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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Turbinas usam vento produzido por veículos para gerar energia

 Pelo site CicloVivo

Equipamentos são projetados para instalação em postes de iluminação e serão testados na Inglaterra

turbinas postes
Turbinas serão testadas em postes de estradas na Inglaterra. Foto: SWNS

Turbinas que geram energia estão sendo instaladas em postes de autoestradas na Inglaterra. A grande inovação é o design do equipamento, que aproveita o vento produzido pela movimentação dos veículos para fazer as pás rodarem e produzirem eletricidade – sem a dependência de vento natural.

Barry Thompson, é o CEO da Alpha 311, empresa que desenvolveu o projeto. Ele garante que a solução é inédita e pode ser uma resposta para gerar grande quantidade de energia renovável. Segundo a fabricante, as turbina acopladas a postes em um rodovia poderiam gerar, em conjunto, cerca de pode 6MW – o suficiente para abastecer uma pequena comunidade.

A casa de Barry Thompson é abastecida com eletricidade de protótipos da turbina. “Quando você está ao lado de uma rodovia e passa um caminhão, dá para sentir o ar que ele movimenta. Nós captamos a energia deste vento”, explica ele.

Como exemplo, o CEO cita a Thanet Way, estrada com menos de 30 quilômetros de extensão que tem 1.114 postes de iluminação.  As turbinas poderiam ser instaladas na parte central da rodovia e aproveitar o vento Gerado pelos carros que passam nas duas direções.

“A geração de energia usaria a infraestrutura que já existe no local”, explica Thompson. “Não estamos colocando turbinas enormes na paisagem, estamos aproveitando o que está disponível”.

Com apenas 2 metros de altura, cada turbina gera a mesma quantidade de eletricidade que 21 metros quadrados de painéis solares. A empresa afirma que o tamanho dos equipamentos pode ser reduzido com o desenvolvimento do projeto.

No vídeo abaixo (em inglês) você pode conferir como as turbinas funcionam.

https://youtu.be/lUNju4fdpUQ

Bateria de carbono-ar guarda energia limpa melhor que hidrogênio

Redação do Site Inovação Tecnológica


Bateria de carbono-ar usa carbono em vez de hidrogênio para guardar energia limpa
Esquema do sistema chamado bateria secundária de carbono-ar.
[Imagem: Tokyo Tech]

Trocar hidrogênio por carbono

Existem várias propostas para armazenar temporariamente a eletricidade gerada pelas fontes renováveis de energia, como solar e eólica, que são intermitentes, e então garantir o suprimento em um regime 24/7 (24 horas por dia, 7 dias por semana).

Uma alternativa promissora é o hidrogênio gerado a partir da energia solar, que tem como grande benefício o fato de ser totalmente limpo. Mas esses sistemas ainda estão se debatendo com dificuldades técnicas, como uma baixa eficiência.

Pesquisadores japoneses estão propondo agora trocar o hidrogênio por carbono, no que eles chamam de "combater o carbono com carbono".

Bateria de carbono-ar

Keisuke Kameda e seus colegas do Instituto de Tecnologia de Tóquio projetaram um sistema alternativo de armazenamento de energia elétrica chamado "bateria secundária de carbono-ar".

O sistema, que é bem mais do que uma simples bateria, consiste em uma célula de combustível de óxido sólido e uma célula de eletrólise, onde o carbono gerado por eletrólise do dióxido de carbono (CO2) retirado da atmosfera é oxidado com o oxigênio do ar ambiente para produzir energia.

Tanto a célula de combustível quanto a célula de eletrólise podem ser alimentadas com CO2 liquefeito por compressão para compor o sistema de armazenamento de energia.

"De modo semelhante a uma bateria, [o nosso sistema] é carregado usando a energia gerada pelas fontes renováveis para reduzir CO2 para C. Durante a fase de descarga subsequente, o C é oxidado para gerar energia," explicou o professor Manabu Ihara, coordenador da equipe.

Mais eficiente e menor

Nos testes, o sistema foi capaz de utilizar a maior parte do carbono depositado no eletrodo para geração de energia, demonstrando uma eficiência coulômbica de 84%, indicando que a maior parte da energia armazenada pode ser recuperada durante a fase de descarga - a eficiência coulômbica é a razão entre a descarga e a capacidade de carga.

Além disso, o sistema apresentou uma densidade de potência superior de 80 mW/cm2 e uma eficiência de carga-descarga de 38%, que se sustentou ao longo dos 10 ciclos de carga-descarga testados, indicando que não ocorreu degradação do eletrodo de combustível.

Como o carbono é armazenado em um espaço confinado nas duas células, a densidade de energia do sistema é limitada pela quantidade de carbono que elas podem conter. Apesar dessa limitação, a equipe calcula que o sistema tem uma densidade de energia volumétrica maior do que os sistemas de armazenamento de hidrogênio.

"Em comparação com os sistemas de armazenamento de hidrogênio, espera-se que o nosso sistema tenha tamanho menor e uma maior eficiência geral," disse o professor Ihara.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Horta em teto de shopping emprega pessoas em situação de rua

Pelo site CicloVivo 

Shopping Parque da Cidade, em SP, faz parceria com o projeto Horta Social Urbana.

Shopping Parque da Cidade

Pensado para ser um empreendimento sustentável, o Shopping Parque da Cidade, na capital paulista, tem investido, desde a sua criação, em tecnologias que promovam o bem-estar social e ambiental. Exemplo disso é a implementação de soluções como a compostagem, o reuso de água e o telhado verde. Assim, a fim de potencializar essas iniciativas e gerar impactos positivos não só ao meio ambiente, mas também no âmbito social, o shopping firmou uma parceria com a Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade (ARCAH) para implantar uma horta social urbana no seu telhado.

Já é sabido que o telhado verde diminui a temperatura do empreendimento sem incidência de sol, ajudando a baixar a demanda térmica do ar-condicionado, que impacta diretamente no gasto de energia. Mas a iniciativa pode ir além e transformar a vida de centenas de pessoas que vivem em situação de rua em São Paulo. Segundo o Movimento Estadual da População em Situação de Rua, estima-se que, durante a pandemia, o número de pessoas que vivem nas ruas, apenas na cidade de São Paulo, chegou a 66 mil. Foi pensando em mudar esse cenário que o shopping iniciou a parceria com a ARCAH.

“Nós já tínhamos um telhado verde, que nos ajudava a reduzir os danos ao meio ambiente. Mas enxergamos no projeto uma oportunidade de irmos ainda mais longe, já que a Horta Social Urbana visa acolher, capacitar e transformar a realidade de pessoas que vivem nas ruas, os devolvendo dignidade através de um trabalho. Assim, além de apoiarmos a autonomia, geração de renda e reintegração na sociedade e no mercado de trabalho, também geramos alimentos saudáveis e de qualidade para várias outras”, comenta Stella Pinheiro, gerente de marketing do Shopping Parque da Cidade.

O contrato foi firmado no final de outubro e já no início de novembro iniciou-se o estudo do solo, definição de protocolos e o plantio. Até o momento, foram plantadas 1670 mudas de alface, mas a intenção é aumentar a produção e diversificar os tipos de hortaliças que, a fim de custear o projeto e ajudar a gerar renda para os trabalhadores contratados, são, posteriormente, destinadas a projetos da associação, como o restaurante Salada Orgânica Social, às cestas de orgânicos vendidas diretamente ao consumidor, e a comercialização de produtos para uma rede de supermercados.

O Projeto Horta Social Urbana foi criado em 2018 com o intuito de acolher, capacitar e gerar emprego para a população em situação de rua. De lá para cá, já foram reinseridos no mercado de trabalho, mais de 33% dos nossos alunos. Entre esses, está o senhor Delsin José (64 anos), que, até então, vivia em situação de rua, mas viu seu destino mudar, por meio do projeto e, atualmente, é o responsável pela horta do Parque da Cidade.

“Oferecemos às pessoas que vivem nas ruas, ferramentas práticas para que deixem essa trágica situação para trás, descubram suas paixões, desenvolvam sua autoestima e principalmente conquistem sua autonomia financeira. Muito além de dar o peixe, ensinamos a pescar” explica Filipe Sabará, fundador da ARCAH.

Mini robô autônomo percorre o deserto plantando sementes

Pelo site CicloVivo 

Com energia solar e sensores, ele seleciona os melhores locais para semear

robô sementes deserto
Foto: Mazyar Etehadi | Global Grad Show

Quando concluiu seu curso Instituto de Design e Inovação de Dubai,  Mazyar Etehadi decidiu usar o que aprendeu para encontrar soluções que pudessem ajudar a resolver um dos grandes problemas atuais, a desertificação. E sua ideia se transformou no A’seedbot, um pequeno robô capaz de plantar sementes pelo deserto de forma atônoma.

“A desertificação é um problema enorme em todo o mundo, causado por práticas agrícolas insustentáveis, mineração, mudanças climáticas e uso excessivo da terra em geral. Mas, assim como a própria mudança climática, a desertificação é uma questão ecológica complexa que é difícil de entender”, explicou o designer em um post no Instagram. 

robo sementes deserto
Foto: Mazyar Etehadi | Global Grad Show

Não à toa, a solução desenvolvida por Mazyar recebeu o nome de ‘robô semente’, tradução de seedbot, porque tem como objetivo semear o solo arenoso e inabitável do deserto até que ele seja convertido em uma paisagem verde.

O deserto expõe pessoas à condições perigosas e extremamente desgastantes, com temperaturas extremas. Seria muito difícil que alguém pudesse executar o trabalho de semear manualmente estas áreas. Mas, com painéis solares que garantem a energia necessária para o trabalho, o minúsculo robô armazena eletricidade durante o dia e percorre o terreno à noite, de forma autônoma.

Ao identificar áreas férteis, relata e planta sementes com base nos dados recebidos de seus sensores e sistema de navegação. A missão principal do A’seedbot é ajudar a cultivar a terra árida. 

“O ROBÔ ESTÁ EQUIPADO COM PAINÉIS SOLARES PARA CARREGAR DURANTE O DIA E NAVEGAR PELO TERRENO À NOITE, PARA IDENTIFICAR ÁREAS FÉRTEIS, REPORTÁ-LAS E PLANTAR SEMENTES A PARTIR DOS DADOS OBTIDOS DOS SEUS SENSORES E DO SEU SISTEMA DE NAVEGAÇÃO.”

Mazyar Etehadi
robô semente deserto
Foto: Mazyar Etehadi | Global Grad Show

Como funciona?

Mazyar explica que no A’seedbot a forma única está intimamente ligada às funções que o robô tem. O desenho longitudinal do robô pode ser dividido em três partes: “Ver”, “Navegar” e “Plantar”.

Dois sensores ultrassônicos na frente permitem que o robô avalie o terreno à sua frente, enquanto uma cabeça móvel permite olhar em várias direções para escolher o caminho correto.

Uma vez decidido, pernas em forma de pá ajudam o A’seedbot a se locomover e até mesmo a mudar de direção, em movimentos que se assemelham aos de uma foca.

Por último, a extremidade do robô fica apoiada no solo, empurrando rapidamente as sementes para a areia dos locais avaliados. As “pernas” de hélice possuem sensores que rastejam pela areia em busca dos níveis certos de umidade para plantar as sementes.

Sua unidade de processamento interna ajuda o robô a entender o terreno, decidir onde plantar as sementes e monitorá-las a cada poucos dias, enquanto os painéis solares no topo ajudam o robô a perceber a intensidade do sol.

Etehadi explica que o projeto se dirige a diferentes públicos, de entidades governamentais a agricultores, passando por pessoas e organizações que busquem soluções para combater mudanças climáticas.

domingo, 19 de dezembro de 2021

Água subterrânea pode ser alternativa para crise hídrica, dizem pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil

De acordo com Agência Brasil. 


Cidade Nova- Seca expõe ruínas de cidades inundadas para a construção da barragem de Sobradinho, no fim da década de 1970 (Marcello casal jr/Agência Brasil)

Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) sugeriram o uso da água subterrânea como uma possível alternativa ao agravamento do risco hídrico nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Um levantamento sobre o tema divulgado hoje abrangeu as estações hidro meteorológicas operadas nas bacias dos rios Grande, Paranaíba e Tocantins, que representam 80,86% da capacidade de armazenamento de energia do subsistema das duas regiões.

A previsão do SGB é que este ano hidrológico fique entre os anos mais secos da série histórica em diversas localidades em comparação com os anos hidrológicos anteriores, mas por causa da estiagem deste ano estar associada aos déficits dos anos anteriores é esperado um agravamento do risco hídrico.

O uso da água subterrânea, que os pesquisadores sugeriram como alternativa, demanda baixos investimentos e tem baixo impacto ambiental. A Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas (Rimas) tem 72 poços na Região Sudeste e 36 na Região Centro-Oeste, com 108 perfurações na área afetada pela crise hídrica.

“A disponibilidade em qualquer tempo, somada à geralmente boa qualidade natural, boa proteção à contaminação, baixo custo de produção e grande flexibilidade na implantação dos sistemas de captação, tornam essas águas subterrâneas um recurso estratégico”, disse Alice de Castilho, diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB.

Os depósitos de água subterrânea ocorrem em áreas de bacias sedimentares, como a do Rio Paraná, que abarca o Aquífero Guarani. As áreas afetadas pela crise hídrica têm 17 bacias sedimentares, mas a maioria dessas bacias não abrangem regiões metropolitanas. Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal não são ricos em águas subterrâneas, porque não têm área em bacias sedimentares, entretanto, metade da população de Brasília (DF) é abastecida dessa forma.

O SGB calculou a disponibilidade hídrica em cada um dos 2.533 municípios existentes nos estados afetados pela seca. Considerando um valor de 100 litros por habitante por dia, qualificado como elevado, os resultados foram animadores, de acordo com o pesquisador João Diniz.

Chuvas abaixo da média

Segundo o levantamento, o Rio Paraguai apresentou, os menores níveis de água na altura do município de Cáceres (MT), considerando toda sua série histórica de dados, que teve início em 1965.

Na bacia do Rio Tocantins, as vazões do mês de julho de 2021 ficaram abaixo da média histórica. As regiões mais críticas foram Travessão, no Rio Vermelho, no município de Matrinchã (GO), e Barreira da Cruz, no Rio Javaés, no município de Pium (TO).

Segundo o estudo, a precipitação no ano hidrológico atual, que vai de outubro a setembro, está acima da média apenas na área de drenagem da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, na Bacia do Alto Tocantins, em Goiás.

No Sudeste, nas bacias dos rios São Francisco, Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, Doce, Itapemirim, Itabapoana, Paraíba do Sul, Grande e Paranaíba, as vazões preocupam. Dos 51 pontos monitorados, 20 atingiram no mês de julho a vazão mínima de referência.

De acordo com o SGB, a estiagem deste ano vem gerando problemas de armazenamento nos reservatórios, geração de energia, navegação e ameaças ao abastecimento público de água.

As chuvas vêm ocorrendo em quantidade cerca de 7% inferior à média nas áreas de drenagem da Serra da Mesa e Emborcação, de acordo com o SGB. Na Usina Hidrelétrica Nova Ponte, no Rio Araguari, em Minas Gerais, a precipitação está mais de 20% inferior à média. “Por praticamente toda a extensão das bacias analisadas, o total acumulado de outubro a junho de 2021 foi menor do que a média histórica”, atesta o documento.

Em Goiás, em Tocantins e no leste de Mato Grosso, nos rios Manuel Alves, Araguaia, Caiapó, Claro, a precipitação acumulada é a mais baixa de toda a série.


Coreia do Sul dá sinal verde para protótipo de cidade flutuante autossustentável

 Pela CNN

Proposta é acomodar 10 mil pessoas em plataformas interconectadas e resistentes que se adequam ao nível do mar

Os telhados dos edifícios se espalham para fornecer terraços sombreados abaixo.

Os telhados dos edifícios se espalham para fornecer terraços sombreados abaixo.Reprodução / BIG

A cidade sul-coreana de Busan deu sinal verde para o planejamento de um ambicioso assentamento oceânico, com as obras do primeiro bairro programadas para começar no próximo ano.

Composta por uma série de plataformas interconectadas, a proposta da “cidade flutuante” poderá eventualmente acomodar 10 mil pessoas, de acordo com os projetistas, oferecendo às áreas costeiras uma solução drástica para a ameaça representada pela elevação do nível do mar.

O projeto Oceanix, uma colaboração entre designers, arquitetos e engenheiros, revelou os planos para uma cidade “à prova de inundações” em 2019 — desde então, os organizadores têm procurado um lugar para construir os protótipos

No mês passado, o grupo assinou um acordo com a cidade de Busan e a UN-Habitat, a agência de desenvolvimento urbano da Organização das Nações Unidas, para hospedar o primeiro de seus bairros flutuantes na costa da Coreia do Sul.

Pré-fabricadas e depois rebocadas na posição adequada, as plataformas propostas irão subir e descer conforme o mar.

Cada um dos bairros, com um tamanho de cinco acres (pouco mais de 20 mil metros quadrados) foi projetado para abrigar 300 pessoas em prédios de até sete andares.

Por fim, essas comunidades poderão ser organizadas em grandes redes, conectadas via passarelas e ciclovias.

De acordo com o escritório de arquitetura dinamarquês Bjarke Ingles Group (BIG), que gerencia o design, as vizinhanças poderão se agrupar ao redor de uma baía central para formar vilas de até 1650 pessoas.

Ilustração da cidade flutuante / Reprodução / BIG

Essas vilas poderão, em teoria, se juntar para formar uma metrópole de 10 mil habitantes – apelidada de Oceanix City (Cidade Oceanix) – completa, com espaços de trabalho compartilhado, restaurantes, fazendas urbanas e áreas de entretenimento.

A costa sul da Coreia do Sul, onde Busan se localiza, é considerada especialmente vulnerável ao impacto da elevação dos níveis dos oceano.

De acordo com reportagens locais, no ano passado, o Greenpeace coreano alertou que a famosa praia de Haeundae poderá desaparecer até 2030.

E o impacto já está sendo sentido – um estudo publicado na revista científica Sustainability descobriu que, até 2020, a cidade teria sofrido mais danos causados por enchentes do que qualquer outro local da Coreia do Sul nos últimos 10 anos.

Sistemas de circuito fechados

O assentamento proposto foi previsto como “autossustentável”, com residentes capazes de produzir sua própria comida e energia em um “circuito fechado de zero desperdício”.

O design dos bairros terá fazendas compartilhadas, instalações para a produção de alimento usando a técnica de aquaponia e jardins para compostagem. Ao mesmo tempo, fazendas de produção de frutos do mar poderão estar localizadas em torno deles.

Enquanto isso, plataformas não-habitadas poderão ter turbinas e painéis solares instalados, ou serem usadas para crescer bambu para a construção de novos edifícios.

O plano urbano proposto pela BIG leva também em conta a produção de água fresca, com instalações de tratamento de água e de coleta de chuva.

Cidade se adequará ao nível do mar/ Reprodução / BIG

Os arquitetos também preveem frotas de veículos elétricos – de táxis aquáticos e balsas movidas à energia solar – conectando os bairros com outras partes da cidade e também com o continente.

O co-fundador da Oceanix, Itai Madamombe disse por e-mail que o primeiro bairro-protótipo em Busan, será completado em 2025, e com pessoas morando nele.

Ela acrescentou que o projeto está atualmente em discussão com outros 10 governos para implantar a tecnologia desenvolvida em Busan.

Em um comunicado, o prefeito de Busan, Park Heong-joon, saudou o acordo, dizendo: “Com as complexas mudanças que as cidades costeiras enfrentam, precisamos de uma nova visão onde seja possível que as pessoas, a natureza e a tecnologia coexistam”.

O diretor do UN-Habitat, Maimunah Mohd Sharif, descreveu Busan como o local “ideal” para o protótipo.

“Cidades flutuantes sustentáveis são parte do arsenal de estratégias de adaptação climática disponíveis para nós”, disse em um comunicado à imprensa. “Em vez de lutar contra a água, aprendamos a viver em harmonia com ela”.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Fazenda Urbana vence prêmio nacional de design em inovação e bem-estar

Pelo site CicloVivo

O espaço em Curitiba é dedicado à educação para prática 

fazenda agricultura urbana

agrícola sustentável nas cidades.Foto: Daniel Castellano | SMCS 

Por Prefeitura de Curitiba

Com sua Fazenda Urbana, Curitiba conquistou o Design for a Better World Award (DFBW Award), premiação inédita lançada pelo Centro Brasil Design (CBD). O prêmio valoriza iniciativas que impactam de forma positiva a sociedade em busca de um mundo melhor e que são direcionadas para o bem-estar da população indo além do universo usual do design.

Inaugurada em junho de 2020, a Fazenda Urbana da Prefeitura é um inédito espaço no Brasil dedicado à educação para prática agrícola sustentável nas cidades. O local é administrado pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN).

O Vale do Pinhão, ecossistema de inovação da capital, também foi finalista do DFBW Award pela contribuição com iniciativas relacionadas ao design e à criatividade que impactam o maior número de pessoas.

O prêmio teve inscritos de todo o país e, entre os finalistas, 15 foram contemplados com troféus em áreas como design, comunicação, arquitetura e construção, cidades e maker kids. Os vencedores foram anunciados em cerimônia transmitida pela internet.

agricultura urbana
Fotos: Daniel Castellano | SMCS

“A conquista do DFBW Award reforça minha convicção de que cidades inteligentes precisam resgatar o contato do homem com a terra, como fazemos na Fazenda Urbana e no apoio às mais de 100 hortas cultivadas pela comunidade. Nestes espaços, estamos proporcionando aos curitibanos uma experiência vivencial nas principais etapas do ciclo alimentar, desde o plantio da mudinha ao preparo do alimento para o consumo consciente e sustentável”, afirmou o prefeito Rafael Greca, ao comemorar o prêmio.

Um mundo melhor

Letícia Castro, diretora superintendente do Centro Brasil Design, lembrou que, desde 2018, o hub é signatário do Pacto Global da ONU e vem compartilhando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Criamos uma iniciativa chamada Design for a Better World que vinha debatendo o papel do design por um mundo melhor e percebemos que havia uma oportunidade para lançar o prêmio que tem como objetivo dar visibilidade para essas iniciativas e soluções”, conta.

O DFBW Award é direcionado a pessoas, negócios, startups, organizações e iniciativas como a Fazenda Urbana e o Vale do Pinhão que contribuem com soluções para transformar o mundo, nas diversas áreas e nos mais variados usos e aplicações.

agricultura urbana em curitiba
Foto: Daniel Castellano | SMCS

O juri avaliou questões como economia circular, inclusão física e cultural, eficiência energética, redução de resíduos, redução do uso de água, redução da poluição, redução do consumo, materiais menos impactantes, melhoria do meio ambiente ou melhoria do bem-estar das pessoas, maior reciclabilidade, reutilização, reaproveitamento, viabilidade econômica, obsolescência, intercambialidade, design universal, manutenção mais fácil e durabilidade estendida em produtos, processos, serviços e projetos.

Pilares

Segundo Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, design, inovação e sustentabilidade são pilares da estrutura da Fazenda Urbana de Curitiba. Os canteiros das hortas são sustentados com troncos de madeira, canos de PVC ou garrafas PET. Também há hortas suspensas para que cadeirantes possam vivenciar o local plenamente e “jardins comestíveis”, que integram em uma mesma área o cultivo de plantas paisagísticas, hortaliças e frutas, além do uso de materiais reciclados. Já parte da energia para o funcionamento da estrutura vem de fontes renováveis, como a solar, instaladas de forma harmônica no complexo. Os cursos ofertados, por outro lado, orientam a população sobre aproveitamento integral de alimentos e até reaproveitamento da água das chuvas, aspecto importante para o desenvolvimento das plantas.

agricultura urbana
Fotos: Daniel Castellano | SMCS

A Fazenda Urbana recebeu ainda o projeto Jardins de Mel, de criação de abelhas nativas sem ferrão. Os insetos ganharam cinco caixinhas, espalhadas pelo complexo, que vão ajudar, por meio da polinização, a aumentar a qualidade e a produção das hortaliças.

Saiba mais sobre a Fazenda Urbana.

Selo Unesco

Curitiba ainda integra a rede Cidade Criativa do Design da Unesco ao lado de cidades como Buenos Aires (Argentina), Nagoya (Japão), Shenzhen (China), Shangai (China), Bilbao (Espanha) e Graz (Áustria).

Torre de bambu resfria 6°C sem gastar energia

Pelo site CicloVivo

Simples, de baixo custo e eficiente. Saiba como funciona este protótipo!

torre de bambu
Foto: Olivier Dauce

Em 20 de junho de 2020, a temperatura recorde de 38°C foi registrada no Ártico. Um estudo recém publicado aponta que crianças nascidas em 2020 passarão por uma média de sete vezes mais ondas de calor extremo em comparação com nascidos em 1960. No Vietnã, picos de energia são registrados todos os verões devido ao calor, o que exige o uso mais intenso das usinas a carvão e consequentemente a geração de mais poluição. Pensando em soluções locais para enfrentar este problema, o escritório de arquitetura AREP desenvolveu um protótipo simples, econômico e eficiente.

O primeiro passo da equipe foi adotar o princípio adiabático. “Durante séculos, as civilizações antigas resfriaram seus edifícios usando o frescor natural da água. O resfriamento adiabático é uma técnica sustentável que não requer nenhum gás refrigerante. Baseia-se em um princípio simples e natural: para evaporar, a água precisa de energia, que será ‘absorvida’ do calor do ar ambiente, gerando um efeito de resfriamento. Os únicos elementos necessários são ar quente e água”, afirma o escritório. 

Para entender o sistema basta lembrar da sensação de estar perto de um lago dentro do parque em um dia de muito calor. Quanto mais próximo da água, mais sente um ar fresco. Se era preciso apenas de calor e água, os profissionais tinham tudo em Hánoi, capital do Vietnã, onde o projeto foi criado. Assim eles apostaram no resfriamento urbano adiabático. 

O trabalho envolveu famílias locais, ligadas à arte e artesanato, para construir uma torre de bambu em escala real na cidade. Os próprios artesãos foram os responsáveis por construir a estrutura hiperbolóide de bambu. O formato hiperbolóide, inventado em 1896 pelo engenheiro e cientista russo Vladimir Shukhov, permite criar estruturas mais resistentes usando menos materiais.

O sistema é simples, mas fascinante: entre os pólos principais está instalado um meio no qual a água corre por gravidade. Em seu centro está instalado um soprador que pega o ar quente de cima e o empurra para baixo à altura de um homem. Ao cruzar a água duas vezes, o ar é resfriado naturalmente pelo princípio adiabático.

“Fomos capazes de criar um dispositivo funcional, provando a viabilidade de um dispositivo sustentável, low-tech e conceito de baixo custo para refrescar os espaços exteriores da nossa cidade”, entusiasma-se a firma de arquitetura que conseguiu baixar a temperatura externa de 30°C para 24°C com a torre de bambu.

A torre foi projetada no contexto da Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Seul 2021 pensando no Vietnã, que figura em um ranking dos 20 países mais vulneráveis às mudanças climáticas. Além dos efeitos já sentidos, a previsão é que os fenômenos climáticos extremos aumentem em intensidade nos próximos anos. 

Fotos: Olivier Dauce

A ambição dos arquitetos agora é levar a solução para cidades ao redor da bacia do Mediterrâneo ou no Golfo. “Durante os verões quentes e secos, nosso conceito seria ideal para resfriar espaços ao ar livre, como praças públicas, ruas de pedestres ensolaradas ou até edifícios maiores como estações de trem”, garantem.