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domingo, 31 de julho de 2016

Estimulação elétrica do cérebro durante o sono pode melhorar a memória

Scientifcs American - Brasil



Descoberta de benefícios da técnica não invasiva poderá ajudar no tratamento de males como esquizofrenia, depressão e Alzheimer




Quando você dorme, seu cérebro está ocupado armazenando e consolidando as coisas que você aprendeu naquele dia, coisas que você precisará que estejam na sua memória amanhã, na próxima semana ou no próximo ano. Para muitas pessoas, especialmente aquelas com condições neurológicas específicas, defeitos na memória pode ser um sintoma debilitante que afeta o cotidiano de maneiras profundas. Pela primeira vez, cientistas da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte (UNC), EUA, reportaram usar estimulação transcraniana por corrente alternada (tACS, na sigla em inglês) para marcar uma parte específica do cérebro durante o sono e reforçar a memória em pessoas saudáveis.
Os achados, publicados na revista científica Current Biology, oferecem um método não invasivo para ajudar, potencialmente, milhões de pessoas com autismo, Alzheimer, esquizofrenia e depressão profunda.
Por anos, pesquisadores registraram atividade elétrica cerebral que oscila ou se alterna durante o sono; elas se apresentam como ondas em um eletroencefalograma (EEG). Essas ondas são chamadas de fusos de sono, e cientistas suspeitam que estejam envolvidos na catalogação e armazenamento de memórias enquanto dormimos.
"Mas nós não sabíamos se os fusos do sono só permitiam ou realmente faziam que as memórias fossem armazenadas ou consolidadas,” disse o autor sênior Flavio Frohlich, PhD, professor assistente de psiquiatria e membro do Centro de Neurociência da UNC. “Eles podem ser apenas meros produtos de outros processos cerebrais que permitem que o que nós aprendemos seja armazenado como memória. Mas nossos estudos mostram que, de fato, os fusos são cruciais no processo de criação de memórias que precisamos para o cotidiano. E nós podemos focar neles para melhorar a memória.”
Isso marca a primeira vez que uma equipe de pesquisa reportou focar especificamente em fusos do sono sem também incrementar outras áreas naturais de atividade elétrica do cérebro durante o sono. Isso nunca foi feito com estimulação transcraniana por corrente direta (tDCS, na sigla em inglês), a prima mais popular da tACS, em que uma corrente constante de baixa eletricidade é aplicada ao couro cabeludo.
Durante a pesquisa de Frohlich, 16 participantes homens foram submetidos a uma noite de sono com estimulação como parte de um estudo de duas noites.
Antes de irem dormir, os participantes realizaram dois exercícios comuns de memória  - testes de pareamento de palavras associadas e de sequências motoras, que envolvem bater os dedos repetidamente em uma superfície em uma determinada sequência. Durantes as duas noites de estudo, eletrodos foram colocados em locais específicos da cabeça dos participantes. Na primeira noite de sono, cada pessoa recebeu tACS - uma corrente alternada de baixa eletricidade sincronizada com os fusos de sono naturais do cérebro. Na segunda noite de sono, cada pessoa recebeu uma estimulação falsa, que serviu como placebo.
Em cada manhã, pesquisadores fizeram os participantes realizarem os mesmos testes de memória padrão. A equipe de Frohlich não encontrou melhora nos resultados do teste de pareamento de palavras associadas, mas descobriu uma melhora significativa nos testes motores, comparando os resultados da noite de estimulação e da de placebo.
"Isso demonstrou uma ligação causal direta entre a atividade elétrica dos fusos do sono e o processo de consolidação de memória motora.” diz Frohlich.
Caroline Lustenberger, PhD, primeira autora e colega pós-doutora de Frolich em seu laboratório, disse que estão “animados com isso porque sabemos que fusos de sono, junto com a formação da memória, são prejudicados em pessoas com doenças como esquizofrenia e Alzheimer. Nós esperamos que o foco nos fusos de sono possa se tornar um novo tipo de tratamento para déficits cognitivos e danos de memória.”
Frohlich diz que "o próximo passo é tentar a mesma intervenção, o mesmo tipo de estimulação cerebral não invasiva, em pacientes que tenham déficits conhecidos na padrão de atividade dos fusos.”

A equipe de Frohlich usou tACS anteriormente para focar nas oscilações Alfa naturais do cérebro, com objetivo de estimular a criatividade. Isso foi uma prova de conceito: mostrou que era possível focar nessas ondas cerebrais em particular, que são proeminentes no processo de criação de ideias, meditação e divagações. Essas ondas são prejudicadas em pessoas com doenças neurológicas e psiquiátricas, incluindo depressão.



Universidade da Carolina do Norte

Por que nosso leite materno é parecido ao da zebra - apesar de vivermos em ambientes tão distintos?


Bebê e mamadeiraImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionNo Brasil, 50% dos bebês são amamentados pela mãe até completarem 1 ano, segundo Unicef
Nove em cada dez copos de leite cru produzido no mundo vêm de vacas domesticadas. A unidade restante vem principalmente de cabras, búfalas, ovelhas e camelos. Alguns indivíduos consomem o leite de certos ungulados domesticados ou semidomesticados, como alpacas, alces, lhamas e iaques.
A operação mundial de laticínios produz cerca de 700 milhões de toneladas de leite a cada ano. Mas há uma espécie faltando nessa lista de fornecedores de leite: a nossa.
Um levantamento recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta que pelo menos 50% das crianças brasileiras são amamentadas até completar 1 ano de idade.
Nos Estados Unidos, o Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) afirma que mais de 75% das mães americanas ofereceram ao menos alguma quantidade de leite materno para seus bebês em 2013.

Composição variada

Focas-de-cristaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionDevido às condições extremas de seu habitat, o leite das focas-de-crista contém 61% de gordura
Todos os mamíferos são capazes de produzir leite, do ornitorrinco ao canguru e às espécies que se reproduzem mais rapidamente e vivem em clãs, como coelhos, macacos e golfinhos.
Mas como cada espécie tem necessidades distintas e vive em ambientes distintos, seus leites são também muito diferentes entre si. Eles contêm ingredientes semelhantes, mas em distintas proporções.
A foca-de-crista, por exemplo, vive nas águas gélidas do Atlântico Norte. Quando uma fêmea dá à luz, seus filhotes precisam rapidamente formar uma camada interna de gordura para conseguir sobreviver. Isso explica o fato de seu leite conter 61% de gordura e apenas 5% de proteínas e 1% de açúcares.
Como essas focas dão à luz sobre lâminas de gelo para evitar o risco de serem pegas por ursos polares, elas têm pouquíssimo tempo para parir e alimentar seus filhotes. Nos primeiros quatro dias de vida de cada cria, a mãe-foca precisa transferir para cada um até 7 quilos de gordura por dia.
Já animais terrestres, que em geral dispõem de espaço e de um longo período de tempo para nutrir seus filhotes, tendem a amamentar durante muitas semanas ou meses. As mães oferecem um serviço de "demanda livre" ao filhote, que mama quando tem fome. Assim, os nutrientes são fornecidos em pequenas doses. Por isso, o leite de rinocerontes-negros contém apenas 0,2% de gordura, e o leite de gorilas apresenta 1,5% dessa substância.

Mulheres e zebras

ZebrasImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionO leite da zebra é surpreendentemente semelhante ao humano, com cerca de 90% de água
O leite materno humano fica em um ponto mediano entre esses dois extremos. E, assim, como o de todas as espécies, trata-se de um equilíbrio entre as necessidades nutricionais da mãe e as do bebê.
Recém-nascidos humanos exigem um período longo de cuidados após o nascimento. Isso significa que suas mães produzem um leite mais diluído. Se o leite materno fosse tão rico em gordura quanto o da foca-de-crista, as mães não teriam energia suficiente para o resto de suas atividades.
O leite humano contém apenas 4% de gordura, 1,3% de proteínas e 7,2% de lactose. Cerca de 90% do líquido é água.
Segundo as antropólogas Katie Hinde e Lauren Milligan, da Universidade de Harvard e da Universidade de Berkeley, um animal selvagem totalmente diferente de nós produz um leite bastante semelhante ao humano, com 2,2% de gordura, 1,6% de proteínas e 7% de lactose. Trata-se da zebra.
Os dois leites se caracterizam pelo alto conteúdo de água e pela baixa densidade energética, com a maior parte das calorias vinda dos açúcares do que da gordura. Ainda assim, as duas espécies são separadas por 95 milhões de anos de evolução.

Desafios da sobrevivência

É possível que a evolução tenha feito o ser humano produzir um leite mais diluído por causa da taxa de desenvolvimento extremamente lenta de nossos bebês. Já a zebra evoluiu em um ambiente muito seco e árido. Ao oferecerem mais água a seus filhotes, as mães zebras os ajudam a tirar partido dos benefícios da transpiração.
Nossos leites podem ser parecidos do ponto de vista nutricional, mas evoluíram de acordo com diferentes conjuntos de desafios de sobrevivência.
Para entender melhor a evolução do leite, a bióloga Amy Skibiel, da Universidade Auburn, nos Estados Unidos, analisou a composição do alimento de 130 mamíferos diferentes.
Ela descobriu, por exemplo, que espécies relacionadas entre si têm mais chances de ter leites parecidos.
Além disso, outro bom indicador da composição do leite é o tempo que uma espécie passa amamentando. Enquanto a foca-de-crista amamenta por apenas quatro dias, golfinhos-nariz-de-garrafa o fazem ao longo de 18 meses.
Outro indicador é a própria alimentação da mãe: mamíferos carnívoros, como os tigres, têm mais gordura e proteína em seus leites em comparação aos que se alimentam essencialmente de folhas, como girafas e gazelas.
O synapsida, que viveu 160 milhões de anos atrás, é apontado como o primeiro animal produtor de leiteImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionO synapsida, que viveu 160 milhões de anos atrás, é apontado como o primeiro animal produtor de leite

De soro a alimento

É possível que o leite tenha surgido há 160 milhões de anos. E, apesar de sua importância na nutrição de recém-nascidos, estudiosos destacam que as duas principais teorias para a função inicial do alimento apontam que não há nada relacionado à nutrição.
Uma das hipóteses é a de que o leite tenha surgido como um meio de incrementar o sistema imunológico dos bebês. Os anticorpos transmitidos de mãe para filho podem ajudar o pequeno a se proteger de agentes infecciosos a que a mãe está exposta e que podem ser uma ameaça à vida dos mais novos.
A outra tese é a de que o leite surgiu nos mamíferos ovíparos - como o ornitorrinco - como uma substância usada para manter a umidade da casca dos ovos onde o embrião se desenvolve.
Os bebês ornitorrincos se alimentam desse leite materno, mas, em vez de sugar em mamilos, eles lambem o líquido contido em glândulas sudoríparas modificadas.
Portanto, seja qual for o motivo pelo qual o leite evoluiu, é graças a um mamífero colocador de ovos e que viveu há 160 milhões de anos, chamado synapsida, que nós hoje podemos crescer fortes e saudáveis na primeira infância.
Isso sem falar nas invenções que fazem a delícia de nosso paladar durante toda a vida, como a manteiga, o iogurte, os queijos e o sorvete.

A megafábrica do visionário americano que promete revolucionar os transportes e a energia





Vista aérea da MegafábircaImage copyrightTESLA/BBC MUNDO
Image captionA megafábrica da Tesla, localizada no deserto de Nevada (EUA), já opera mas ainda não está pronta
Teria Elon Musk mais dinheiro que juízo? Ou seria o contrário? O que ninguém tem dúvida é que o diretor-executivo da Tesla, empresa pioneira dos carros elétricos, é no momento o mais destacado visionário do Vale do Silício - berço de inovações tecnológicas localizado na Califórnia (EUA).

Com a megafábrica de 13 km², que ainda não opera com sua capacidade plena de produção de baterias e armazenamento de energia, Elon Musk pretende lançar sua revolução própria.
A ideia inicial é acelerar a produção e reduzir os custos das baterias em 30%. Mas o projeto é bem mais ambicioso.
O investimento de US$ 5 bilhões é uma parceria com a japonesa Panasonic e começou a sair do papel em 2014. O plano é ser 100% sustentável, além de contribuir para a fabricação de 500 mil veículos elétricos por ano, como caminhões e ônibus.
Também pretende oferecer painéis solares para o público em geral usar energia limpa e outras tecnologias de armazenamento de energia. A companhia quer ainda lançar uma frota de carros elétricos autônomos (ou seja, que se dirigem sozinhos) para concorrer com o Uber. Tudo isso pode acabar tendo um forte impacto real no mundo no que diz respeito a transporte e uso de energia.
Fábrica de Tesla
Image captionEstima-se que a fábrica seja capaz de gerar 6 mil empregos diretos e outros 10 mil indiretos na região
Com um grupo de jornalistas, a BBC visitou a megafábrica de Musk, localizada a 30 minutos de Reno, no meio do deserto em Nevada (EUA). Por ora, está 14% pronta e já emprega mil pessoas. O enorme complexo deve ficar pronto em 2020.
A primeira impressão de quem visita o espaço é de que não se trata de um mero capricho de um multimilionário. A ideia é reduzir as distâncias e acelerar as fases de produção, hoje fragmentadas em diferentes continentes.
"Quando os custos de transporte se tornam significativos, a maneira mais óbvia para reduzi-los é colocar pelo menos uma megafábrica num mesmo continente (de onde o produto será enviado)", justifica Musk.
Posteriormente, ele quer reproduzir esse modelo de "gigafábrica" ao redor do mundo: "Na Europa, na Índia e na China - no fim das contas, onde quer que haja uma enorme demanda pelo produto final".
São poucas as companhias do Vale do Silício que apostam nesse modelo.
É parte da natureza de Musk lançar ao mundo ideias extravagantes e caras. Ao mesmo tempo, o empresário está sob pressão de investidores para apresentar resultados financeiros concretos.
Quando a BBC perguntou a Musk se a divulgação dos planos da Tesla e a abertura das portas da megafábrica foram uma tentativa para neutralizar o impacto dos possíveis resultados financeiros da companhia, previstos para a próxima semana e que podem ser negativos, Musk respondeu: "Eu não tinha pensado sobre o relatório de ganhos até você mencioná-lo".
Ele também admite que seu plano pode custar "dezenas de bilhões de dólares".
Elon Musk
Image captionElon Musk diz que seu plano pode custar "dezenas milhares de dólares"
Mas são os planos ambiciosos de Musk que atraem recursos para tirar as ideias do papel. Estima-se que o empreendimento seja capaz de gerar 6 mil empregos diretos e outros 10 mil indiretos, na área vizinha à fábrica.
O diretor-executivo da Tesla também tem tentado diversificar sua fonte de recursos. Em março, por exemplo, 325 mil pessoas pagaram US$ 1 mil para reservar um dos modelos de carro a ser fabricado pela Tesla.
O estilo da Tesla contrasta com o da Apple, que costuma manter todos seus projetos sob o mais absoluto sigilo. Musk garante que não tem nenhum receio de que alguém roube as ideias dele.
O executivo da Tesla recorre a uma comparação com o avião de guerra Blackbrid SR-71 - "provavelmente a maior aeronave da história". Ele diz que enquanto for o mais rápido, nunca vai perder uma batalha.
A depender das conquistas do Blackbird, Musk tem um ponto a seu favor. A aeronave nunca perdeu em combate. Mas o jato revolucionário foi aposentado da Força Aérea dos Estados Unidos em 1998, depois que se constatou que se consumia enormes cifras para manter a frota em serviço.

sábado, 30 de julho de 2016

NASA experimenta novos motores para voos espaciais longínquos

Extraído do site do Jornal do Brasil


 Os Engenheiros da NASA realizaram um teste bem-sucedido do motor RS-25 do foguete para o Sistema de Lançamento Espacial (SLS), declara o comunicado da entidade.
"Os engenheiros da NASA realizaram um teste de desenvolvimento bem-sucedido do motor RS-25 No. 0528 em 29 de julho de 2016, para colher dados de desempenho crítico do foguete mais potente no mundo — o Sistema de Lançamento Espacial (SLS)," diz a declaração.
O SLS será alimentado por quatro motores RS-25, juntamente com um par de foguetes de combustível sólido durante a primeira fase de lançamento. Isto permitirá realizar voos espaciais mais longínquos, inclusive a Marte.
A NASA realizou a primeira série de testes de desenvolvimento do RS-25 em 2015. A segunda série começou em 14 de julho e contará com mais quatro provas para verificar os novos parâmetros do controlador do motor e do funcionamento, estando a próxima prevista para 18 de agosto.
Todos os testes de voo do SLS são realizadas no Stennis Space Center da NASA, que deverá sediar os testes de fase de núcleo da primeira missão SLS integrada e das naves espaciais Orion para a missão Exploration Mission-1.

Gene ligado a doença de Stephen Hawking é descoberto graças a desafio do balde de gelo

Pela BBC - Brasil
BBC
Image captionEm apenas dois meses o desafio do balde de gelo arrecadou US$ 115 milhões para pesquisas nos Estados Unidos
O desafio do balde de gelo que viralizou em 2014 conseguiu arrecadar fundos para uma descoberta científica importante: a identificação de um novo gene que contribui para a esclerose lateral amiotrófica (ELA), o NEK1, segundo a ALS Association - que representa pessoas com ELA e outros tipos de doenças do neurônio motor.
A campanha, que estimulava pessoas a compartilharem vídeos do momento em que jogavam baldes de água gelada em si mesmas, tinha o objetivo de conseguir doações para a instituições de caridade ligadas a doenças do neurônio motor, como a ELA.
O desafio foi criticado, mas arrecadou US$ 115 milhões (mais de R$ 377 milhões) e financiou seis projetos de pesquisa.
A pesquisa desenvolvida pelo MinE, um projeto internacional para analisar o genoma de 15 mil pessoas com doenças do neurônio motor, foi publicada na revista especializada Nature Genetics. Trata-se do maior estudo a respeito da ELA hereditária.
Mais de 80 pesquisadores em 11 países procuraram pelo gene da doença em famílias afetadas.
"A análise genética sofisticada que levou a esta descoberta só foi possível por causa do grande número de amostras de ELA disponíveis", disse Lucie Bruijn, da ALS Association.
Getty ImagesImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionMuitos criticaram a campanha afirmando que poucos dos que participavam realmente sabiam o motivo do desafio
A identificação do gene NEK1 abre caminho para que os cientistas desenvolvam uma terapia genética para o tratamento da doença.
Apesar de a forma hereditária da ELA afetar apenas 10% dos pacientes com a doença, os pesquisadores acreditam que a genética contribui com uma porcentagem muito maior dos casos.

Redes sociais

No meio de 2014, as redes sociais e o YouTube foram invadidos por vídeos de pessoas - inclusive celebridades globais - despejando baldes de água gelada sobre as próprias cabeças. Os vídeos foram compartilhados mais de 17 milhões de vezes.
Na época, a campanha foi criticada - dizia-se que poucos participantes sabiam realmente o que estava por trás do desafio.
Os vídeos foram assistidos mais de 440 milhões de vezes.
MND AssociationImage copyrightMND ASSOCIATION
Image captionRedes sociais e o YouTube foram invadidos por vídeos de atores, atrizes despejando água gelada na cabeça, como o britânico Benedict Cumberbatch
A ELA, também conhecida como doença de Lou Gehrig, é um mal neurodegenerativo progressivo e fatal que afeta uma em 400 ou 500 pessoas ao longo de sua vida, segundo os representantes do Projeto MinE. Ao mesmo tempo, estima-se que 2 ou 3 novos casos a cada 100 mil pessoas de ELA sejam diagnosticados por ano. "Sua causa ainda é desconhecida, portanto não há uma cura.
A doença afeta o cérebro e a coluna, ataca os nervos que controlam o movimento e impede o funcionamento dos músculos.
A ELA pode deixar o paciente preso em um corpo que não funciona, sem conseguir se mover, falar e, com o avanço da doença, respirar.
O cientista Stephen Hawking é a pessoa mais conhecida que sofre da doença.

Cientistas desvendam segredo das mudanças no cérebro durante a adolescência



Raio-X cerebral
Image copyrightUNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE
Image captionÁreas com muitas ligações a outras partes do cérebro se desenvolvem rapidamente em adolescentes
Uma equipe da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, identificou as áreas do cérebro que mais se alteram durante a adolescência.
Tomografias cerebrais mostraram que são áreas associadas a processos de pensamento complexo.
Os pesquisadores também descobriram uma ligação entre o desenvolvimento do cérebro do adolescente e doenças como esquizofrenia.
A pesquisa foi publicada na revista especializada PNAS (Proceedings of the National Academy of Science, no original em inglês).
O time do departamento de psiquiatria de Cambridge escaneou os cérebros de 300 jovens entre 14 e 24 anos.
Enquanto as áreas associadas com o funcionamento básico do corpo, como visão, audição e movimento, estão totalmente desenvolvidas na adolescência, as partes ligadas ao pensamento complexo e tomada de decisões ainda estão mudando.
Tais áreas são centros nervosos com várias conexões a outras partes essenciais do cérebro.
Você pode imaginar o cérebro como uma malha aérea global, formada por pequenos aeroportos pouco utilizados e grandes centros de conexão como o aeroporto de Heathrow (Londres), onde há muito tráfego.
O cérebro usa um arranjo semelhante para coordenar nossos pensamentos e ações.
Durante a adolescência, essa rede de grandes centros é consolidada e fortalecida. É um pouco como os grandes aeroportos se tornaram gradativamente mais movimentados ao longo dos anos.
Os pesquisadores então analisaram os genes envolvidos no desenvolvimento desses "hubs" cerebrais e descobriram que são similares àqueles associados com muitas doenças mentais, incluindo esquizofrenia.
A descoberta corrobora o fato de que muitas enfermidades mentais se desenvolvem durante a adolescência, afirma a pesquisadora Kirstie Whitaker.
"Nós revelamos um caminho da biologia das células pelo qual pessoas no final da adolescência podem ter seus prímeiros episódios de psicose", afirmou à BBC.
Muitos estudos já mostraram que, além de fatores genéticos, o estresse durante a infância e adolescência está ligado à ocorrência de doenças mentais.
Os novos achados indicam que maus tratos, abusos e negligência podem continuar a prejudicar o desenvolvimento de importantes funções cerebrais durante os cruciais anos da adolescência, contribuindo para a emergência de problemas mentais.

Sintomas de esquizofrenia:
  • Delírios
  • Dificuldade de concentração
  • Sentir que o corpo é controlado por outra pessoa
  • Alucinações
  • Perda de interesse, energia e emoções

O coordenador da pesquisa, Ed Bullmore, diz acreditar que a descoberta de um elo biológico entre o desenvolvimento cerebral do adolescente e o início de doenças mentais possa ajudar cientistas a identificar grupos de risco para essas enfermidades.
"Ao entendermos mais sobre o risco de esquizofrenia, isso nos dá uma oportunidade de tentar identificar indivíduos com possibilidade de se tornar esquizofrênicos no futuro próximo, nos dois ou três anos seguintes, e talvez oferecer algum tratamento útil para prevenir o aparecimento de sintomas clínicos."
O estudo também ajuda a compreender melhor as mudanças de comportamento e humor do adolescente durante o desenvolvimento cerebral normal.
"As regiões que mudam mais são associadas ao pensamento complexo e tomada de decisões. Isso mostra que adolescentes estão numa jornada rumo à vida adulta, para se tornarem alguém capaz de conectar todos esses fragmentos de informação", afirma Whitaker.
"É uma etapa muito importante. Você provavelmente não gostaria de ser criança por toda a vida. É uma fase poderosa e importante que devemos passar para nos tornarmos o melhor e mais capacitado adulto que possamos ser."

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Sensor detecta sinais magnéticos das células nervosas

Redação do Site Inovação Tecnológica 



Sensor detecta sinais magnéticos das células nervosas
O sensor faz a leitura do nervo de uma cobaia (em cima), produzindo leituras claras e precisas. [Imagem: Kasper Jensen/NBI]
Magnetômetro
Pesquisadores dinamarqueses construíram um sensor capaz de detectar os campos magnéticos de intensidade extremamente baixa gerados pelo funcionamento das células humanas, como os neurônios e as células do músculo cardíaco.
O corpo humano é tipicamente controlado por impulsos elétricos, cujo movimento cria campos magnéticos. Esses campos já são usados em exames médicos, como a ressonância magnética, mas exigem equipamentos grandes e caros, baseados em ímãs supercondutores resfriados próximo do zero absoluto.
O novo sensor, que é pequeno e funciona a temperatura ambiente - na verdade na temperatura corporal -, detecta os campos magnéticos e gera uma leitura óptica, permitindo seu uso em uma ampla gama de aplicações, sobretudo no campo da saúde, eventualmente na substituição dos equipamentos atuais por aparelhos mais simples e mais baratos, até portáteis.
Além disso, como o sensor consegue calcular a velocidade com que os impulsos nervosos estão se movendo, ele poderá ser usado na detecção de um grande número de doenças nas quais os nervos ficam danificados, como na esclerose múltipla, em que os impulsos nervosos se movem mais lentamente, ou em doenças oculares, onde será possível fazer o diagnóstico sem ter de colocar eletrodos no olho.
Sensor à distância
O sensor tem aproximadamente 1 centímetro de comprimento e 1 milímetro de largura. Para fazer a leitura do campo magnético, basta aproximá-lo de um nervo, por exemplo. O pulso elétrico da célula nervosa gera um campo magnético que altera o spin dos átomos no interior do sensor, alteração essa detectada por um laser.
"O sensor óptico de campo magnético é baseado em um gás de átomos de césio presos em um pequeno recipiente de vidro. Cada átomo de césio é equivalente a uma pequena barra de ímã, que é afetada por campos magnéticos externos. Os átomos e, assim, os campos magnéticos, são monitorados usando luz laser," explica o professor Kasper Jensen, da Universidade de Copenhague.
Outra vantagem é que os campos magnéticos podem ser lidos a uma distância de vários centímetros das células nervosas, o que significa que o sensor não precisa entrar em contato com o corpo.
"É importante que o sensor não esteja diretamente em contato com o corpo, por exemplo para o diagnóstico de problemas cardíacos em fetos. O sensor de campo magnético é colocado no abdômen da mãe e você pode detectar facilmente e com segurança o batimento cardíaco do feto, podendo diagnosticar problemas cardíacos em uma fase inicial, para que o feto possa começar o tratamento certo rapidamente," disse Eugene Polzik, membro da equipe.

Bibliografia:

Non-invasive detection of animal nerve impulses with an atomic magnetometer operating near quantum limited sensitivity
Kasper Jensen, Rima Budvytyte, Rodrigo A. Thomas, Tian Wang, Annette M. Fuchs, Mikhail V. Balabas, Georgios Vasilakis, Lars D. Mosgaard, Hans C. Stærkind, Jörg H. Müller, Thomas Heimburg, Søren-Peter Olesen, Eugene S. Polzik
Nature Scientific Reports
Vol.: 6, Article number: 29638
DOI: 10.1038/srep29638