Powered By Blogger

quinta-feira, 30 de março de 2017

Mapa mostra campo magnético da Terra em 3D

Com informações da ESA




Desvendando o campo magnético da Terra
Nosso escudo protetor é bastante variável ao longo da superfície da Terra. [Imagem: ESA/DTU Space/DLR]
Mapa magnético da Terra
Observações da constelação de satélites Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA), estão permitindo construir o primeiro mapa detalhado de uma porção pouco conhecida do campo magnético da Terra - a exemplo do mapa gravitacional da Terra, feito pela sonda Goce.
E os dados mostram que nosso escudo protetor contra a radiação do espaço e as partículas do vento solar não é nada homogêneo.
Embora ainda haja muitas dúvidas sobre como o campo magnético da Terra se forma, os cientistas acreditam que a maior parte dele é gerada a profundidades superiores a 3.000 km pelo movimento de ferro fundido no núcleo externo.
Os 6% restantes são, em parte, devido às correntes elétricas no espaço que circunda a Terra e, por outro lado, devido às rochas magnetizadas na litosfera superior - a parte externa rígida da Terra, consistindo na crosta e no manto superior.
Campo magnético litosférico
Embora este campo magnético litosférico seja muito fraco e, portanto, difícil de detectar a partir do espaço, os instrumentos do trio de satélites Swarm mostraram-se capazes de mapear seus sinais magnéticos. Após três anos de coleta de dados, foi agora publicado o mapa de maior resolução feito até hoje desse campo.
"Ao combinar as medições do Swarm com os dados históricos do satélite alemão CHAMP e utilizando uma nova técnica de modelagem, foi possível extrair os minúsculos sinais magnéticos de magnetização da crosta," explicou Nils Olsen, da Universidade Técnica da Dinamarca.
O novo mapa mostra variações detalhadas no campo magnético litosférico, variações estas produzidas por estruturas geológicas na crosta terrestre.
Uma destas anomalias ocorre na República Centro-Africana, centrada em torno da cidade de Bangui, onde o campo magnético é significativamente mais nítido e mais forte. A causa dessa anomalia ainda é desconhecida, mas alguns cientistas especulam que ela pode ser o resultado do impacto de um meteorito, há mais de 540 milhões de anos.
Desvendando o campo magnético da Terra
Uma das anomalias no campo magnético litosférico foi detectada na região da República Centro-Africana. [Imagem: ESA/DTU Space/DLR]
Registro magnético na crosta
O campo magnético terrestre não é estável, ele encontra-se em um estado de fluxo permanente - sabe-se, por exemplo, que o campo magnético está em processo de enfraquecimento. O norte magnético também não é fixo, ele "vagueia", e a cada poucas centenas de milhares de anos a polaridade gira de modo que as bússolas passam a apontar para o sul em vez de apontar para o norte.
Quando uma nova crosta é gerada através da atividade vulcânica, principalmente ao longo do fundo do oceano, os minerais ricos em ferro no magma que se solidifica são orientados para o norte magnético, capturando assim uma "foto" do campo magnético no estado em que se encontrava quando as rochas esfriaram.
Como os polos magnéticos se invertem ao longo do tempo, os minerais solidificados formam "riscas" no fundo do mar, o que permite ler os registros da história magnética da Terra.
Desvendando o campo magnético da Terra
Os três satélites da missão Swarm voam em formação, mapeando todos os detalhes do magnetismo terrestre. [Imagem: ESA/AOES Medialab]
O mapa elaborado agora fornece uma visão global sem precedentes dessas faixas magnéticas associadas à tectônica de placas - intimamente ligada ao vulcanismo - refletidas nas cristas oceânicas.

"Estas riscas magnéticas são evidências das reversões dos polos e analisar as impressões magnéticas do fundo do oceano permite a reconstrução de mudanças antigas no núcleo. Também ajudam a investigar os movimentos da placa tectônica," reafirmou Dhananjay Ravat, da Universidade de Kentucky, nos EUA. "O novo mapa define as características do campo magnético até cerca de 250 km e ajudará a investigar a geologia e as temperaturas na litosfera da Terra."

Maior perigo da queda de asteroide não vem do impacto

Com informações da New Scientist 




Maior perigo da queda de asteroide não vem do impacto
A melhor arma que temos contra um impacto desses ainda parece ser explodir o asteroide usando uma bomba nuclear.[Imagem: Tomsk State University]
Choque cósmico
A maioria das vítimas do impacto de um asteroide que eventualmente atinja a Terra não virá do próprio impacto.
O vento, a pressão e o calor causados pelo acidente são muito mais perigosos, não importando onde o asteroide caia.
A equipe do professor Clemens Rumpf, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, colocou a mão na massa para calcular o risco de mortalidade caso um asteroide atingisse uma área urbana.
Eles consideraram asteroides que se queimam completamente na atmosfera, aqueles que atingem o chão e aqueles que atingem a água.
Surpreendentemente, os efeitos produzidos no ar são os que mais custariam vidas.
Pior que tsunami
Conforme um asteroide mergulha rumo ao solo, ele deposita uma enorme quantidade de energia na atmosfera, resultando em uma onda de choque muito forte, ventos com a força de tornados e uma pluma de fogo. Se ele chegar ao chão, formará uma cratera, sacudindo o solo em torno do impacto e lançando detritos para o ar.
Se o asteroide atingir a água - o que é duas vezes mais provável do que atingir a terra -, ele criaria um tsunami, com ondas que chegariam a dezenas de metros de altura. Quanto mais longe da costa for o impacto, mais profunda será a água e, portanto, mais altas as ondas.
Vários estudos anteriores concluíram que os tsunamis representavam os maiores riscos de um impacto de asteroide. Contudo, em comparação com o impacto em uma zona urbana, que é o foco da presente análise, o custo em vidas de um tsunami seria pequeno, de acordo com a equipe.
Por exemplo, um tsunami causado pelo impacto de um asteroide de 200 metros de largura a 130 quilômetros da costa do Rio de Janeiro poderia causar mais de 50 mil mortes, sendo 75% diretamente causadas pelo tsunami e o restante devido aos ventos fortes.
Mas um asteroide que caia sobre uma cidade mataria milhões de pessoas. E a maioria dessas mortes seriam causadas pelo vento, mesmo que o asteroide caia no chão, em vez de explodir no ar.
Maior perigo da queda de asteroide não vem do impacto
Mapa dos impactos de asteroides na Terra: eles são raros, mas bem distribuídos. [Imagem: Planetary Science]
Catástrofe improvável
No caso da explosão no ar - como a que ocorreu recentemente com um pequeno asteroide sobre a cidade russa de Chelyabinsk - cerca de 15% das vítimas seriam mortas pelo calor.
Em um impacto direto, os efeitos das rajadas de vento e do aumento da temperatura se juntariam com as ondas de pressão, que podem romper órgãos internos, fazendo 97% das vítimas. Apenas cerca de 3% das vítimas seriam atingidas pelo impacto direto ou pelos terremotos e detritos que resultariam do impacto, diz a equipe.
Felizmente, grandes asteroides não atingem a Terra com frequência: um impacto por um asteroide de 200 metros é esperado apenas uma vez a cada 40.000 anos. E um asteroide pode cair em qualquer lugar, e a maior parte da superfície do planeta está desabitada.
Assim, a chance da queda de um grande asteroide sobre uma cidade - para permitir verificar o nível de acerto das previsões da equipe - é muito pequena.

Bibliografia:

Population Vulnerability Models for Asteroid Impact Risk Assessment
Clemens M. Rumpf, Hugh G. Lewis, Peter M. Atkinson
arXiv
https://arxiv.org/abs/1702.05798

Mulher canadense construiu a sua casa dos sonhos usando container

Pelo site Engenharia é






Acanadense  Claudie Dubreuil de Mirabel entrou em contato com uma empresa de engenharia e conseguiu quatro containers metálicos. E em duas semanas de trabalho, eles estavam cobertos de madeira e se transformaram em uma bela casa.
O resultado ficou incrível! A casa tem janelas panorâmicas que proporcionam uma boa iluminação natural para o seu interior. Além disso, ela realmente se superou na decoração e equipou a casa com tudo o que é essencial: quarto, banheiro, sala, cozinha e até mesmo um escritório!


container1

container3

container5

container7

container8

container9

container10

container11

container13


container14

container15

container31

Você sabia que fisicamente é impossível encostar em algo ou alguém?

Pelo site Engenharia é







Toda matéria conhecida do universo é composta por átomos, que por sua vez são formados por partículas ainda menores chamadas prótons, elétrons e nêutrons (estes ainda formados por quarks). Você sabia?
Entretanto, 99,9% do interior do átomo é um espaço vazio. Para você ter ideia de quanto espaço vazio há dentro de um único átomo, vamos imaginar que seu núcleo é do tamanho da cabeça de um alfinete. Então, o átomo em si seria do tamanho do estádio do Maracanã. Realmente há muito espaço “vago” dentro de cada átomo. Compreende?
Isso pode fazer você se perguntar: mas se há tanto espaço vazio dentro de um átomo, como é que eles não se cruzam ou se atravessam? Isto é, como nós podemos tocar em objetos ou em outras pessoas se nossos átomos são enormes vazios com um minúsculo núcleo?
A resposta é simples: nunca, em hipótese alguma, encostamos realmente em outras coisas ou pessoas. Quando nos aproximamos muito de um corpo, temos a sensação de o estar tocando. Mas lá dentro o que realmente acontece é a chamada repulsão elétrica. Resumidamente, trata-se de um fenômeno onde duas partículas de cargas elétricas iguais se repelem. Isso significa que chegamos muito perto de outros corpos, mas nunca realmente o tocamos.
Assim, conforme aumentamos a força de nossa mão (ou qualquer parte do corpo) contra outra superfície, maior é a força de repulsão que impede que ambos os corpos se atravessem. Em outras palavras, sempre haverá um espaço invisível aos olhos humano entre dois corpos que estão aparentemente juntos.
Claro que a repulsão elétrica não é uma força infalível. Quanto são submetidos a altas temperaturas, os átomos de hidrogênio, por exemplo, ganham uma força suficiente para vencer a repulsão. Sempre que isso acontece, temos a fusão nuclear, fenômeno que permite que as estrelas brilhem e liberem energia através do universo.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Inverno no Ártico e Verão na Antártida batem novos recordes

Pelo site Ciclovivo

Houve alteração recorde da calota de gelo marinha para ambos os hemisférios.
Inverno no Ártico e Verão na Antártida batem novos recordes
Apesar de opostos, estes dois pólos comungaram de um mesmo fenómeno: níveis de gelo baixos.


A chegada do Outono no hemisfério Sul e da Primavera no hemisfério Norte é também a época em que é possível avaliar a extensão máxima da calota de gelo alcançada durante o inverno no Ártico e o encolhimento ocorrido na Antártida durante o verão. Apesar de opostos, estes dois pólos comungaram de um mesmo fenómeno: níveis de gelo baixos.
Na última quarta-feira (22), o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo (NSIDC, na sigla em inglês) anunciou uma alteração sazonal recorde da calota de gelo marinha para ambos os hemisférios. A extensão do gelo marinho do Ártico atingiu seu máximo no inverno em 7 de março, com 14,42 milhões de quilômetros quadrados. A extensão do gelo do mar da Antártida atingiu seu mínimo de verão em 3 de março, com 2,11 milhões de quilômetros quadrados. Em ambos os hemisférios, as extensões foram as mais baixas para a temporada em38 anos de registros de satélite.

A extensão do gelo do mar do Ártico a partir de março de 2017 superou os recordes anteriores de retração no inverno: a de 2015, de 14.517 milhões de quilômetros quadrados, e a 2016, de 14.52 milhões de quilômetros quadrados.
Estes recordes de retração na calota de gelo marinha continuaram uma trajetória que se tornou aparente no final de 2016, quando ambos os hemisférios experimentaram baixas extensões bem fora do intervalo de variabilidade esperado. Mas as baixas extensões nos hemisférios norte e sul não significavam necessariamente a mesma coisa.




As extensões de gelo do mar do Ártico têm seguido uma trajetória descendente constante desde o início do século XXI, ao mesmo tempo em que as temperaturas globais atingiram novos recordes. Além de estabelecer vários recordes de extensões mínimas no verão, o gelo do mar do Ártico começou a exibir um padrão de baixa recuperação no inverno, começando por volta de 2004.
Na Antártida, porém, a situação é diferente, e não houve uma tendência clara. Dois anos e meio antes de atingir um nível recorde, o gelo do mar da Antártida estabeleceu uma extensão recorde. O principal cientista do NSIDC, Ted Scambos, suspeita que o gelo marinho antártico pode ser menos afetado pela tendência climática global e estar mais estreitamente ligado a mudanças climáticas regionais de curto prazo no Oceano Antártico.
A combinação de baixas extensões nos hemisférios do Norte e do Sul em março de 2017 colocou o gelo do mar global na sua menor extensão ou no seu nível mais baixo no registro de satélite para esta época do ano.

Árvores conseguem absorver mais da metade da poluição do ar

Pelo site Ciclovivo


Suas folhas conseguem absorver grande parte do material particulado presente na atmosfera.


Árvores conseguem absorver mais da metade da poluição do ar
Os resultados mostraram que as árvores reduziram entre 52% e até 65% da concentração de material particulado.



Pesquisadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, realizaram experiências para comprovar a eficiência das árvores em retirar a poluição do ar, e constataram que as folhas conseguem absorver mais da metade do material particulado presente na atmosfera, principal responsável pela poluição do ar nos grandes centros urbanos.
O experimento foi realizado numa movimentada avenida de Lancaster, sem árvores e nem canteiros verdes. Durante cinco dias, a equipe rastreou os níveis de poeira e material particulado que se acumulavam nas residências e estabelecimentos do local, e a quantidade coletada foi analisada posteriormente. Também foram utilizados lenços umedecidos para retirar a poeira de telas LED e outros equipamentos do interior das residências.
Depois do primeiro período de testes, os pesquisadores colocaram árvores e plantas na fachada de algumas das construções, formando uma barreira, que ficou no local por 13 dias. Logo após este segundo experimento, os resultados mostraram que as árvores reduziram entre 52% e até 65% da concentração de material particulado na frente das residências e estabelecimentos.
Coordenado pela pesquisadora Barbara A. Maher, o estudo contou com uma série de exames realizados com um microscópio eletrônico, o qual confirmou que as folhas retiveram, em suas estruturas, boa parte das partículas de poluição, emitidas pela queima de combustíveis e pelo desgaste dos freios no trânsito.
Não é novidade que as árvores exercem papel fundamental na captura de poluição da atmosfera, mas a pesquisa trouxe animadores resultados, já que comprovou que os vegetais também podem eliminar os metais presentes no ar contaminado – como o chumbo e o ferro.
Além disso, a comprovada captura das partículas de poluição eleva o padrão de saúde da população da zona urbana, uma vez que, quanto menor a concentração de material particulado na atmosfera, também diminuem-se os riscos de doenças cardiorrespiratórias, do estresse e da ansiedade.

Adesivo para tratamento de Alzheimer começa a ser distribuído pelo SUS de graça

Pelo site Engenharia é





Pra quem não sabe, a doença de Alzheimer é uma enfermidade que não tem cura e que se agrava ao longo do tempo, mas, graças a ciência e tecnologia ela pode e deve ser tratada.
A maioria de suas vítimas são pessoas idosas. Talvez por isso, Alzheimer tenha ficado erroneamente conhecida como “esclerose” ou “caduquice”.
A doença se apresenta como demência ou ainda perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), na qual é causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre seus sintomas, garantindo assim melhor qualidade de vida ao paciente e também à família.
E os portadores do mal de Alzheimer podem contar agora com um aliado no combate à doença, um adesivo transdérmico (que passa pela pele) substitui a medicação via oral. O adesivo, apelidado de Exelon Patch, é vendido com prescrição médica e deve ser aplicado uma vez ao dia em qualquer parte do corpo do portador.

O medicamento substitui os dois comprimidos diários do método tradicional de tratamento.
Os brasileiros que sofrem do Alzheimer não precisarão comprar o adesivo de rivastigmina. O medicamento aplicado na pele será distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, SUS.
O adesivo tem como objetivo diminuir os efeitos colaterais da doença, como náuseas, vômitos e perda de apetite. Isso porque ele leva o princípio ativo direto à corrente sanguínea, sem passar pelo sistema digestivo do portador.
Tratamento no SUS
A rivastigmina já vinha sido distribuída no SUS, mas em forma de cápsula e solução via oral. Além dela, o SUS oferece outros medicamentos para tratamento de Alzheimer, como por exemplo, a donepezila e a galantamina.
O Alzheimer, para se ter ideia, atinge em média 7% dos idosos, e o seu sintoma mais conhecido é a perda de memória.

terça-feira, 28 de março de 2017

Seca prolongada no Nordeste desperta interesse por dessalinização

Com informações da Agência Brasil



Seca prolongada no Nordeste desperta interesse por dessalinização
A nanotecnologia é uma das esperanças para reduzir o custo da dessalinização.[Imagem: Patrick Gillooly]









Primeiros esforços
A escassez de água, em decorrência da seca que já dura cinco anos no Nordeste do Brasil, despertou o interesse de empresas e governos para soluções tecnológicas para a dessalinização da água do mar.
No último dia 13, o governo do Ceará lançou edital para contratar empresa responsável pela elaboração de uma planta de dessalinização na região metropolitana de Fortaleza, com capacidade para gerar 1 metro cúbico por segundo de água potável para a rede de abastecimento. Esse volume equivale a cerca de 15% do consumo de Fortaleza.
Desde 2016, os 17 municípios da região, nos quais moram quase metade da população cearense, são submetidos a uma tarifa de contingência para economizar água.
De acordo com Francisco Vieira Paiva, diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), "a dessalinização faz parte de um contexto mundial. A indústria usa a dessalinização para processos industriais. Com relação ao consumo humano, países semelhantes ao Brasil, com regiões [climáticas parecidas com as do] Nordeste, têm experimentado essa tecnologia, porque é uma forma de minimizar o impacto às populações. No Ceará, isso salvaguardaria nossos açudes", explicou.
Usos nobres da água
Embora seja uma realidade em outros países, como no Oriente Médio, a dessalinização ainda está em seus primeiros passos no Brasil.
Fernando de Noronha (PE) é o exemplo pioneiro de alcance público: possui uma usina de dessalinização para consumo humano que apoia o sistema de abastecimento da ilha, especialmente nos períodos de estiagem. O distrito estadual possui apenas um açude, o Xaréu, além de poços.
Outras experiências são de iniciativa privada, especialmente industrial. Sérgio Hilsdorf, gerente de aplicações e processos da empresa Veolia, dá o exemplo de uma usina termelétrica que será implantada em Sergipe, que vai utilizar água dessalinizada em seus processos. Ele considera prioritário o uso das tecnologias de dessalinização para atender o consumo humano.

"A água dessalinizada pode ser utilizada na indústria, mas grandes plantas foram construídas com o objetivo de fornecer água potável para a população das cidades litorâneas com problemas crônicos de falta de chuva. Considero que lançar mão de uma técnica que não é barata, deveria ser para uso nobre, que é o uso potável," disse Hilsdorf.

Baterias ecológicas: Três tecnologias baratas e duráveis

Redação do Site Inovação Tecnológica

Verde de bilhões de dólares
Enquanto as baterias dos aparelhos eletrônicos retomam sua indesejável mania explosiva, sem alternativas à vista à atual tecnologia de íons de lítio, um outro campo do armazenamento de energia continua florescendo com um vigor invejável.
As baterias estacionárias estão sendo desenvolvidas para atuar junto à rede elétrica, guardando grandes quantidades de energia de forma química, em grandes tanques.
Isso deverá amenizar o problema da intermitência das fontes renováveis de energia e abrir caminho para a geração distribuída, em que cada consumidor poderá se transformar em um produtor de energia.
Como a geração nessas duas fontes pode ser errática, as baterias líquidas - nas quais a energia é guardada não na própria bateria, mas em tanques - deverão eliminar as oscilações e garantir que a rede de distribuição receba sempre um suprimento constante de eletricidade.
Como é um setor emergente, tem havido uma preocupação de que ele já nasça mais verde do que as fontes de energia que deverão ser substituídas, e pelo menos tão ecológico quanto as fontes solar, eólica ou das ondas e marés. Aqui estão três dessas novas tecnologias estão se candidatando para ocupar essa posição. Quem vencer, deverá herdar um mercado na casa das centenas de bilhões de dólares.
Bateria de água do mar
Três baterias ecológicas: Água do mar, água doce ou ureia
Com vistas ao uso residencial, a equipe está usando sua célula básica (esquerda) para construir pequenas baterias de água do mar (direita). [Imagem: UNIST]
Os engenheiros do Instituto de Ciência e Tecnologia de Ulsan, na Coreia do Sul, estão trabalhando em uma bateria que usa água do mar.
A bateria usa sódio como meio de armazenamento da eletricidade. A vantagem é que o uso da água do mar reduz o risco de incêndios, já que essa tecnologia exige temperaturas de funcionamento muito elevadas, na casa das centenas de graus.
Como não exige nenhuma fonte externa de energia para funcionar, exceto a água e o sal, a bateria sul-coreana poderá ser fabricada em escala menor, podendo servir a indústrias e até residências, e como sistema de suprimento de energia de emergência.
Para demonstrar essa possibilidade, além dos protótipos em larga escala, a equipe pretende construir versões portáteis, capazes de produzir cerca de 20 Wh - para comparação, uma família de quatro pessoas consome cerca de 10 Wh por dia.
Bateria atóxica e não-corrosiva
Três baterias ecológicas: Água do mar, água doce ou ureia
No protótipo a energia está em frascos minúsculos - na prática deverão ser tanques do tamanho dos usados em refinarias. [Imagem: Kaixiang Lin]
A equipe da Universidade de Harvard, nos EUA, está apostando em uma bateria de fluxo redox que armazena a eletricidade em moléculas orgânicas dissolvidas em água com pH neutro.
Essa nova química permite fabricar uma bateria não-corrosiva e atóxica com um tempo de vida excepcionalmente longo
O protótipo funcionou por mais de 1.000 ciclos perdendo apenas 1% de sua capacidade original, menor até do que as baterias de lítio.
"Como conseguimos dissolver os eletrólitos em água neutra, esta é uma bateria de longa duração que você poderia colocar em seu porão. Se ela vazar no chão, não vai corroer o concreto, e, como o meio é não-corrosivo, você pode usar materiais mais baratos para construir os componentes das baterias, como os tanques e bombas," disse o professor Roy Gordon.
Bateria de ureia
Três baterias ecológicas: Água do mar, água doce ou ureia
[Imagem: Michael Angell et al. - 10.1073/pnas.1619795114]
Para construir sua biobateria, Michael Angell e Hongjie Dai, da Universidade de Stanford, nos EUA, estão apostando na ureia, o mesmo composto usado para fabricar fertilizantes.
"Então, essencialmente, o que você tem é uma bateria feita com alguns dos materiais mais baratos e mais abundantes que você pode encontrar na Terra. E ela de fato tem bom desempenho," disse Dai. "Quem teria pensado que você poderia pegar grafite, alumínio, ureia e construir uma bateria que pode ciclar por um tempo bastante longo?"
O protótipo de demonstração da bateria carrega em 45 minutos e já suportou milhares de ciclos. O objetivo da equipe é chegar a uma versão que possa durar por pelo menos 10 anos, para justificar os investimentos em sistemas de armazenamento de energia em larga escala.

Bibliografia:

A Neutral pH Aqueous Organic/Organometallic Redox Flow Battery with Extremely High Capacity Retention
Eugene S. Beh, Diana De Porcellinis, Rebecca Gracia, Kay Xia, Roy G Gordon, Michael Aziz
Energy Letters
Vol.: 114 (5) 834-839
DOI: 10.1021/acsenergylett.7b00019

High Coulombic efficiency aluminum-ion battery using an AlCl3-urea ionic liquid analog electrolyte
Michael Angell, Chun-Jern Pan, Youmin Rong, Chunze Yuan, Meng-Chang Lin, Bing-Joe Hwang, Hongjie Dai
Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.1619795114

OutoBot: Um robô para limpar e pintar edifícios

Redação do Site Inovação Tecnológica




OutoBot: Robô limpa e pinta edifícios
Sem os trabalhadores, a gôndola ficou mais leve, consumindo menos energia.[Imagem: NTU]
Manutenção robótica
Engenheiros da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, criaram o OutoBot, um sistema robotizado de manutenção para trabalhar nas áreas externas dos edifícios.
O robô pode limpar o exterior dos edifícios, por meio de jatos de água, e aplicar novas camadas de tinta - tudo de forma automática e contínua.
A parte principal do OutoBot é um braço robótico com seis graus de liberdade. Uma câmera faz uma varredura da superfície para identificar quais áreas podem receber o jato de água e quais deverão receber a tinta.
Enquanto o esquema tradicional exige uma equipe de cinco trabalhadores - um no solo, um no telhado e três na gôndola -, o OutoBot exige apenas um operador no solo.
"Usando nosso robô, nós demonstramos que um emprego intensivo em trabalho pode ser transformado em um que pode ser facilmente executado por um trabalhador mais velho, e ao mesmo tempo eliminando o risco dos trabalhadores que precisam trabalhar nas alturas," defende-se o professor Dennis Lim quanto ao desemprego gerado por sua criação.
"Nosso objetivo é tornar a limpeza e a pintura de prédios mais fáceis, mais seguras e mais econômicas. O robô também é mais preciso e mais eficiente, minimizando desperdício e poupando tinta," acrescentou seu colega Chen I-Ming.
OutoBot: Robô limpa e pinta edifícios
Os engenheiros optaram pela pintura a ar-comprimido, controversa para uso em edifícios por espalhar tinta pela vizinhança. [Imagem: NTU]
Sem os trabalhadores, foi possível também reduzir o peso da gôndola, que exige apenas metade da energia necessária para movimentar o sistema tradicional.

A dupla afirma que seu robô já foi testado em um edifício da universidade e está pronto para ir ao mercado.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Torneira remove agrotóxicos e bactérias dos alimentos e ainda tira cheiro ruim das mãos

Pelo site Engenharia é





OBrasil é líder mundial no uso de agrotóxicos e para se ter ideia, nos últimos 10 anos, aumentou em 190% a utilização de defensivos agrícolas. A fim de ajudar os brasileiros a não ingerir ”venenos” no dia a dia, a Docol lança a torneira DocolVitalis Ozônio.
Mas o que ela tem de diferente?
Bom, ela promete remover em apenas 30 segundos qualquer tipo de agrotóxico ou bactéria da superfície dos alimentos, como por exemplo, frutas, grãos, verduras e legumes, tornando-os assim mais saudáveis para consumo  humano.

Mas Como?

A torneira vem com um dispositivo que, quando acionado, botão Tech Flow, ele libera ozônio na água. Que de acordo com os fabricantes, a substância não oferece nenhum risco à saúde humana ou do meio ambiente e ainda possui propriedades capazes de remover bactérias e agrotóxicos dos alimentos.
Gostou da ideia? Tem mais: o ozônio também remove odores desagradáveis das mãos, como cheiro de alho, cebola e também peixe.
Seu lançamento oficial está previsto para setembro de 2017 e o preço estimado é de cerca de R$ 4 mil. De acordo com a gerente de marketing de produtos da Docol, ela adianta que a empresa estuda uma possível extensão da linha, com peças para serem utilizadas em outros ambientes.

Poderíamos fazer backup de todo conteúdo na Internet em um grama de DNA

Pelo site Engenharia é





ODNA é basicamente o disco rígido da natureza. Os seres humanos são o resultado de um programa de computador tridimensional, escrito em compostos minúsculos enrolados dentro do núcleo de todas as nossas células. É um conjunto de instruções, codificadas e salvas que nossos corpos escrevem e lêem para construir proteínas, construir células e realizar milhares de outras tarefas.
A engenharia genética é basicamente a tentativa de cortar nossos próprios discos rígidos, e estamos aprendendo mais sobre as possibilidades de realizar isso todos os dias.

Mas, em 1964, um físico soviético chamado Mikhail Neiman inventou a idéia de que poderíamos usar o sistema de armazenamento compacto e eficiente do DNA para armazenar o código da natureza.
Até agora, só conseguimos decifrar partes da programação de DNA da natureza. Nós ainda não decodificamos tudo isso, mas os cientistas entendem como o sistema de armazenamento funciona agora. O que significa que estamos realmente perto de colocar as imagens ou arquivos que queremos no armazenamento de DNA.

Primeiro túnel do mundo para navios de grande porte será construído na Noruega


Pelo site Emgenharia é





OStad Ship Tunnel é um projeto da Norwegian Coastal Administration que poderá permitir a passagem mais segura de navios no Mar de Stadhavet, uma área notoriamente perigosa. O túnel poderá acomodar de 70 a 120 navios que passarão diariamente.
O Mar de Stadhavet é famoso por suas condições traiçoeiras. De acordo com historiadores, muitos navios tiveram problemas naquele mar. A ideia do túnel para navios não é recente, em 1870 já se fala na construção do mesmo. Mas agora parece que o projeto finalmente será executado.
O parlamento norueguês já destinou um bilhão de coroas norueguesas (NOK) ou cerca de US$ 118 milhões para a execução do projeto. Projeto este que faz parte do Plano Nacional de Transporte, que compreende o período de 2014 a 2023.

A Norwegian Coastal Administration divulgou imagens creditadas à empresa Snøhetta. Os navios irão ter acesso norte em Selje e acesso sul por Moldefjord. A proposta atual do projeto ainda incorpora uma ponte para pedestres. 
O gerente do projeto Terje Andreassen, da norueguesa Coastal Administration, disse à imprensa norueguesa NRK: “Em uma paisagem tão delicada, o túnel tem que ser mais do que uma simples intervenção na natureza. Iremos colocar muitos esforços para torná-lo esteticamente atraente. O início da construção é esperado para ser em 2019.”
Veja imagens do projeto na galeria abaixo.











Conheça o maior sol artificial do mundo localizado na Alemanha

Pelo site Engenharia é




NCentro Aeroespacial Alemão (DLR) ‘s Institute for Solar Research, alguns cientistas alemães acederam um sistema chamado Synlight, que eles descrevem como a maior sol artificial no planeta.
Synlight é composto de 149 focos enormes, derramando uma intensidade de luz cerca de 10.000 vezes a radiação solar naturalmente encontrada na Terra.
Os 149 focos da Synlight são semelhantes aos que são comumente usados ​​em projetores de cinema. De acordo com DLR, “estes permitem potências de radiação solar de até 380 quilowatts.
A matriz brilhante foi usada, para que os cientistas descobrissem como usar melhor a enorme quantidade de energia da luz solar que atinge a terra.

A experiência não vem sem um custo: Synlight suga muita eletricidade, em apenas quatro horas se gasta o mesmo de energia que uma família com quatro pessoas gastaria em um ano inteiro, de acordo com a imprensa associada.
O sol artificial está alojado em uma estrutura especialmente construída na Alemanha.
O foco para os pesquisadores da Synlight será sobre os combustíveis solares.Os cientistas vão mergulhar em novas maneiras de criar hidrogênio, que não é encontrado naturalmente, mas deve ser criado por dividir a água em hidrogênio e oxigênio, de acordo com a ABC News. A publicação citou o diretor do instituto, Bernhard Hoffschmidt, que disse que as condições de luz do forno que a Synlight pode produzir – até 5 432 graus Fahrenheit – são cruciais para experimentar novos métodos de criação de hidrogênio.
DLR disse que muitas companhias industriais, poderão usar Synlight com a ajuda de cientistas da DLR.

domingo, 26 de março de 2017

Como era o Saara antes de se tornar o maior deserto do planeta

BBC Mundo
Vista de satélite do deserto do SaaraDireito de imagem
O deserto do Saara hoje em dia. A cor creme clara reflete os raios de luz, o que afeta a frequência das chuvas de monções, essenciais para a vegetação
O que hoje é o árido, quente e inóspito deserto do Saara, no norte da África, era uma região de savanas e pradarias com alguns bosques, lar de caçadores e coletores que viviam de vários animais e plantas, sustentados por lagos permanentes e muita chuva.
Era assim numa época entre 5 mil e 10 mil anos atrás - período conhecido como do "Saara verde" ou "Saara úmido".
É difícil imaginar que o maior deserto quente do mundo, que tem uma precipitação anual entre 35 e 100 milímetros de chuva, recebia chuvas 20 vezes mais intensas há alguns milhares de anos.
Os ventos das monções sazonais traziam intensas chuvas que mantinham a terra fértil.
Existem diferentes estudos que reconstituem o clima e a vegetação do Saara nos últimos 10 mil anos.
Um dos mais recentes, publicado em conjunto por pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, e das universidades de Columbia e do Arizona, nos Estados Unidos, analisou a sedimentação marinha no norte da África em busca de um padrão de chuvas.

O Sahel

"A precipitação anual no Saara Ocidental pode ter sido até 2 mil milímetros maior do que é hoje em dia, comvegetação parecida com a da atual região sul do Senegal", disse Francesco Pausata, climatologista da Universidade de Estocolmo e coautor do estudo.
O Senegal, na costa oeste da África, faz parte do Sahel, uma faixa de 500 a 700 km de largura, em média, e 5,4 mil km de extensão, protegida por um cinturão verde de flora altamente diversificada, que a protege dos ventos do Saara.
É uma zona de transição entre o deserto do Saara no norte e a savana sudanesa no sul, que se estende do oceano Atlântico até o mar Vermelho.
O Sahel atravessa a Gâmbia, o Senegal, a parte sul da Mauritânia, o centro do Mali, Burkina Faso, a parte sul da Argélia e do Níger, a parte norte da Nigéria e de Camarões, a parte central do Chade, o sul do Sudão, o norte do Sudão do Sul, a Eritreia, a Etiópia, o Djibuti e a Somália.
Sahel, em Burkina FasoDireito de imagETTY IMAGES
Image captionO Sahel é uma zona de transição, que atravessa 16 países da África, entre o deserto do Saara e a savana sudanesa
"Acredito que os animais que hoje em dia pastam no Sahel, como os gnus e as gazelas, possam ter vivido até no extremo norte do Saara Ocidental", disse Pausata.
"A parte oriental podia ser um pouco mais seca, mas com pastagens acima da região do paralelo 25 Norte (no norte da Mauritânia)."
Outros pesquisadores, porém, mencionam uma vegetação mais frondosa, com árvores e lagos onde viviam grandes animais.
"A evidência fóssil e de pólen é bastante clara", diz David McGee, professor do departamento de Ciências Atmosféricas, Planetárias e da Terra do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

O Saara verde

McGee compara essa vegetação do Saara verde com a do chamado ecossistema Serengeti (ou Serengueti), no norte da Tanzânia e sudoeste do Quênia.
O Serengeti abriga a maior migração animal de mamíferos do mundo. Na língua do povo massai, a palavra Serengit significa "planícies intermináveis".
Serengueti, na Tanzânia
Image captionO Serengueti: teria sido assim o Saara há cinco mil anos?
"Havia no Saara corpos hídricos permanentes, savanas, pradarias e até alguns bosques", disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, o professor McGee, especialista em paleoclimatologia.
"Foram encontrados fósseis de grandes animais que hoje já não são vistos vivos no Saara. Crocodilos, elefantes e hipopótamos."
Assentamentos humanos antigos também deixaram evidências da existência de uma grande fauna, observou McGee.
"Vemos a arte rupestre representando girafas no meio do Saara. Ali também encontramos antigos anzois, o que sugere um estilo de vida profundamente diferente de como se viveria atualmente nesta parte do deserto."
Arte rupestre na LíbiaDireito de imagem
A arte rupestre, como esta de Wadi Tashwenat, na Líbia, é prova da existência de grandes mamíferos no chamado 'Saara verde', dizem os pesquisadores
Nos poucos e muito isolados corpos hídricos que ainda existem, há peixes das mesmas espécies, que não tiveram qualquer forma moderna de contato.
"Isso sugere que, no passado, existiam vias aquáticas que se comunicavam", acrescentou.
Embora seja muito difícil determinar a extensão dessa vegetação, o paleoclimatologista do MIT estima que o cenário descrito tenha se estendido muito ao norte do Saara, onde hoje estão as regiões centrais da Líbia, da Argélia e do Egito.

Sol mais próximo da Terra

Este clima - favorável à existência de uma flora fértil e fauna e o desenvolvimento humano - foi desencadeado pela maior proximidade do Sol em relação à Terra durante o verão, o que produziu mudanças de insolação, indicou Francesco Pausata, da Universidade de Estocolmo.
"O Saara se tornou verde quando saímos do período glacial. O Sol do verão se tornou mais forte há uns 9 mil anos e isso trouxe uma série de consequências", explicou Pausata.
"Quando o Saara esquentou, as chuvas de monções se tornaram mais fortes, o que levou a uma vegetação maior que, por sua vez, reduziu as emissões de poeira e diminuiu o reflexo da luz, promovendo mais precipitações."
Este reflexo de luz solar, seja da superfície terrestre ou da poeira que flutua na atmosfera, é conhecido como albedo e é um dos fatores mais importantes na aridez de uma região.
Esse intenso albedo - a luz de cor creme clara refletida na superfície do deserto e também com alto teor de partículas minerais - contribuiu para a desertificação do Saara.
Oásis no lago Gaberoun, LíbiaDireito de ES
Image captionOs cientistas encontraram espécies de peixes idênticas em lagos isolados, que aparentemente não tiveram qualquer forma de contato

Teorias

Quais foram os fatores e como ocorreu a dramática transformação dessa região no vasto e empoeirado deserto que conhecemos têm sido objeto de debate da comunidade científica.
Muitos cientistas concordam que a mudança ocorreu há 5 mil anos, como fruto de um fenômeno cíclico de maior ou menos insolação.
É algo que ocorre mais ou menos a um intervalo de 20 mil anos, segundo mudanças na órbita da Terra. Mas, em quanto tempo o Saara se tornou árido está sendo investigado, diz Pausata.
Uma das teorias sustenta que o Saara passou de verde a deserto subitamente, em um par de séculos, numa das mudanças climáticas mais dramáticas da Terra.
Outra pesquisa, publicada em maio de 2008, estima que a região tenha se tornado o deserto mais quente do mundo há apenas 2,7 mil anos e que a mudança foi muito mais lenta.
Os autores desse estudo - uma equipe internacional liderada por Stefan Kröpelin, da Universidade de Colônia, na Alemanha - colheram amostras de sedimento do lago Yoa, no norte do Chade.
Temporada de monções na NamíbiaDireito de ima
MUDANÇAS PERIÓDICAS AFETAM A TEMPORADA DAS CHUVAS DE MONÇÕES

Com os dados analisados, eles construíram uma história geológica que sugere um processo gradual de desertificação que "continua até o dia de hoje".
Esta pesquisa data o deserto em 2,7 mil anos, mas estima que os seres humanos tenham abandonado as áreas que estavam se tornando desérticas muito antes, à medida em que o clima mudava.
Por sua vez, o estudo do qual participou. Pausata, analisou as precipitações passadas e concluiu que seres humanos caçadores e coletores povoaram o Saara verde e o abandonaram há uns 8 mil anos, devido a um período de seca que durou mil anos.
Depois disso, as populações retornaram, mas suas práticas de sobrevivência eram outras, já que a maioria delas criava gado.

Efeito humano?

A pesquisa mais recente, de março de 2017, contempla a ideia de que os seres humanos desempenharam um papel ativo na criação das condições áridas que existem hoje no Saara.
Segundo o estudo publicado pelo arqueólogo David Wright, da Universidade Nacional de Seul, existem evidências arqueológicas que documentam que a primeira aparição do pastoreio no Saara teve efeitos severos sobre a ecologia da região.
À medida em que a vegetação era retirada e substituída para acomodar o gado e os rebanhos, o albedo aumentou e esse efeito influiu nas condições atmosféricas de modo a reduzir a frequência das chuvas de monções.
Pastoreio no MaliDireito de imagem
A retirada da vegetação para acomodar o pastoreio afetou a ecologia e reduziu a frequência de chuvas na região
Mas Pausata diz acreditar que esses exemplos não estejam muito bem fundamentados.
"Embora exista um consenso de que o crescimento intenso do rebanho de gado que pasta possa ser prejudicial à variedade de plantas, o pasto leve e moderado pode ter resultados positivos", afirma Pausata.
"É certo que no Saara e no Sahel não houve animais domésticos de pastoreio num período anterior a 8 mil anos, mas havia gnus e outros animais" ,diz o climatologista. Esses animais pastavam e também defecavam ali. Assim, deixavam a área fertilizada para a sua recuperação quando as chuvas chegassem.
"Não vemos como a introdução de uma população tradicional de pastores, há uns 6 mil anos, que tem um deslocamento similar à migração dos gnus, possa ser diferente. Eles também sustentariam a vegetação", afirmou.

Verde outra vez

Por outro lado, McGee reconhece que os humanos possam ter tido alguma influência na desertificação, mas não era só isso o que estava acontecendo.
"Definitivamente não. Os outros fatores (como mudanças cíclicas, de acordo com a aproximação da Terra do Sol) já estavam ocorrendo de maneira natural."
O período do Saara verde não ocorreu apenas entre 5 mil e 10 mil anos, mas também há 125 mil anos, Naquele período, não houve interferência humana, mas a transição de úmido para árido.
E, se o fenômeno é cíclico, seria possível supor que o Saara voltará a ser verde outra vez, embora a atividade humana do mundo moderno tenha que ser levada em conta, afirma Pausata.
"Daqui a milhares de anos o ciclo se repetirá. O problema agora são as forças antropogênicas. A influência humana será mais um efeito, fora da variação natural, que poderá mudar o equilíbrio no futuro do planeta, não apenas no Saara", concluiu.