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sábado, 30 de maio de 2015

Ar-comprimido armazena energias renováveis em rochas subterrâneas

Redação do Site Inovação Tecnológica



Ar-comprimido guarda energia solar e eólica em rochas subterrâneas
Uma das áreas selecionadas pode receber uma usina de armazenamento de energia comprimida de até 207 Megawatts.
Armazenamento de energias renováveis
Há poucos dias, um inventor apresentou uma solução inusitada para armazenar energia solar e eólica no fundo do mar - depois de convertê-las para o bombeamento de água, criando uma hidrelétrica submersa.
Agora a proposta é usar o mesmo princípio, mas para bombear ar-comprimido para rochas porosas centenas de metros abaixo da superfície.
Segundo Steve Knudsen, do Laboratório Nacional Noroeste do Pacífico, nos Estados Unidos, cada ocorrência de rochas porosas subterrâneas pode armazenar energia suficiente para abastecer até 85.000 casas.
Depósitos subterrâneos de energia na forma de ar-comprimido podem ajudar a aproveitar a energia eólica noturna, quando os ventos são mais fortes e a demanda de energia é baixa - guardando-a para quando a demanda é alta e o vento é mais fraco.
O mesmo raciocínio vale para a energia solar.
Segundo o engenheiro, essas usinas podem passar rapidamente do modo de armazenamento para o modo de geração de eletricidade, o que as torna adequadas para equilibrar o fornecimento à rede de energia de acordo com as condições variáveis do vento.
Quando o vento é forte, os geradores eólicos ou solares transformam sua energia em eletricidade, que alimenta grandes compressores que enviam ar ou gás natural para a camada de rochas porosas subterrâneas, onde eles são armazenados sob alta pressão.
Quando a energia é necessária, o gás comprimido flui de volta para a superfície, onde é aquecido ou queimado, gerando eletricidade através de turbinas.
Os cálculos indicam que a eficiência do processo é de até 80% - a taxa com que a eletricidade usada para alimentar os compressores é recuperada mais tarde.
Ar-comprimido guarda energia solar e eólica em rochas subterrâneas
A segunda área é ainda mais interessante porque permite a exploração de energia geotermal, que aquece ar comum - a usina pode chegar a 83 Megawatts.
Armazenamento de ar-comprimido em rochas
Já existem duas plantas experimentais de armazenamento de energia a ar-comprimido no mundo, uma nos EUA e outra na Alemanha, mas ambas usam cavernas construídas artificialmente em minas de sal. Uma terceira, com foco também em armazenar ar-comprimido em um tipo de rocha chamado arenito, ainda não conseguiu financiamento para virar realidade.
Knudsen quer ampliar esse conceito, usando ocorrências naturais de vários tipos de rochas porosas.
Para verificar a viabilidade da ideia, a equipe foi procurar possíveis locais de armazenamento, que precisavam atender a três critérios: estar a pelo menos 500 metros de profundidade, ter no mínimo 10 metros de espessura, e estar próximo às linhas de transmissão de alta tensão.
Mesmo pesquisando uma região pequena - um planalto que possui uma grossa camada de basalto, uma rocha de origem vulcânica - foram encontradas duas áreas potenciais.
E, por sorte, uma delas está associada com fontes de energia termal, que pode dispensar o gás natural e usar o calor da Terra para aquecer ar comum, tornando a operação ainda mais viável.

Recife aprova lei que obriga novas construções a terem telhado verde

Recife aprova lei que obriga novas construções a terem telhado verde

(Extraído do site Pensamento verde)

Edifícios devem ser cobertos com grama, hortaliças, arbustos ou árvores de pequeno porte, de preferência de espécies nativas da região


Fonte: HypenessO telhado verde auxilia na drenagem da chuva e gera economia nos sistemas de arrefecimento.


Com o intuito de reduzir as ilhas de calor e preservar a biodiversidade local, foi aprovada,
em janeiro, no Recife a Lei municipal 18.112. De acordo com a legislação do “Teto Verde”,
os novos prédios residenciais e comerciais são obrigados a incluírem vegetação em seus
telhados.
A medida é aplicada a qualquer construção de prédios com mais de quatro pavimentos ou
unidades com área coberta acima de 400 metros quadrados. Para que estejam dentro das
normas, os edifícios precisam ser cobertos com grama, hortaliças, arbustos ou árvores de
pequeno porte, de preferência de espécies nativas da região.
De acordo com o projeto, ainda é necessária a instalação de sistemas de captação e de retardo
de água da chuva em todos os novos imóveis residenciais, comerciais ou de serviços com área
de solo superior a 500 metros quadrados e que tenham 25% do terreno impermeabilizado.
Dessa forma, há a vantagem de reaproveitar a água para diversos usos, como manutenção,
limpeza e regas de plantas. Além disso, o sistema deve auxiliar na drenagem da cidade, pois
as ferramentas de retardo de água liberam o recurso gradativamente nas galerias, evitando a sobrecarga.
Em Paris já foi aprovada uma lei semelhante que obriga os edifícios comerciais a terem telhado verde. Essa tendência deve crescer porque, além do benefício em termos de biodiversidade, a inclusão da vegetação nos telhados ajuda a reduzir a temperatura interna dos prédios, gerando economia nos sistemas de arrefecimento.

Tecnologia transforma água do mar em potável utilizando energia solar

Método retira o sal da água através de técnica que utiliza baterias recarregadas com a energia do sol. Parceria entre EUA e Índia já ganhou prêmio


Depositphotos
(Extraído do Site Pensamento verde)

Vem dos EUA, mais precisamente do conceituado MIT (Massachusetts Institute of Technology), uma tecnologia que pode revolucionar as soluções para a crise hídrica em todo o mundo. Em parceria com a empresa Jain Irrigation System da Índia, técnicos do MIT desenvolveram um método que transforma água do mar em água potável para a agricultura e consumo humano utilizando energia solar. A tecnologia foi apresentada no desafio USAID e rendeu um prêmio de US$125 mil aos envolvidos.
A novidade tem como base a técnica de eletrodiálise que dissolve o sal da água e o transforma em partículas de cargas elétricas (positivas e negativas). Com isso, utilizando uma membrana elétrica com baterias semelhantes aos modelos que são utilizados nos veículos, é possível separar tais partículas e deixar a água totalmente sem sal. Tais baterias são recarregadas com energia solar, o que  torna o projeto ainda mais sustentável.
“Funciona como um circuito elétrico. Os íons são puxados para fora da água em direção aos eletrodos”, explica a doutoranda no MIT Natasha Wright, uma das criadoras da tecnologia. Ainda segundo Natasha, apenas 5% da água que passa pelo processo de eletrodiálise é desperdiçada.
Os participantes do projeto também informaram que a água resultante do projeto poderá ser utilizada para irrigação de plantações e até para consumo humano dependendo da quantidade de pessoas e de água tratada.

Tesla lança baterias que capturam energia limpa para residências e empresas

Tesla lança baterias que capturam energia limpa para residências e empresas

Cerca de dois bilhões de Powerpacks poderiam armazenar eletricidade suficiente para atender todas as pessoas do planeta


(Extraído do site pensamento Verde)
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Além de eficiente, a bateria possui design compacto.
No dia 30 de abril, a Tesla divulgou na fábrica da Califórnia (EUA) sua linha de baterias. Mais conhecida como fabricante de carros elétricos, a companhia pretende entrar de vez no mercado de energia. Voltada para residências e empresas, a nova linha de baterias é de íon-lítio, conta com design moderno e pode ser instalada na parede.
De acordo com o fundador e presidente da companhia, Elon Musk, isto será “uma transformação fundamental em como a energia é distribuída pelo planeta”.
A bateria é desenvolvida para capturar e armazenar até 10 kWh de energia gerada por painéis solares ou turbinas eólicas. Sendo que as reservas podem ser utilizadas quando a luz do sol está fraca, durante apagões, ou em horários de pico, quando os custos da eletricidade são mais altos.
A menor Powerwall, como a bateria foi batizada, tem 130 x 68 cm, pequena o suficiente para ser pendurada em uma garagem ou uma parede externa. Musk afirmou que até oito baterias podem ser empilhadas em uma casa.
Durante o evento também foi apresentada a Powerpack, uma bateria de 100 kWh que irá auxiliar fábricas ou grandes armazéns a gerenciar energia solar e eólica ou enviar energia para a rede durante horários de pico.
Segundo o presidente da Tesla, cerca de dois bilhões de Powerpacks poderiam armazenar eletricidade suficiente para atender todas as pessoas do planeta. “Pode parecer um número maluco, mas isso está dentro das condições da humanidade fazer”, disse.
Inicialmente as baterias serão desenvolvidas na fábrica da Tesla na Califórnia, mas a partir de 2017 a produção será transferida para a “gigafábrica” da empresa em Nevada.
A Tesla já abriu as vendas das baterias, cujas primeiras unidades devem ser entregues em agosto. O preço do modelo mais básico, de 7 kWh (quilowatt-hora), é US$ 3.000, enquanto a bateria de 10 kWh será vendida por US$ 3.500. Não estão inclusos os custos da instalação e do painel solar.

Conheça os avanços da sustentabilidade na construção civil

Conheça os avanços da sustentabilidade na construção civil

A minimização dos danos ambientais, redução de custos, reaproveitamento de materiais e descarte adequado em um dos mais importantes setores da economia



Redação
A construção civil tem uma indiscutível importância para o desenvolvimento do país, sendo apontada como uma das principais molas propulsoras da economia. No Brasil 63% da formação bruta de capital fixo e 15% do Produto Interno Bruto (PIB) estão ligados à construção civil, que movimenta cerca de 400 bilhões de reais por ano e emprega mais de dois milhões de trabalhadores diretamente.
Acompanhando este nível, a construção civil é considerada um dos setores que mais impactam negativamente o meio ambiente, seja no uso dos recursos naturais, seja na poluição ou no desperdício de materiais. Esse setor consome aproximadamente 67% da madeira natural extraída em todo o mundo, além disso, a fabricação do cimento é responsável por 8% do total de emissões dos gases do efeito estufa, de acordo com o Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol) – uma ferramenta internacional utilizada para quantificar e gerenciar as emissões destes gases no planeta.
O setor tem vivido uma época favorável com valorização de profissionais da área, expansão do mercado e aumento dos ganhos, e também está atento às demandas atuais, como as questões ambientais que têm preocupado a sociedade e organizações em todo o mundo.
O uso de tintas sem solvente e de ecomateriais, diminuição do desperdício de água e energia elétrica, e uso consciente de madeira são ações que pouco a pouco começam a ser implementadas pelas organizações no ramo da construção civil. Além destas, as obras sustentáveis aproveitam os recursos naturais renováveis disponíveis – iluminação natural e clima –, contemplam áreas para coleta seletiva de lixo e utilizam tecnologias biocompatíveis .
Além disso, as inovações no setor começam muito antes de a ideia sair do papel, como na:
Construção civil
Foto: intothereview
• Gestão da obra: em que são feitos estudos de impacto ambiental, análises do ciclo de vida dos materiais utilizados, planejamento sustentável e aplicação de critérios para manutenções e reformas;
• Eficiência energética: com a racionalização no uso da energia elétrica obtida por meios convencionais e o aproveitamento das fontes de energia renováveis (como a solar e eólica), bem como o uso de dispositivos para conservação de energia;
• Gestão e economia da água: com o uso de sistemas e tecnologias que auxiliem na redução do consumo, no reuso e recirculação da água usada para fins não potáveis, aproveitamento da água da chuva;
• Gestão de materiais: para a redução e possível eliminação do uso de materiais condenados, que prejudicam o solo, água e ar, como amianto, chumbo e policloreto de vinil (PVC).
• Gestão de resíduos gerados pelos usuários: com a criação de áreas para coleta seletiva de lixo, a correta destinação e descarte apropriado e reciclagem de materiais;
Reciclagem
Foto: insightfire
No Brasil algumas organizações destinam parte dos resíduos de sua obra para construções populares, o que possibilita a substituição de matérias-primas tradicionais por ecoprodutos. Estas ações estão sendo incentivadas também no setor público através das licitações relacionadas à construção civil; o estudo dos critérios de concorrência está sendo realizado e as mudanças nas regras para as compras do governo têm grande potencial para estimular o desenvolvimento de novos produtos mais econômicos e ecologicamente corretos. Como normalmente são adquiridos em grande quantidade, o benefício ao consumidor e aos fornecedores faz girar a economia e promove a concorrência entre as empresas e um preço mais acessível ao cliente final.

Tijolo de isopor: um benefício para a sustentabilidade na construção civil

Tijolo de isopor: um benefício para a sustentabilidade na construção civil


(Extraído do site Pensamento Verde)



O isopor chama a atenção das áreas de construção civil por oferecer diversos benefícios, além de diminuir o valor final da obra para empreiteiros e consumidor final.

Tijolo de isopor

A busca por novos materiais que consigam equilibrar economia e menos impactos ao meio ambiente chega a diversos setores, sendo uma das áreas, que nos últimos anos, vêm investindo cada vez mais em sustentabilidade e novas tecnologias é a construção civil.
Arquitetos e engenheiros buscam meios e métodos para realizarem suas obras de forma rápida, eficaz, econômica e com diferenciais que os destaquem dos demais empreendimentos. Uma das novidades no setor tem sido o uso de poliestireno expandido (EPS) ou como é popularmente conhecido: isopor.
O isopor utilizado na construção civil, da classe D, vem baratear o custo das obras, em especial da construção de lajes, em até 20% no valor total, segundo fontes do Portal do Arquiteto. Por ser mais leve que o tijolo convencional de concreto, o EPS diminui o uso de 50% de ferragens e de 35% de cimento. Ao contrário da maioria dos materiais e produtos com selo sustentável que em geral acabam por encarecer o custo final dos projetos.

Vantagens reais do uso do EPS

O uso do isopor nas construções civis, além do benefício econômico para o construtor, ainda conta com o lado positivo da sustentabilidade, pois minimiza o uso de materiais poluentes, a geração de grandes montantes de resíduos ao termino da obra e é um material reciclável. Dentre os pontos positivos podemos destacar:
• Custo 50% menor com relação ao tijolo convencional: R$ 90,00 m³ (EPS) x R$ 180,00 m³ (concreto);
• Tijolos de EPS classe F, específicos para construção, não geram combustão e nem propagam o fogo;
• Isolamento térmico é a principal vantagem sobre as construções comuns, pois a maior qualidade do isopor é ser um excelente isolante de térmico (já muito usado no setor alimentício);
• Trata-se de um material que possui vida útil longa, pois não apodrece e não serve de moradia para insetos e demais pragas que costumam se alojar no concreto;
• Leveza – 11 kg cada m³ x 2,5 toneladas m³ para o concreto;
• Baixa absorção de água;
• Redução no tempo da obra por ser de fácil manuseio e instalação;
Tijolo de isopor

• Resistentes contra choques e compressões – (por isso é muito usado como embalagens para proteção de produtos diversos).
O uso do EPS vem sendo utilizado em construções de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Florianópolis, Brasília e Uberlândia. A linha de construção sustentável vem ganhando espaço junto aos grandes empreendimentos imobiliários, tanto para vendas empresariais como residenciais, a garantia de preocupação com o meio ambiente se destaca e atraí consumidores e investidores.

Energias renováveis são armazenadas em ar líquido

Com informações da Agência Fapesp 



Energias renováveis são armazenadas em ar líquido
A planta-piloto de armazenamento criogênico de energia aprovou o conceito, que agora será usado em uma planta em escala industrial.[Imagem: Universidade de Birmingham]
 energia gerada por fontes renováveis será armazenada na forma de ar liquefeito a temperaturas criogênicas.
O conceito foi testado com sucesso por pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e agora deverá passar da escala piloto para a primeira planta industrial.
A proposta é contribuir para a superação dos altos e baixos no abastecimento provocados pela intermitência das fontes renováveis, como solar e eólica. A eletricidade gerada durante o dia e em momentos de ventos fortes é usada para liquefazer o ar.
Estocada em grandes tanques de ar líquido, a energia fica então disponível para o consumo à noite, em dias nublados ou sem ventos.
Note que o conceito é totalmente diferente das baterias líquidas.
"Uma planta-piloto de 350 quilowatts (kW) encontra-se em funcionamento, conectada à rede elétrica do Reino Unido," contou o professor Richard Williams, durante evento realizado para promover a cooperação científica entre pesquisadores brasileiros e britânicos na inovação de sistemas de energia.
"O governo disponibilizou um financiamento de £ 8 milhões (R$30,3 milhões) para que uma unidade de demonstração, de 5 megawatts (MW), esteja operacional em meados de 2015. Tudo isso para que tenhamos a opção comercial da estocagem de energia em ar líquido até 2018", disse Williams.
Armazenamento criogênico de energia
A liquefação é um processo simples e bem conhecida do público, acostumado com o gás liquefeito de petróleo (GLP).
Quando o processo é usado para o ar ambiente, 710 litros de ar, resfriados a -196º C, dão origem a 1 litro de ar líquido.
Energias renováveis são armazenadas em ar líquido
Esquema do sistema de armazenamento criogênico de energia usando ar ambiente. [Imagem: Highview Power Storage]
Esse ar líquido pode ser estocado e, posteriormente, pode ser retirado dos tanques criogênicos, voltando a se aquecer e expandir. A expansão do ar é utilizada, então, para movimentar uma turbina, convertendo a energia mecânica em energia elétrica, mantendo estável o nível de fornecimento de eletricidade à rede.
Considerando-se os dois ciclos, de resfriamento e reaquecimento do ar, a eficiência esperada para o processo, na etapa de demonstração, é da ordem de 60%.
"Mas a eficiência pode ser aumentada para 80% ou mais com a utilização de calor residual no ciclo expansivo. Outra forma de aumentar ainda mais a eficiência é conjugar as unidades produtoras de ar líquido com terminais de gás natural liquefeito, de modo a aproveitar o frio residual produzido nesses terminais durante a fase de reconversão do gás ao estado gasoso", explicou Williams.
A expectativa é que essa estocagem criogênica (que utiliza temperaturas muito baixas) passe a ser uma importante peça na política de descarbonização da matriz energética.
"O ar líquido para armazenamento de energia torna-se mais eficiente acima de 10MW, de modo que não é apropriado para uso em edifícios isolados, mas bastante adequado na escala que vai do bairro ou do parque industrial à cidade. Já no âmbito dos transportes, uma possibilidade é seu emprego em soluções de tecnologia híbrida, para aumentar a eficiência de motores diesel, em caminhões ou balsas de curto percurso, por exemplo", disse Williams.

Calor vira energia guardada em baterias

Redação do Site Inovação Tecnológica 



Efeito Termogalvânico: calor residual vira energia guardada em baterias
O protótipo é ainda bastante rudimentar, em escala de laboratório, mas a equipe afirma que, agora que tudo funcionou, será fácil escalonar o processo.[Imagem: Seok Woo Lee et al.- 10.1038/ncomms4942]
Efeito Termogalvânico
O calor gerado por processos industriais e usinas de energia elétrica é enorme.
Por isso, pesquisadores de todo o mundo estão há décadas procurando maneiras para aproveitar um pouco dessa energia desperdiçada.
A maior parte desses esforços tem-se concentrado em dispositivos termoelétricos, materiais sólidos que produzem energia elétrica a partir de um gradiente de temperatura.
Mas a eficiência destes dispositivos é limitada, sem contar o alto custo imposto pela escassez desses materiais.
Agora, pesquisadores do MIT e da Universidade de Stanford, ambos nos EUA, descobriram uma nova alternativa para converter em eletricidade o calor residual de baixa temperatura - nos casos em que a diferença de temperatura é menor do que 100 graus Celsius.
A abordagem é baseada em um fenômeno chamado efeito termogalvânico.
Como a tensão das baterias recarregáveis depende da sua temperatura de operação, o novo sistema combina os ciclos de descarga e recarregamento dessas baterias com aquecimento e arrefecimento de modo que a tensão de descarregamento seja maior do que a tensão de recarregamento.
O sistema pode aproveitar de forma eficiente mesmo diferenças de temperatura relativamente pequenas - por volta dos 50° C.
Esquente para carregar, esfrie para usar
Para começar, a bateria descarregada é aquecida pelo calor residual que se deseja aproveitar.
Então, depois de aquecida, a bateria é carregada. Uma vez completamente carregada, é só esperar que ela volte à temperatura normal antes de usar sua energia.
Como a tensão de carga é menor em temperaturas elevadas do que em baixas temperaturas, assim que se resfria, a bateria pode de fato fornecer mais eletricidade do que aquela que foi usada para carregá-la.
Essa energia extra, é claro, não aparece do nada: ela vem do calor que foi adicionado ao processo.
Em uma demonstração com um calor residual de 60º C, o novo sistema apresentou uma eficiência de 5,7% no aproveitamento desse calor.
O conceito fundamental por trás dessa técnica é bastante antigo, mas os pesquisadores afirmam que só agora foi possível torná-lo realidade porque o processo depende dos eletrodos usados nas baterias, que só foram aprimorados nos anos recentes.
Bibliografia:

An electrochemical system for efficiently harvesting low-grade heat energy
Seok Woo Lee, Yuan Yang, Hyun-Wook Lee, Hadi Ghasemi, Daniel Kraemer, Gang Chen, Yi Cui
Nature Communications
Vol.: 5, Article number: 3942
DOI: 10.1038/ncomms4942

Teletrabalho: Trabalho em casa aumenta produtividade, diz OIT

Com informações da BBC 


Trabalhar de casa, em vez de ter que ir ao escritório, pode não servir para todos os empregados ou empresas, mas pesquisas indicam que o trabalho remoto pode aumentar a produtividade e oferecer vantagens para os empregados, diz um artigo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O argumento dos autores do artigo, Jon Messenger e Laura Addati, é que a prática do chamado "teletrabalho" traz economias para empresas e melhora a satisfação dos empregados (ao permitir-lhes mais flexibilidade para cuidar da família e reduzir o tempo e dinheiro gastos em transporte).
Ganhos recíprocos
As conclusões do artigo - que segundo a OIT apresentam "fortes razões" para que as empresas ofereçam a possibilidade aos funcionários - se baseiam em uma compilação de cerca de 500 estudos sobre teletrabalho nos EUA feita pela consultoria Global Workplace Analytics.
Alguns desses estudos, dizem a consultoria, apontam que até dois terços dos entrevistados gostariam de trabalhar em casa; um terço inclusive escolheria o benefício em vez de um aumento salarial.
Entre os empregadores, os levantamentos indicam que o trabalho em casa ajudou a aumentar a retenção de funcionários e a reduzir despesas com faltas, demissões e contratações, bem como o tempo perdido com reuniões presenciais ineficientes.
Na empresa americana de telecomunicações AT&T, funcionários que ficam em casa chegam a trabalhar cinco horas a mais do que seus pares, dizem os estudos. Nas companhias Best Buy, British Telecom e Dow, trabalhadores remotos são entre 35% e 40% mais produtivos.
Caso Yahoo!
O debate sobre flexibilidade no trabalho ganhou combustível em fevereiro, quando a executiva-chefe do Yahoo!, Marissa Mayer, vetou que seus funcionários continuassem trabalhando de casa, alegando que a prática prejudicava a comunicação e a colaboração entre os funcionários.
De um lado, defensores do teletrabalho dizem que a medida pode ajudar uma empresa em situação complicada e "precisando de novas ideias", como definiu a revista Businessweek.
De outro, críticos dizem que o veto de Mayer é um retrocesso para pessoas que precisam de flexibilidade ou gastam muito tempo para ir e voltar do trabalho - e que veem o teletrabalho como uma conquista.
Ao mesmo tempo, há quem diga que a questão vai além: no Vale do Silício, onde ficam as sedes das principais empresas de tecnologia dos EUA, é comum que executivos trabalhem em casa, mas além de - e não em vez de - trabalharem turnos longos no escritório.
Teletrabalho no Brasil
No Brasil, o trabalho remoto aumentou, mas ainda está em "maturação", diz uma pesquisa divulgada em novembro passado pela consultoria em RH Robert Half. Nela, 64% das empresas pesquisadas declaram permitir algum tipo de trabalho remoto, ainda que esporadicamente e apenas para alguns cargos.
Mas só 52% das empresas têm de fato políticas e orientações para gerir o teletrabalho. E 92% dos diretores de RH entrevistados acham mais desafiador coordenar uma equipe remotamente do que presencialmente. Desafios
Essa e outras preocupações não são exclusivas do Brasil, sugere o artigo da OIT.
"Apesar de haver uma tendência de (favorecer o) trabalho em casa, e de a maioria dos gerentes dizer que confia em seus funcionários, um terço da gerência diz preferir ver suas equipes, para ter certeza de que elas estão trabalhando", aponta o texto.
Do lado dos funcionários, há também o temor de, ao ficar em casa, isolar-se dos colegas de trabalho e prejudicar o avanço de sua carreira.
Como trabalhar em casa
Por fim, muitos questionam: no caso de pais com filhos pequenos que queiram passar mais tempo com a família, dá mesmo para trabalhar em casa e cuidar de crianças simultaneamente?
Nesse caso, dizem Messenger e Addati, teletrabalhadores precisam ter um espaço em casa definido para o escritório e saber que "o trabalho à distância não é um substituto para creches ou cuidadores, ainda que ajude os pais a lidar com suas responsabilidades familiares".
Quanto ao temor de isolamento, a tecnologia é a solução, opina o artigo. "Com a lista de inovações disponíveis - videoconferências, mensagens instantâneas, e-mail e o bom e velho telefone -, combinadas com eventuais encontros cara a cara e instrumentos de monitoramento de performance, as vantagens do teletrabalho são fortes."
Essa defesa é reforçada por indícios que dizem que o teletrabalho favorece também funcionários deficientes, aposentados que queiram continuar trabalhando porém com menos estresse e empregados que, em vez de faltar para resolver problemas familiares, podem lidar com esses problemas sem perder um dia de trabalho.

Brasileiros desenvolvem método inédito para reciclagem de plástico

Débora Motta - Faperj 

Brasileiros desenvolvem método inédito para reciclagem de plástico
Amostras de polímeros no laboratório da Coppe: é possível produzir plásticos reaproveitando até 40% de material plástico já utilizado. [Imagem: Faperj]
Buscando uma forma de minimizar os efeitos ambientais negativos do excesso de plástico descartado, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) desenvolveram uma nova técnica de reciclagem desse material.
Testes realizados no Laboratório de Modelagem, Simulação e Controle de Processos da instituição mostraram que é possível criar resinas plásticas produzidas a partir do reaproveitamento de até 40% de material plástico já utilizado.
Polimerização em suspensão
O método escolhido pela equipe foi a reciclagem com produção in situ, que possibilita incorporar materiais plásticos usados a plásticos virgens no próprio ambiente da reação química.
Por meio da polimerização em suspensão, foram realizadas misturas moleculares de poliestireno reciclado e de poliestireno virgem, usando copos descartáveis.
"A técnica é simples. Basicamente dissolvemos o plástico usado numa solução com reagentes e depois adicionamos o material direto no reator para fazer mais plástico", diz o professor José Carlos Pinto, responsável pelo projeto.
Ao contrário de outras técnicas de reciclagem, como a mecânica, esse método mantém a qualidade do produto final, pois a adição de plásticos reciclados não interfere no andamento da reação química de polimerização.
"O plástico usado foi reincorporado como matéria-prima do processo sem grandes transformações químicas. As propriedades finais do produto são similares às propriedades dos polímeros não-reciclados", assinala.
Reciclagem de isopor
Além de copos descartáveis, a técnica pode ser empregada com outras famílias de materiais à base de poliestireno, de poliacrilatos, de polimetacrilatos e de poliacetatos, como aqueles utilizados para fabricar capas de CD, isopor, interiores de geladeira e carcaças de televisão, entre outros produtos.
"O próximo passo é testar a técnica com cargas de isopor recicladas. O isopor não é biodegradável, mas pode ser facilmente reciclado e utilizado para fabricar isopor novo", adianta José Carlos.
A Coppe já encaminhou ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a solicitação de patente para a nova técnica, que poderia ser facilmente incorporada ao setor produtivo para uso em escala industrial, devido ao seu baixo custo. "Para as fábricas se adaptarem a essa tecnologia, precisariam apenas fazer pequenos ajustes, como adicionar na linha de produção um recipiente para misturar o plástico reciclado com os reagentes", explica.
Impactos da reciclagem do plástico
De acordo com o professor José Carlos Pinto, a reciclagem é a melhor resposta diante do debate sobre usar ou não usar o plástico. "A questão maior não é se devemos usar ou não o plástico, mas o que devemos fazer com ele depois do seu ciclo de uso", destaca o engenheiro químico, lembrando que o plástico deve ser tratado como uma matéria-prima potencialmente reutilizável, e não como lixo.
O professor ressalta os impactos ambientais positivos da transformação de plástico em plástico. "A reciclagem contribui para reduzir a quantidade de material descartado no meio ambiente, pois o utiliza como matéria-prima para produzir novos materiais plásticos. Ao ser reciclado, se economiza o petróleo que seria utilizado para fazer plástico novo e isso certamente contribui para a redução da emissão de carbono na atmosfera", diz.
A reciclagem do plástico também pode resultar em consideráveis impactos econômicos e sociais. "A reciclagem pode estimular a valorização econômica dos resíduos plásticos. Eles têm baixo valor agregado, apesar de serem derivados do petróleo, e por isso são facilmente descartados pela população", avalia. "Ela também pode gerar empregos por incentivar a coleta seletiva de plástico por cooperativas de catadores de lixo".
Plásticos
Plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas polímeros, que por sua vez são formadas por moléculas menores, chamadas monômeros.
Estima-se que no Brasil pelo menos 2,2 milhões de toneladas de plástico pós-consumo (descartados após o uso) se acumulam anualmente, segundo dados da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos - entidade que representa institucionalmente a cadeia produtiva do setor para divulgar a importância dos plásticos na vida moderna e promover sua utilização ambientalmente correta.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sistema de informação geográfica

- Artigo da Scientific American

Quem nunca entrou no Google Earth ou Google Maps e foi direto fazer uma busca pelo próprio endereço, ou bisbilhotar o quintal do vizinho? Em contrapartida, quem ainda se dá ao trabalho de abrir uma pesada lista telefônica, pesquisar um endereço (geralmente em letras minúsculas), gravar o número e quadrante da página e verificar sua posição no mapa?
Esses dois lados de uma mesma moeda mostram como a geotecnologia evoluiu nos últimos anos, passando do uso restrito de alguns milhares de especialistas para o acesso diário por milhões de pessoas. Só o Google Earth tem, hoje, mais de 500 milhões de usuários do globo virtual para visualização e análise geográfica, o que demonstra a popularidade desse tipo de ferramenta.
Mas nem sempre o uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) foi popular. O primeiro exemplo de análise espacial corresponde à experiência do epidemiologista inglês John Snow (1813-1858). Para identificar o foco responsável pelo surto de cólera que afetou Londres em 1854, Snow cartografou as residências dos doentes e as sobrepôs aos poços de captação de água da cidade. Outro exemplo é o mapa de Charles Minard, de 1861, que representa a campanha de Napoleão na Rússia e exibe um conjunto de elementos gráficos associado ao modo como as tropas se deslocavam. Esses dois modelos são importantes marcos na história dos SIG, pois refletem a existência de uma base cartográfica de qualidade que permita operações de sobreposição de dados.
Existe um campo muito maior de estudo que vai além do SIG. A expressão “ciência da informação geográfica” (CIG) foi introduzida em 1992. Essa definição consta em um artigo do pesquisador Michael Goodchild, que posteriormente trabalhou com o ex-vice-presidente americano, Al Gore, no projeto Terra Digital. O estudo deu origem ao filme Uma verdade inconveniente, que expôs de forma incontestável os efeitos do aquecimento global com base em análises geoespaciais.
Entre a comunidade científica que estuda a CIG existe um consenso de que o grande salto evolutivo da própria ciência e dos sistemas de informação geográfica foi o Google Earth, em junho de 2005, que revolucionou a forma com que as pessoas se relacionam com mapas e imagens de satélites. Depois que a Google colocou geoinformação no cotidiano, o mundo nunca mais foi o mesmo.
Em 2004, a empresa Keyhole desenvolvia um globo virtual chamado Earth Viewer, que poderia ser acessado por qualquer internauta com banda larga, mas sua base de imagens de satélites e mapas ainda era pequena para o ambicioso projeto de cartografar todo o mundo. Foi quando o Google entrou em cena, comprou a empresa e lançou o Google Earth para o grande público, alcançando o esperado ganho de escala.
Mas, mesmo depois da massificação da tecnologia ainda existe muita confusão sobre o Google Earth. Afinal, as imagens são em tempo real? Quando o Google atualiza os mapas? É possível usar tudo de graça? As versões corporativas têm mapas mais recentes?
O principal mito sobre as imagens online deve muito a séries televisivas como 24 horas e a filmes como Inimigo de Estado, que mostram agências governamentais. As imagens do Google Maps e Earth são obtidas por satélites em órbita da Terra e por aviões equipados com câmaras digitais, geralmente de propriedade particular. Após a aquisição dessas fotos, o Google faz parcerias comerciais com as empresas e então oferece as imagens aos usuários.
Quanto à atualização dos dados, o Google nunca oferece uma previsão de quais áreas terão melhores informações. Só é possível saber que uma cidade ou área rural tem dados novos após a publicação das imagens de satélites ou fotos aéreas. Já os dados vetoriais, como ruas e limites de bairros, são obtidos por meio de parcerias com empresas que produzem mapas, mediante levantamentos em campo, por exemplo.
Outro mito das ferramentas de mapas online é que tudo está lá de graça. A versão free realmente está disponível para qualquer usuário. Mas, caso um aplicativo precise de login e senha para ser acessado é necessário uma licença profissional.
Com milhões de usuários em todo o mundo, o Google aproveita sua experiência com o mapeamento colaborativo e com o acesso simultâneo a dados para oferecer ferramentas corporativas do Google Earth e Maps. As opções para empresas têm alguns diferenciais, como a possibilidade de imprimir imagens de melhor qualidade ou suporte técnico; porém a base de dados com mapas e imagens de satélites é a mesma da versão free.
Os Serviços Baseados em Localização (LBS, na sigla em inglês) são a nova fronteira das ferramentas geoespaciais. A própria Google já lançou um navegador e o sistema operacional Android, para instalação em dispositivos móveis, mirando o uso de geotecnologia em tempo real. Definitivamente, a geoinformação saiu do gueto dos profissionais e agora está na palma da mão.