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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Cientistas estão mais perto de impedir a metástase do câncer

Extraído do site da Revista Exame.com





Corrente sanguínea: para que o câncer se espalhe, as células do tumor precisam entrar e sair da corrente sanguínea de um jeito rápido e eficiente


câncer por si só já é uma doença assustadora. E a metástase é a sua face mais perigosa - quando um câncer primário cai na corrente sanguínea, pode se espalhar rapidamente por qualquer parte do corpo e se tornar uma ameaça mortal.
Agora, um grupo de pesquisadores alemães acredita ter encontrado o segredo do mecanismo de migração do câncer - que também pode conter a chave para impedir que ela aconteça.

A metástase começa quando algumas células individuais se separam do tumor principal e entram no sistema circulatório. Dali, elas viajam livremente para qualquer parte do corpo, mas também estão mais vulneráveis ao sistema imunológico.
Por isso, para que o câncer se espalhe, as células do tumor precisam entrar e sair da corrente sanguínea de um jeito rápido e eficiente.
Cientistas do Instituto Max Planck e da Universidade Goethe descobriram a estratégia que os tumores mochileiros usam para fugir dos vasos sanguíneos. Eles precisam atravessar a barreira do endotélio, que "forra" o interior dos vasos.
Para isso, eles tiram proveito de um mecanismo natural das células e direcionam o ataque a uma molécula especial, chamada de "Receptor da Morte 6".
As nossas células já são programadas para "suicídios coletivos" - e isso é totalmente normal. Quando sofrem danos no DNA, infecções de vírus ou se tornam obsoletas, elas simplesmente morrem.
Podem fazer isso de um jeitinho organizado e silencioso, chamado de apoptose, ou mais escandaloso, chamado de necroptose, que causa uma resposta inflamatória no corpo.
Algumas moléculas são chamadas de Receptores da Morte porque são elas que recebem o sinal de suicídio programado do corpo.
O que os cientistas observaram em laboratório é que os tumores ativam o Receptor da Morte 6 fora de hora, mas ele faz o seu trabalho mesmo assim: leva à necroptose, um dos tipos de autodestruição das células nos arredores.
E aí a barreira endotelial fica fraca e vulnerável à passagem das células cancerosas para outros órgãos do corpo. O câncer usa essa brecha para se espalhar, concluíram os alemães.
Descobrir um dos "meios de transporte" da metástase já seria um avanço e tanto, mas os pesquisadores também tentaram impedir a movimentação do tumor.
Para isso, eles desabilitaram o Receptor da Morte 6 em ratinhos geneticamente modificados. Deu certo: os animais apresentaram menos necroptose e menos metástase.
Os resultados são extremamente promissores para a batalha contra o câncer. Mas ainda estamos longe de bloquear totalmente a metástase.
Primeiro, os pesquisadores precisam ter certeza que desabilitar o RM6 não vai trazer outros problemas para o corpo. Depois, precisam confirmar se os resultados vistos em ratos se repetem em células humanas.
Por último (e mais importante): o câncer é uma doença inteligente - ele se desenvolve e se espalha de formas terrivelmente complexas.
Mal chegamos perto de entender como funciona a metástase na corrente sanguínea e já aparecem sinais de que os tumores podem se espalhar sem usar o sistema circulatório.
Ou seja: uma solução só não vai resolver todos os casos, mas pode aumentar as chances de sobrevivência de muita gente.


Terra vive nova época geológica, defendem cientistas

Da Deutsche Welle





Para grupo de especialistas, impacto da ação humana sobre o planeta pôs fim ao Holoceno e marca início de nova época, chamada Antropoceno. Recomendação, apresentada em congresso de geologia, aguarda aprovação oficial.

A ação do homem sobre a Terra é tão impactante que justificaria a declaração de uma nova época geológica, segundo acredita um grupo internacional de cientistas. A recomendação foi apresentada nesta segunda-feira (29) ao Congresso Internacional de Geologia, que ocorre na África do Sul.
Para os especialistas, a época denominada Antropoceno, ou "Nova Idade do Homem", teria se iniciado em meados do século 20, entre as décadas de 40 e 50, quando houve dispersão de material radioativo após testes com bombas nucleares, o que causou impacto significativo no planeta.
Segundo os cientistas, porém, há uma série de outros sinais que podem servir de justificativa para a declaração de uma nova época, como a poluição por plástico, a fuligem do ar e até mesmo as ossadas deixadas pela proliferação global de galinhas domésticas, criadas para alimentar a população.
Especialistas se referem ao período desde os anos 50 como a "Grande Aceleração", e uma olhada nos gráficos que mostram as mudanças químicas e socioeconômicas na Terra a partir dessa data deixa evidente o porquê de tal denominação.
As concentrações de dióxido de carbono, metano e ozônio estratosférico no ar, as temperaturas da superfície terrestre, a acidificação dos oceanos, a captura de peixes marinhos, as perdas de floresta tropical, o crescimento populacional, a construção de grandes barragens, o turismo internacional – todos esses indicadores decolaram a partir de meados do século 20.
Para os cientistas, um dos principais culpados é o aquecimento global, impulsionado pela queima de combustíveis fósseis. "Muitas dessas mudanças são duradouras geologicamente, e algumas são praticamente irreversíveis", justifica o estudo apresentado na Cidade do Cabo.
Para que o Antropoceno seja de fato declarado realidade, a recomendação do grupo de cientistas – denominado Working Group on the Anthropocene (WGA) – precisa ser aprovada oficialmente, o que pode levar pelo menos dois anos, já que exige a ratificação de vários organismos acadêmicos.
Os geólogos dividem a história da Terra em distintas épocas. Atualmente, segundo o consenso vigente, vive-se o Holoceno, que teve início há quase 12 mil anos com o fim da última era glacial.
O termo Antropoceno foi introduzido nos anos 2000 pelo biólogo americano Eugene Stoermer e pelo meteorologista holandês Paul Crutzen. Desde então, a denominação é constantemente utilizada no meio acadêmico e defendida por muitos grupos de cientistas, apesar de não oficial.

Em 2016, energia eólica no Brasil passou a ter condições de produzir 10 GW

Agência Brasil



O setor de energia eólica no Brasil passou a ter, em 2016, capacidade instalada de 10 gigawatts (GW) em cerca de 400 parques com mais de 5,2 mil aerogeradores em operação. Com isso, a fonte de energia renovável, considerada moderna, representa 7% da matriz energética brasileira e registra 80% de nacionalização.
Pelos números do setor, em 2015, a energia eólica abasteceu mensalmente uma população equivalente a todo o Sul do país e gerou 41 mil postos de trabalho. Os investimentos feitos desde 1998 somaram R$ 60 bilhões. Ainda no ano passado, a energia eólica teve participação de 39,3% na expansão da matriz, enquanto a hidrelétrica ficou com 35,1% e a termelétrica 25,6%.
Os números foram divulgados quarta-feira (30) na abertura da 7º Wind Power 2016, encontro anual do setor, no Centro de Convenções Sulamérica, região central do Rio, e a perspectiva é que o setor continue em crescimento. A presidenta executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Élbia Gannoum, disse que estão contratados perto de 9 GW em 2016 e a previsão é chegar a 2020 com 18,4 GW de capacidade instalada.
“Em termos de matriz, atualmente, nós somos a fonte mais competitiva e com diferença razoável para a segunda ou terceira fonte, tendo em vista que não falamos mais em grandes projetos hidrelétricos, que são os mais competitivos. Então, hoje alcançamos o patamar da primeira fonte mais competitiva do país. Hoje, já estamos partindo para chegar em 2020 como a segunda fonte de energia do país e somos o setor da economia que mais cresce. O quarto país do mundo que mais investe, o oitavo que mais gera energia eólica e o décimo país em capacidade instalada”, disse.
Desafios
Para a presidenta, o grande desafio será contratar os próximos 10 GW que permitirão chegar perto de 30 GW de capacidade instalada, em 2030, diante de algumas barreiras. De curtíssimo prazo, Élbia apontou o crescimento econômico que justifique uma quantidade razoável de contratação de energia. “É um desafio enorme conseguir contratar. A gente vai ter o leilão de reserva este ano. O governo sabiamente está contratando para manter o sinal de investimento na cadeia produtiva”, disse.
Élbia disse que o setor de energia eólica tem condição de responder rapidamente caso a economia brasileira retome o crescimento. “Vejo que os setores de infraestrutura em geral, em particular energia e energia renovável, a capacidade deles de resposta é muito rápida, seja do ponto de vista da construção de um parque, que se faz em um ano e meio, seja da retomada efetiva de investimentos. Nós já estamos recebendo muitos investidores de fora, interessados no Brasil, porque eles já estão fazendo a leitura da mudança chave do cenário político e econômico e a retomada de crescimento”.
Financiamentos
Élbia está confiante na abertura de financiamentos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor e ficou satisfeita com a declaração da presidenta do banco, Maria Sílvia Bastos, de que a energia renovável é prioridade para a instituição.
“As condições de financiamento vão se manter. Eles vão fazer alguns ajustes no sentido de chamar mais os bancos comerciais. Eles querem o mercado no financiamento do setor”, disse. “Nós precisamos trabalhar com os bancos privados para tornar o setor de infraestrutura do Brasil mais robusto. Hoje temos um setor de financiamento, que quem financia é o banco de fomento, banco de desenvolvimento. O Brasil é um mercado enorme, então, temos muitas possibilidades. Só que alguém precisa ser o ator, começar este processo e a Maria Sílva está dizendo que o BNDES vai fazer isso. Acho muito bom”.
De acordo com a executiva, por causa da energia limpa que produz, o Brasil é um dos poucos países que têm a capacidade de cumprir os acordos do clima de Paris, a Conferência Mundial do Clima (COP21), com tranquilidade e sem custo. “O Brasil é muito rico em recursos renováveis para produção de energia e pode fazer a opção de uma matriz limpa para o futuro, renovável, sem a necessidade de fazer subsídios, porque as fontes renováveis no Brasil são as mais competitivas”.
Metas na COP 21
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Eduardo Azevedo, que estava no encontro representando o ministro Fernando Coelho Filho, e destacou a importância das energias renováveis para o Brasil cumprir as metas que assumiu na COP 21.Azevedo disse que o governo estuda as formas de leilões de fontes complementares como eólica com solar e biomassa, além de biogás e gás natural. “A forma de hibridização está sendo estudada, de forma que possa colocar isso o mais rápido possível, talvez no começo do ano que vem”.
Sobre a nova data do leilão de transmissão, marcado para outubro, o secretário informou que o adiamento do certame foi porque ele precisava ter mais competitividade e estar mais aderente às necessidades do planejamento. “Se a gente coloca grande quantidade de lotes para ser licitados e tem poucos empreendedores no mercado, o mercado vai escolher e não o governo. Então, dentro do planejamento a gente está refazendo o rol de projetos que vão para o leilão e criando maneiras de tornar mais competitivo”.

Cães distinguem palavras e entonações com mesma região do cérebro humano

Pela France Presse




Cientistas analisaram atividade cerebral de 13 cachorros.
Trabalho foi realizado por pesquisadores de universidade em Budapeste.




Cientistas analisaram atividade cerebral de 13 cachorros (Foto: Borbala Ferenczy/MR Research Center/AP)Cientistas analisaram atividade cerebral de 13 cachorros (Foto: Borbala Ferenczy/MR Research Center/AP)
Os cães conseguem distinguir palavras e entonações através da mesma região do cérebro que a usada pelos humanos, de acordo com um novo estudo sobre como o melhor amigo do homem interpreta nossa linguagem publicado pela revista "Science"
O trabalho realizado por pesquisadores da Universidade Eotvos Lorand, de Budapeste, mostra que o cérebro canino é capaz de interpretar tanto o que dizemos e como dizemos.
Os cães, como os humanos, usam o hemisfério esquerdo do cérebro para interpretar palavras e regiões do hemisfério direito para analisar a entonação.
O centro de prazer do cérebro é ativado apenas quando as palavras de gentileza e elogio são acompanhadas pela entonação apropriada, segundo determinaram os pesquisadores.
As observações sugerem que os mecanismos neurais de processamento de palavras evoluíram muito antes do que os cientistas acreditavam e que não são algo específico dos humanos.
Ao conviver com palavras faladas em um ambiente familiar, a compreensão do significado dessa palavra pode se desenvolver mesmo em cérebros de animais incapazes de falar, segundo mostra o estudo.
"O cérebro humano não apenas analisa separadamente o que dizemos e como dizemos, como também integra os dois tipos de informação, para chegar um significado unificado", afirmou Attila Andics, um dos pesquisadores da Eotvos Lorand University.
"Nossas descobertas sugerem que os cães também podem fazer tudo isso e usam mecanismos cerebrais muito similares", uma descoberta que poderá facilitar a compreensão e a cooperação entre cães e humanos.
Os cientistas estudaram 13 cães que tinham sua atividade cerebral escaneada enquanto ouviam seus donos falando.
Eles descobriram que os cães ativavam uma mesma área do cérebro para distinguir entre entonações neutras e afetuosas.
Também identificaram que a mesma parte do cérebro canino interpreta sons não verbais que emulam emoções.
A mesma área do cérebro humano tem um papel similar, sugerindo que os mecanismos de interpretação da entonação não são específicos ao discurso humano.
"O que torna as palavras intrinsecamente humanas não é uma capacidade neutra especial, mas nossa intenção de como usá-las", concluem os cientistas.

Produção de hidrogênio solar bate recorde mundial de eficiência

Redação do Site Inovação Tecnológica 



Produção de hidrogênio solar bate recorde mundial de eficiência
Partindo de componentes baratos e já testados, o sistema solar-químico gera hidrogênio com uma eficiência de 14,2%. [Imagem: Infini Lab/EPFL]
Hidrogênio solar
Como podemos armazenar a energia solar ou a energia eólica para os momentos em que o Sol não brilha ou o vento não sopra? Uma solução é convertê-la em hidrogênio através da eletrólise da água.
A ideia é utilizar a corrente elétrica produzida por um painel solar ou gerador eólico para quebrar as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio. O hidrogênio, um combustível limpo, pode então ser armazenado para uso futuro para produzir eletricidade sob demanda, ou como um combustível em células a hidrogênio.
Mas é aqui que as coisas ficam complicadas. Embora diferentes tecnologias de produção de hidrogênio solar - muitas vezes também chamadas de fotossíntese artificial - venham dando resultados promissores em laboratório, elas ainda são muito instáveis ou caras, e precisam ser melhor desenvolvidas para uso em escala comercial.
Recorde mundial na produção de hidrogênio
Conhecendo as deficiências das abordagens já utilizadas, pesquisadores suíços decidiram combinar componentes que já se provaram eficazes em larga escala, em utilizações na indústria, para desenvolver um sistema que fosse robusto e eficaz.
O protótipo é composto pela interligação de três células solares inovadoras, que produzem altas tensões, acopladas a um sistema de eletrólise que não depende de catalisadores de metais raros, como a platina ou o ródio, tradicionalmente utilizados.
O dispositivo mostrou-se capaz de converter a energia solar em hidrogênio a uma taxa de 14,2% e funcionou pelas mais de 100 horas ininterruptas que durou o teste inicial.
Produção de hidrogênio solar bate recorde mundial de eficiência
As células solares de heterojunção, que geram tensões mais elevadas, foram cruciais para o sucesso do novo sistema de produção de hidrogênio solar. [Imagem: EPFL/Shine Project]
"Um sistema de 12 a 14 metros quadrados permitiria a geração e armazenamento de hidrogênio suficiente para abastecer um carro de célula a combustível [para que ele rode] 10.000 km a cada ano," disse Christophe Ballif, da Escola Politécnica Federal de Lausane.
Além da estabilidade do processo, em termos de desempenho este é um recorde mundial para a produção de hidrogênio a partir de células solares sem o uso de metais raros.
Alta tensão e níquel
A chave para o desenvolvimento foi tirar o máximo de cada um dos componentes existentes, e utilizar um tipo de híbrido de célula solar de silício cristalino conhecida como "célula de heterojunção". Sua estrutura de sanduíche, composta por camadas de silício cristalino e silício amorfo, permite gerar tensões mais altas.
E isto significa que apenas três dessas células interligadas conseguem gerar uma tensão quase ideal para que a eletrólise ocorra. A parte eletroquímica do processo usa um catalisador feito de níquel, um metal largamente disponível.

Bibliografia:

Solar-to-Hydrogen Production at 14.2% Efficiency with Silicon Photovoltaics and Earth-Abundant Electrocatalysts
Jan-Willem Schüttauf, Miguel A. Modestino, Enrico Chinello, David Lambelet, Antonio Delfino, Didier Dominé, Antonin Faes, Matthieu Despeisse, Julien Bailat, Demetri Psaltis, Christophe Moser, Christophe Ballif
Journal of The Electrochemical Society
Vol.: 163, issue 10, F1177-F1181
DOI: 10.1149/2.0541610jes

Distante de Marte, NASA volta-se para asteroides

Redação do Site Inovação Tecnológica 



Distante de Marte, NASA volta-se para asteroides
A sonda robótica OSIRIS-REx vai estudar e capturar uma amostra do asteroide Bennu. [Imagem: NASA]
Amostra virgem de asteroide
Ainda sem planos ou datas definidas para uma sonhada missão a Marte, a agência espacial norte-americana parece estar concentrando esforços na exploração de corpos celestes muito menores, mas também muito mais fáceis de se alcançar: os asteroides.
Além dos entraves impostos pelo custo de uma missão interplanetária, os asteroides de fato são objetos interessantes, tanto do ponto de vista científico, como do ponto de vista econômico: eles são potenciais alvos da mineração espacial.
A NASA está às vésperas de lançar a primeira missão para buscar uma amostra de um asteroide puro, que não tenha sido deformada e contaminada pela reentrada na atmosfera da Terra - os asteroides viram meteoros enquanto se queimam na reentrada, e meteoritos depois que caem no solo.
A sonda espacial OSIRIS-REx deverá ser lançada no próximo dia 8 de Setembro. Sua principal missão será coletar e trazer de volta uma pequena amostra - entre 60 gramas e 2 quilogramas - do asteroide Bennu.
A sonda chegará ao asteroide em 2018, fará seu mapeamento e o estudará com seus cinco instrumentos científicos durante alguns meses, e então usará um braço robótico para coletar uma amostra, que deverá retornar à Terra em 2023.
"O lançamento da OSIRIS-REx será o começo de uma jornada de sete anos para retornar amostras virgens do asteroide Bennu. A equipe construiu uma nave maravilhosa e estamos bem equipados para estudar o asteroide Bennu e voltar com nosso tesouro científico," entusiasma-se o professor Dante Lauretta, da Universidade do Arizona e líder científico da missão.
Distante de Marte, NASA volta-se para asteroides
A missão ARM também deverá capturar um pedaço de um asteroide. [Imagem: NASA]
Asteroide inteiro
Antes mesmo da decolagem da OSIRIS-REx, a NASA já está trabalhando em uma outra missão, chamada ARM (Asteroid Redirect Mission), esta com objetivos mais ambiciosos.
A ideia inicial era capturar um asteroide e trazê-lo para uma órbita mais próxima da Terra, onde ele pudesse ser explorado por missões tripuladas. Mais recentemente, contudo, a NASA vem se referindo à missão como uma tentativa de capturar rochas na superfície de um asteroide.
A sonda robótica de captura do asteroide deverá ser lançada em Dezembro de 2021, enquanto a missão tripulada inicialmente prevista para sua exploração deveria voar em 2026.
Ambas incluem testes de tecnologias e de equipamentos que poderão ser utilizados para uma futura missão a Marte.
A NASA anunciou que a missão ARM acaba de passar pelo chamado "Ponto de Decisão Chave B", com o estabelecimento de um cronograma e a aprovação dos recursos necessários para o desenvolvimento e construção da nave, avaliada em US$1,4 bilhão.

Também está marcada para a primeira semana de Setembro a competição final que escolherá o projeto de um robô capaz de percorrer a superfície de um asteroide e capturar amostras. Sete equipes finalistas competem pelo prêmio de US$1,3 milhão, que ajudará no desenvolvimento do projeto vencedor.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

NASA encerra simulação de missão a Marte de um ano

Com informações da BBC 



NASA encerra simulação de missão a Marte de um ano
A simulação foi feita no Havaí, em uma região que lembra as condições do solo marciano. [Imagem: NASA]
Isolamento marciano
Um grupo de seis pessoas completou um experimento realizado pela NASA no qual simularam como seria viver em Marte por um ano.
Eles conviveram em isolamento quase total, em um ambiente fechado no Havaí, sem acesso ao mundo exterior, sem comida fresca e sem privacidade.
Especialistas estimam que uma missão humana ao planeta vermelho levaria de um a três anos. Em 2011, na Rússia, um experimento similar de uma viagem simulada a Marte isolou seis homens durante 520 dias.
O grupo contava da NASA contava com três homens e três mulheres, com formações em astrobiologia (estuda a origem e o futuro da vida no Universo), física, arquitetura e geologia, além de um jornalista e um piloto.
Durante a simulação, o grupo teve de viver com recursos rigorosamente calculados, usar roupas de astronauta todas a vezes que precisava sair da tenda e, principalmente, trabalhar para evitar conflitos pessoais.
A comandante da missão, Carmel Johnston, disse que não ter privacidade por um ano não foi fácil: "É como dividir o quarto com colegas que estão sempre presentes, e você nunca consegue se distanciar deles - tenho certeza de que todo mundo consegue imaginar como é conviver assim com qualquer pessoa."
NASA encerra simulação de missão a Marte de um ano
A falta de privacidade foi apontada como a maior dificuldade pelos participantes. [Imagem: NASA]
Escolher bem as pessoas
Apesar disso, após os 12 meses de simulação, os seis participantes afirmaram estar confiantes.
"Posso dar minha impressão pessoal, que é a de que a missão para Marte no futuro próximo é realista", afirmou o francês Cyprien Verseux, que integra o grupo. "Acredito que os obstáculos tecnológicos e psicológicos podem ser superados."
O norte-americano Tristan Bassingthwaghte, arquiteto pela Universidade do Havaí, elogiou a missão: "Essa pesquisa é vital no momento em que for preciso escolher a equipe (que irá a Marte), descobrir como as pessoas se comportam de verdade em diferentes tipos de missões e lidar com o fator humano em viagens espaciais, colonizações ou o que mais estiver sendo analisado", disse o arquiteto.

Bateria de zinco armazena 450 watts/h por litro

Redação do Site Inovação Tecnológica 



Bateria armazena 450 watts/h por litro
Esquema de funcionamento da bateria de íons de zinco. [Imagem: Dipan Kundu et al. - 10.1038/nenergy.2016.119]
Bateria de íons de zinco
Químicos da Universidade de Waterloo, no Canadá, desenvolveram uma bateria de íons de zinco que é segura, barata e durável.
Com base no preço dos materiais utilizados, ela tem potencial para custar metade do preço das baterias de íons de lítio, apresentando uma durabilidade nunca antes alcançada por dispositivos do seu tipo.
Em vez do lítio, a bateria usa zinco, um material muito mais abundante e mais barato, além de eliminar compostos tóxicos e inflamáveis.
Intercalação
A bateria usa materiais seguros, sais à base de água não-inflamáveis, não tóxicos e com um pH neutro.
Ela é formada por um eletrólito à base de água, um eletrodo positivo de óxido de vanádio e um eletrodo negativo de zinco metálico.
A bateria gera eletricidade através de um processo reversível chamado intercalação, no qual íons de zinco carregados positivamente são oxidados no eletrodo negativo de zinco metálico, viajam através do eletrólito e se inserem entre as camadas de óxido de vanádio. Isto gera um fluxo de elétrons no circuito externo, criando uma corrente elétrica. Durante o carregamento, ocorre o processo inverso.
As baterias de lítio também operam por intercalação - de íons de lítio - mas elas usam materiais flamáveis e mais caros.
Quatro critérios
Segundo Dipan Kundu e seus colegas, seu protótipo representa a primeira demonstração da intercalação de íons de zinco em um material de estado sólido que satisfaz quatro critérios essenciais: alta reversibilidade, taxa de carga e descarga e capacidade adequadas e não formação de dendritos de zinco.
No estágio atual, a bateria suportou mais de 1.000 ciclos de carga e descarga com retenção de 80% da capacidade e uma densidade de energia de 450 watts-hora por litro de solução.

Bibliografia:

A high-capacity and long-life aqueous rechargeable zinc battery using a metal oxide intercalation cathode
Dipan Kundu, Brian D. Adams, Victor Duffort, Shahrzad Hosseini Vajargah, Linda F. Nazar
Nature Energy
Vol.: 1, Article number: 16119
DOI: 10.1038/nenergy.2016.119

Camuflagem sísmica: proteção antiterremoto é melhor que o esperado

Redação do Site Inovação Tecnológica 




Camuflagem sísmica: proteção antiterremoto é melhor que o esperado
A simulação mostra as ondas de choque atingindo o prédio não protegido (esquerda), enquanto o prédio com o escudo sísmico praticamente não sente nenhum abalo (direita). [Imagem: Marco Miniaci et al. - 10.1088/1367-2630/18/8/083041]
Manto da invisibilidade contra terremotos
Os mantos de invisibilidade antiterremotos já estão sendo testados em escala de laboratório com resultados promissores.
E esses resultados poderão ser ainda melhores, conforme indicam novos cálculos e um novo projeto proposto por Marco Miniaci e equipe da Universidade de Torino, na Itália.
As camuflagens sísmicas são construídas com metamateriais, materiais artificiais capazes de lidar com ondas de forma cuidadosamente calculada.
O campo é tão recente - as primeiras propostas de um manto de invisibilidade contra terremotos foram feitas em 2009 - que a cada dia os pesquisadores conseguem levar em conta novos comportamentos desses materiais, novas formas de implantação e, por decorrência, novas maneiras de lidar com as ondas.
O trabalho de Miniaci mostrou agora que as camuflagens sísmicas poderão ser implantadas ao redor de áreas urbanas inteiras já construídas, não precisando ser instaladas apenas em prédios novos, que já as incorporem desde o projeto.
Isso é essencial para a proteção de áreas históricas, evitando perdas irreparáveis como as que ocorreram recentemente na região de Amatrice, na Itália.
Proteção de prédios e áreas vulneráveis
Os cálculos mostraram que a blindagem de estruturas vulneráveis, usando metamateriais em grande escala - que inibem a propagação das ondas sísmicas através de efeitos de interferência - pode ajudar a proteger áreas grandes, sem qualquer modificação direta nos edifícios existentes na região.
Um dos escudos sísmicos mais simples e mais eficazes proposto pela equipe envolve escavar 2 ou 3 fileiras de cavidades em forma de cruz igualmente espaçadas no solo.
Camuflagem sísmica: proteção antiterremoto é melhor que o esperado
O escudo sísmico é formado por estruturas com formatos de cruz e cilindro, construídas ao redor da área a ser protegida. [Imagem: Marco Miniaci et al. - 10.1088/1367-2630/18/8/083041]
"As dimensões exatas vão depender do tipo de solo e da faixa de frequência do escudo," explicou Miniaci. "Para condições de solo arenoso e baixa frequência de excitações sísmicas, a largura, espaçamento e profundidade das cavidades, que deverão ser revestidas com concreto para evitar que o solo circundante colapse, pode chegar a 10 metros."
Para aumentar o desempenho da estrutura antiterremoto, a equipe propõe adicionar cavidades cilíndricas de 2 metros de diâmetro.
"Os próximos passos envolverão testes experimentais utilizando modelos em escala, em laboratórios geotécnicos sísmicos e de vibração," disse Miniaci. "Isso permitirá a validação das estruturas propostas e ajudará a planejar os primeiros projetos nesse campo."

Bibliografia:

Large scale mechanical metamaterials asseismic shields
Marco Miniaci, Anastasiia Krushynska, Federico Bosia, Nicola M Pugno
New Journal of Physics
Vol.: 18 (8): 083041
DOI: 10.1088/1367-2630/18/8/083041

"Fada magnética" é flagrada por telescópios espaciais

Com informações da ESA



Fada magnética é flagrada por telescópios espaciais
Esta imagem é parte do mapa magnético que o telescópio traçou, exatamente na forma como os cientistas estão analisando os dados. [Imagem: ESA and the Planck Collaboration]
Erupção da Estrela Polar
Não, isto não é uma impressão artística, tão comumente vista na apresentação de observações astronômicas.
Também não é uma visão de cores verdadeiras, como veríamos se estivéssemos a bordo de uma nave espacial, mas representa a colorização dos dados reais dos campos magnéticos obtidos pelo telescópio espacial Planck.
Ou seja, esta imagem é parte do mapa magnético traçado pelas observações do telescópio, exatamente na forma como os cientistas estão analisando os dados.
A curiosidade é que esta porção do mapa magnético do Planck parece mostrar algo etéreo e fantástico: Uma figura semelhante a uma fada emergindo de chamas ardentes e caminhando em direção ao lado esquerdo do quadro.
Esta ilusão de fogo é na verdade produzida por um elemento celestial conhecido como "Erupção da Estrela Polar" (Polaris Flare). Mesmo este nome é um tanto enganador, porque o fenômeno não é uma erupção - como as erupções solares, por exemplo -, mas sim um feixe de filamentos ondulados de poeira com 10 anos-luz de largura, localizado na constelação de Ursa Menor, a cerca de 500 anos-luz de distância de nós.
Ondas em um mar de poeira cósmica
Usando uma combinação de observações dos telescópios com uma simulação de computador, os astrônomos agora acreditam que os filamentos da Erupção da Estrela Polar podem ter sido formados por ondas de choque lentas se propagando através de uma nuvem interestelar densa, um acúmulo de poeira cósmica fria e gás que se encontra entre as estrelas da nossa galáxia.
Estas ondas de choque, que lembram os estrondos sônicos formados por ondas sonoras rápidas aqui na terra, poderiam elas próprias ter sido desencadeadas por estrelas próximas que explodiram e perturbaram o ambiente ao seu redor, provocando uma grande nuvem de ondas de turbulência.
Em outras palavras, a imagem retrata ondas em um mar de poeira cósmica - e não chamas, como parece - detectadas por suas emanações magnéticas.
Linhas magnéticas
A Erupção da Estrela Polar está localizada perto do Pólo Norte Celeste, um ponto perceptível no céu alinhado com o eixo de rotação da Terra. Estendendo-se pelos céus dos hemisférios norte e sul, esta linha imaginária aponta para os dois polos celestes. Para encontrar o Pólo Norte Celeste, basta localizar a Estrela Polar, a estrela mais brilhante na constelação de Ursa Menor. Mas foi só nos últimos anos que os telescópios espaciais, como o Herschel e o Planck, começaram a mostrar que a Erupção da Estrela Polar tinha seus segredos.
As linhas através da imagem mostram a direção média do campo magnético da nossa galáxia na região que contém a Erupção da Estrela Polar. Elas foram traçadas com base na emissão polarizada da poeira cósmica.
Grãos de poeira interestelar são afetados pelo campo magnético da galáxia e entrelaçados com ele, o que os faz alinhar-se preferencialmente no espaço. Isto leva à emissão da poeira, que exibe uma orientação preferencial que pode ser detectada pelos telescópios - a emissão da poeira é calculada a partir de uma combinação de observações de várias frequências, enquanto a direção do campo magnético é baseada em dados de polarização do Planck a 353 GHz.

As linhas que traçam a "fada magnética" cósmica representam as intensidades dessas emissões.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Um Oscar para Oscar Niemeyer

Extraído do site Obvious
Por: Angelo Rafael



Sobre a confluência das vontades e a genialidade de um homem

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O Açude Velho é o marco zero da maior cidade do interior do nordeste brasileiro: Campina Grande-Paraíba. Construído pelo governo da província em 1824 e concluído em 1830 para enfrentar a grande seca que assolava a região naqueles tempos. Em 1845 e 1877 teve grande importância na amenização da seca como fonte hídrica.
A UEPB – Universidade Estadual da Paraíba, neste ano de 2016, celebra seu jubileu de ouro como uma das mais promissoras e referenciadas universidades estaduais do país. A sua missão junto ao ensino, pesquisa e extensão, por meio do desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e social, com o respaldo do grande número de mestres, doutores e pós-doutorados contribui para a formação do seu corpo discente capaz de formar as mudanças necessárias ao desenvolvimento da sociedade moderna.
Oscar Niemeyer (1907 – 2012), chamado de “o arquiteto do século”. Deixou um fabuloso legado de mais de 500 obras para a humanidade, a exemplo do complexo monumental de Brasília e de muitas outras referências públicas e privadas. Dono de uma genialidade ímpar, fez das curvas pura poesia e do concreto, do aço e do vidro, maleáveis formas, que ora desafiam a gravidade, ora nos impactam com o peso e leveza do seu traço. Nos (des)conforta a alma: Arte! arqui.jpg outdoor.jpg
Quando do encontro destes três eixos, local histórico, instituição e gênio, nasce o que espanta enquanto encanta. E assim, o Museu de Arte Popular da Paraíba é a última obra realizada em vida pelo noto arquiteto. A construção nasceu como um monumento à genialidade e à vontade humana. A área é de 2.000 m2 e a localização foram inspiradoras para solução de sobrepor os espaços. São três discos de concreto, aço, vidro e granito, com um deles pairando sobre o espelho d´água, embasado em cálculos referenciais e precisos de cabos estruturais, que se aprofundam a 20 metros abaixo do solo, fixados em rochas. O acesso se dá por duas rampas numa inclinação de 8 %, como anéis de saturno, com guarda-corpos de placas de vidro altamente resistentes, diferentes e numerados para o exato posicionamento. 3pand.jpg MC_museuartepopular08.jpg
Quem passa pela rua e pela calçada pode contemplar a vista do espelho d’água e do museu, que recebe o nascer e o por do sol, simbologia de vida e de luz, já cartão postal da cidade. O Complexo ganhou um codinome muito carinhoso: “Museu dos Três Pandeiros”. Em se tratando de um espaço voltado à Cultura Popular, cujo formato dos discos parece com um pandeiro, foi de fácil comparação com o noto instrumento musical tão popular no nordeste do Brasil. São três temas para os três espaços: Música, Artesanato e Literatura de Cordel. A UEPB dispõe de vários acervos importantes como o de Literatura de Cordel, que conta com mais de 16 mil itens, sendo o de mais importância afora os de Lisboa, cerca de 2.000 peças de artesanato e o acervo musicográfico completo de Jackson do Pandeiro, Marinês e em formação o da Família Ramalho: Elba Ramalho , Zé Ramalho e a publicação das obras da dramaturga Lourdes Ramalho. Na Vidraça da Fama, transparência no céu nordestino, todos os nomes dos músicos, cantores e compositores paraibanos. O museu tem acervos permanentes e trabalhará também com exposições temporárias e temáticas. No encalço da cultura popular, faz um trabalho de catalogação das oralidades musicais dos poetas populares importantes para a música brasileira, cujo acervo está à disposição de estudiosos e pesquisadores. mapp.jpg
As ações do Inventário dos Ofícios Paraibanos é uma iniciativa de resgate, fomento, restruturação oral e iconográfica dos ofícios e seus mestres, que ainda trabalham nas manufaturas oriundas da migração dos saberes lusos por conta da colonização, alguns em extinção. E, corpos à frente, o fruto destes saberes: o rico artesanato local e regional. Certamente a confluência de vontades fez e encantou Oscar Niemeyer, para que num sopro deixasse para a humanidade tão delicada e extraordinária obra. Um “Oscar” para Oscar! IMG_8215.JPG

Mas... as fontes de energia renováveis são mesmo renováveis?

Extraído do site Obvious
Por: Alexandre Beluco


As "energias renováveis" vêm sendo consideradas como alternativa e vêm sendo estudadas com maior atenção já há algumas décadas. Entre elas, podem ser incluídas a energia solar (em suas várias formas), a energia eólica, a energia hidrelétrica, a energia de ondas e de correntes oceânicas, a energia das marés, a energia oceanotérmica, a energia geotérmica, entre várias outras. Mas... essas formas de energia são mesmo renováveis?


As "energias renováveis" (ou "energias alternativas", como também são denominadas) são um conjunto de fontes de energia que vêm sendo cada vez mais estudadas desde principalmente a primeira crise do petróleo, do início dos anos 70. Essas fontes de energia começam a representar uma alternativa real para obtenção de suprimentos de energia frente as dificuldades ambientais e geopolíticas representadas pelo consumo nos níveis atuais de combustíveis fósseis.
A energia eólica já é utilizada há muitos séculos.
Entre as energias renováveis podem ser listadas: a energia solar térmica (em suas várias formas, "ativas" e "passivas"), a energia solar fotovoltaica, a energia eólica, a energia hidrelétrica, a energia de ondas oceânicas, a energia de correntes oceânicas, a energia de marés, a energia oceanotérmica, a energia obtida de diferenças de salinidade, a energia geotérmica, a energia de biomassa, os biocombustíveis, entre ainda algumas outras.
A energia solar vem sendo cada vez mais aproveitada de modo direto por meio de módulos fotovoltaicos.
O que permite que essas fontes de energia sejam denominadas como renováveis? É o fato de estarem disponíveis na natureza, sob a forma de fluxos de energia, dos quais uma parte é desviada para conversão em eletricidade (pela praticidade oferecida por essa forma de energia para ser transportada a grandes distâncias) e obtenção de suprimentos de energia para nosso uso. Esses fluxos de energia estão sempre presentes, independentemente da presença ou da ação do homem.
Os oceanos constituem uma alternativa para obtenção de suprimentos de energia. A ilustração mostra o aproveitamento da energia de marés.
A grande fonte de energia, que movimenta a maioria dessas fontes listadas acima, é o Sol. Ele por exemplo provoca as condições necessárias para o deslocamento de massas de ar, alimentando a energia eólica. Ele também movimenta o ciclo da água, levando-a em seus três estados físicos a circular entre a atmosfera e a superfície do planeta, alimentando a energia hidrelétrica. Além do Sol, o calor existente no interior do planeta Terra (responsável pela energia geotérmica) e o movimento conjunto do Sol, da Terra e da Lua (responsável pela energia das marés) são as outras fontes responsáveis pelas energias citadas acima.
Com o crescimento da demanda por suprimentos de energia, vem sendo necessário buscar recursos renováveis em locais antes não explorados.
Mas... essas fontes de energia são mesmo renováveis?
Sendo o Sol o principal motor dessas fontes de energia e sabendo que o Sol é uma estrela e que ocupa uma determinada posição na escala evolutiva das estrelas, sabemos atualmente que algum dia o Sol vai se extinguir, passando ainda por outros estágios diferentes desse estágio atual. Desse modo, vindo a se exinguir algum dia e deixando essas fontes de energia sem sua fonte básica de energia, é possível afirmar que esses recursos energéticos não são renováveis.
Do mesmo modo, se a Terra e a Lua não forem destruídas pelo Sol ao longo de sua evolução ou se não forem destruídas por algum outro evento astronômico, a energia interna da Terra algum dia se esgotará completamente, Além disso, chegarão também o "dia" em que a Lua "cairá" na Terra e o "dia" em que ambos "cairão" no Sol. Quando isso acontecer, também as outras formas de energia, a energia geotérmica e a energia das marés, perderão seus motores.
Por outro lado, considerando que esses eventos catastróficos listados acima devem acontecer provavelmente apenas depois de transcorrido um período de tempo bastante longo adiante ainda da própria existência da humanidade, ou seja, em muitos e muitos milhões de anos a frente, então é possível afirmar que essas fontes de energia, estando sempre disponíveis enquanto precisarmos delas, podem ser consideradas renováveis.
Resumindo então, a pergunta proposta no título deste artigo pode ser respondida de dois modos. Considerando as escalas de tempo astronômicas, essas energias algum dia vão se esgotar e não podem ser consideradas renováveis. Por outro lado, considerando escalas de tempo mais modestas, comparáveis por exemplo ao tempo de existência da humanidade, essas energias podem ser consideradas renováveis, estando sempre disponíveis para obtenção de suprimentos de energia.