terra para manter o estado habitável da Terra.

Considere, por exemplo, as plantas: As plantas "inventaram" uma maneira de fazer fotossíntese para aumentar sua própria sobrevivência, mas, ao fazê-lo, elas liberaram oxigênio, que mudou tudo no nosso planeta. Este é apenas um exemplo de formas de vida individuais realizando suas próprias tarefas, mas tendo coletivamente um impacto em escala planetária.

Mas o que o trio está propondo agora vai além: Se a atividade coletiva da vida - conhecida como biosfera - pode mudar o mundo, será que a atividade coletiva da cognição e a ação baseada nessa cognição também podem mudar um planeta? Uma vez que a biosfera evoluiu, a Terra ganhou vida própria; se um planeta com vida tem vida própria, ele também pode ter mente própria?

E não é apenas especulação: Naquilo que eles chamam "experimento de pensamento", os pesquisadores combinam a compreensão científica atual sobre a Terra com questões mais amplas sobre como a vida altera um planeta.

Eles usam o que chamam de "inteligência planetária" - a ideia de uma atividade cognitiva operando em escala planetária - para levantar novas ideias sobre as maneiras pelas quais os humanos podem lidar com questões globais, como as mudanças climáticas.

Pode um planeta pode ter consciência?
Cada camada dos sistemas planetários acoplados constitui sua própria rede de interações químicas e físicas.
[Imagem: Adam Frank et al. - 10.1017/S147355042100029X]

Homem a serviço do planeta

O trio começa fundamentando seu experimento mental citando os estudos recentes de biologia que demonstraram como as raízes das árvores em uma floresta se conectam através de redes subterrâneas de fungos, conhecidas como redes micorrízicas.

Se uma parte da floresta precisa de nutrientes, as outras partes enviam às porções estressadas os nutrientes de que precisam para sobreviver, através da rede micorrízica. Dessa forma, a floresta mantém sua própria viabilidade.

Mas tem também o homem.

No momento, nossa civilização é o que os pesquisadores chamam de "tecnosfera imatura", um conglomerado de sistemas e tecnologias produzidas por humanos que afeta diretamente o planeta, mas não é autossustentável.

Por exemplo, a maior parte do nosso uso de energia envolve o consumo de combustíveis fósseis, que degradam os oceanos e a atmosfera da Terra. A tecnologia e a energia que consumimos para sobreviver estão afetando o planeta, o que, por sua vez, pode ameaçar nossa espécie.

Seria razoável então que, para sobreviver como espécie, precisamos trabalhar coletivamente no melhor interesse do planeta. "Mas ainda não temos a capacidade de responder comunitariamente pelos melhores interesses do planeta. Há inteligência na Terra, mas não há inteligência planetária," disse Frank.

A esperança está no "ainda" expresso por Frank: Pode ser que estejamos em um processo evolutivo, e apenas "ainda" não tenhamos chegado lá. E, agora que sabemos que a evolução biológica não é aleatória como os cientistas pensavam, e dada a capacidade do homem de tomar ações pensadas, talvez possamos acelerar isto.

Pode um planeta pode ter consciência?
Quatro domínios possíveis da inteligência planetária.
[Imagem: Adam Frank et al. - 10.1017/S147355042100029X]


Rumo à inteligência planetária

Os pesquisadores postulam quatro estágios do passado e possível futuro da Terra para ilustrar como a inteligência planetária pode desempenhar um papel no futuro de longo prazo da humanidade. Eles também mostram como esses estágios de evolução impulsionados pela inteligência planetária podem ser uma característica de qualquer planeta da galáxia que evolua a vida e uma civilização tecnológica sustentável.

  • Estágio 1 - Biosfera imatura: Característica da Terra muito primitiva, bilhões de anos atrás e antes de uma espécie tecnológica, quando os micróbios estavam presentes, mas a vegetação ainda não havia surgido. Havia poucas realimentações globais porque a vida não podia exercer forças sobre a atmosfera, hidrosfera e outros sistemas planetários.
  • Estágio 2 - Biosfera madura: Característica da Terra também antes de uma espécie tecnológica, de cerca de 2,5 bilhões a 540 milhões de anos atrás. Continentes estáveis se formaram, a vegetação e a fotossíntese se desenvolveram, o oxigênio se acumulou na atmosfera e a camada de ozônio emergiu. A biosfera exerceu uma forte influência sobre a Terra, talvez ajudando a manter a habitabilidade da Terra.
  • Estágio 3 - Tecnosfera imatura: Característica da Terra atual, com sistemas interligados de comunicação, transporte, tecnologia, eletricidade e computadores. Contudo, a tecnosfera ainda é imatura, porque não está integrada a outros sistemas da Terra, como a atmosfera. Em vez disso, ele extrai matéria e energia dos sistemas da Terra de maneiras que levarão o todo a um novo estado que provavelmente não inclui a própria tecnosfera. Nossa tecnosfera atual está, a longo prazo, trabalhando contra si mesma.
  • Estágio 4 - Tecnosfera madura: Onde a Terra deve almejar estar no futuro, com sistemas tecnológicos implementados que beneficiam todo o planeta, incluindo a coleta global de energia em formas como a solar, que não prejudicam a biosfera. A tecnosfera madura é aquela que co-evoluiu com a biosfera para uma forma que permite que a tecnosfera e a biosfera prosperem.

"Os planetas evoluem através de estágios imaturos e maduros, e a inteligência planetária é indicativa de quando você chega a um planeta maduro," disse Frank. "A questão de um milhão de dólares é descobrir como é a inteligência planetária e o que ela significa para nós na prática, porque ainda não sabemos como avançar para uma tecnosfera madura."

Pode um planeta pode ter consciência?
Representação esquemática da evolução de sistemas planetários acoplados em termos de graus de inteligência planetária.
[Imagem: Adam Frank et al. - 10.1017/S147355042100029X]

Complexidade da inteligência planetária

Embora ainda não saibamos especificamente como a inteligência planetária pode se manifestar, os pesquisadores observam que uma tecnosfera madura envolve a integração de sistemas tecnológicos com a Terra por meio de uma rede de ciclos de realimentação que compõem um sistema complexo.

Um sistema complexo é qualquer coisa construída a partir de partes menores que interagem entre si de tal forma que o comportamento geral do sistema é inteiramente dependente da interação. Ou seja, o todo é mais do que a soma de suas partes. Exemplos de sistemas complexos incluem florestas, a internet, os mercados financeiros e o cérebro humano.

Por sua própria natureza, um sistema complexo tem propriedades inteiramente novas, que emergem quando peças individuais estão interagindo. É difícil discernir a personalidade de um ser humano, por exemplo, examinando apenas os neurônios em seu cérebro.

Isso significa que é difícil prever exatamente quais propriedades podem emergir quando indivíduos formam uma inteligência planetária. No entanto, um sistema complexo, como uma inteligência planetária, terá, segundo os pesquisadores, duas características definidoras: Ela terá um comportamento emergente e precisará ser autossustentável.

"A biosfera descobriu como hospedar a vida por si mesma bilhões de anos atrás criando sistemas para movimentar nitrogênio e transportar carbono," disse Frank. "Agora temos que descobrir como ter o mesmo tipo de características de automanutenção com a tecnosfera."