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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A arriscada tarefa de desmantelar um submarino nuclear


Extraído da BBC - Brasil
Por: Paul Marks


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Image captionCentenas de submarinos nucleares já foram desmantelados nos Estados Unidos e na Rússia

Submarinos nucleares há tempos povoam o mundo da ficção científica. Em filmes como Caçada ao Outubro Vermelho (1990) ou seriados de TV como Viagem ao Fundo do Mar, eles sempre são retratados como instrumentos de poderio geopolítico deslizando em silêncio pelas profundezas dos oceanos em missões ultrassecretas.
Mas no fim de sua vida útil, esses submarinos se tornam nada mais do que perigos flutuantes, carregados de um letal combustível nuclear gasto que é extremamente difícil de ser removido.
Equipes militares já tiveram que ir a extremos inimagináveis para poder dar fim às numerosas e combalidas frotas de submarinos de ataque e lançadores de mísseis balísticos que foram reunidas pelas potências mundiais nas últimas décadas.
O resultado é a existência de alguns dos mais estranhos "cemitérios industriais" do planeta espalhando-se da costa noroeste dos Estados Unidos até Vladivostock, na Rússia, pelo Círculo Polar Ártico.

'Aquário radioativo'



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Image captionMesmo esvaziados e desmantelados, os cascos dos submarinos continuam radioativos

Esses "lixões" submarinos podem assumir várias formas. Na ponta mais degradada do espectro, no Mar de Kara, ao norte da Sibéria, reatores e combustível espalhados pelo leito a 300 metros de profundidade.
Acredita-se que até o início dos anos 90, os russos teriam continuado a descartar seus submarinos nucleares aqui da mesma maneira com que se livravam dos modelos a diesel: afundando-os no oceano.
O depósito de submarinos a diesel nas enseadas da Baía de Olenya, na Península de Kola, na Rússia, é uma visão chocante: proas enferrujadas com torpedos expostos, torres de controle corroídas tombadas e cascos arrebentados.
Segundo a Bellona Foundation, organização de monitoramento ambiental com sede em Oslo, na Noruega, os soviéticos transformaram o Mar de Kara em "um aquário de lixo radioativo". O leito do oceano está tomado por cerca de 17 mil contêineres de dejetos radioativos de uso naval, 16 reatores nucleares e cinco submarinos nucleares completos – um deles com seus dois reatores ainda repletos de combustível.
Recentemente, a região do Mar de Kara tem sido cada vez mais explorada por empresas de petróleo e gás natural. Segundo Nils Bohmer, diretor da Bellona, a perfuração acidental desses dejetos pode, em teoria, romper o invólucro de reatores ou o revestimento de varetas de combustível, liberando radionuclídeos em áreas pesqueiras.

Esvaziados e removidos



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Image captionReatores nucleares de submarinos russos armazenados perto de Vladivostok

Já os "cemitérios" oficiais de submarinos nucleares são muito mais visíveis – é possível até "visitá-los" com o Google Earth. Basta dar um zoom no maior depósito de lixo nuclear dos Estados Unidos, em Hanford, no Estado de Washington, na Baía de Sayda, na Península de Kola, ou ainda nos estaleiros perto de Vladivostok, também em solo russo.
São fileiras e mais fileiras de gigantescos contêineres de aço, cada um com cerca de 12 metros de comprimento. Em Hanford, eles foram perfilados em valas térreas e esperam serem sepultados para sempre. Na base submarina de Pavlovks, perto de Vladivostok, eles flutuam nas águas do Mar do Japão, amarrados a um pier. Esses "latões" são tudo o que resta de centenas de submarinos nucleares.
O processo de desmantelamento de uma embarcação como essa é altamente meticuloso. Primeiro, o submarino "defunto" é rebocado até uma doca tornada segura para a retirada do combustível. Ali, todos os líquidos no compartimento dos reatores são drenados. Cada tanque é, então, removido e colocado em um barril, que por sua vez é enfileirado para ser descartado em uma usina de armazenamento e reprocessamento.
Nos Estados Unidos, esse lugar é o Naval Reactor Facility, no Laboratório Nacional de Idaho. Na Rússia, a usina de produção e reprocessamento de plutônio de Mayak, na Sibéria, é o destino final desses submarinos.
Apesar de o maquinário dos reatores – geradores a vapor, bombas, válvulas e canos – não conterem mais urânio enriquecido, seus metais são considerados radioativos por causa das décadas de bombardeamento de nêutrons destruindo seus átomos.
Por isso, depois da remoção do combustível, o submarino é levado até uma doca em terra, onde o compartimento que abrigava o reator e duas outras seções vazias de cada lado são cortados. Depois, espessos lacres de aço são soldados em cada saída.
A Rússia também usa essa técnica porque os países ocidentais temiam que os processos menos rigorosos usados pelo país aumentassem os riscos de materiais nucleares caírem nas mãos "erradas".
Na Baía de Andreeva, perto de Sayda, por exemplo, os russos ainda armazenam combustível nuclear gasto de 90 submarinos dos anos 60 e 70.
Em 2002, os países do G8 deram início a um programa de desmantelamento que previa a transferência de know-how americano. Isso envolveu a melhoria de tecnologias e de armazenamento na estação de Severodvisnk e a construção de uma doca seca para armazenar os reatores destruídos.

Riscos ainda presentes

Mas Bohmer afirma que nem sempre foi possível descontinuar submarinos dessa maneira. Alguns dos equipamentos soviéticos tinham reatores resfriados por metal líquido, uma mistura de chumbo e bismuto que retira calor do miolo, em vez do reator de água pressurizada, mais comum.
Em um reator defunto, a mistura de chumbo e bismuto congela e se torna um bloco sólido e impossível de manejar.
Segundo Bohmer, dois submarinos como esse ainda não foram descontinuados e tiveram que ser levados para uma doca extremamente remota na Baía de Gremikha por questões de segurança.
Usando o método da "unidade de três compartimentos", a Rússia já desmantelou 120 submarinos nucleares da Frota do Norte e 75 submarinos de sua Frota do Pacífico. A França também usou o mesmo procedimento.
Na Grã-Bretanha, no entanto, os submarinos nucleares da Marinha são projetados para que o módulo do reator seja removido sem precisar destruir compartimentos do meio.

Pressão ambientalista

Os planos do governo britânico de desmantelar 12 submarinos defuntos estacionados em Devonport, no sul da Inglaterra, e sete em Rosyth, na Escócia, não devem ser colocados em prática tão cedo, enquanto ainda não se decide para onde serão levados.
Isso tem causado preocupação entre as comunidades vizinhas a esses locais, já que o número de submarinos descontinuado está aumentando.
Grupos ambientalistas também fizeram um alerta sobre o armazenamento de combustível nuclear nos Estados Unidos. O laboratório em Idaho é o destino final de todo o combustível gasto desde que o primeiro submarino nuclear, o Nautilus, foi desenvolvido, em 1953.
"O combustível gasto é armazenado acima da superfície, mas o resto dos dejetos estão enterrados acima do aquífero que alimenta o rio Snake, e a prática deve continuar por mais 50 anos", diz Beatrice Brailsford, do Snake River Alliance, grupo de lobby ambientalista.
Mesmo cercado de altas medidas de segurança, o material radioativo pode ocasionalmente vazar das maneiras mais inesperadas. Tanto o laboratório em Idaho quanto a base em Hanford já sofreram vazamentos raros de radiação por causa dos ventiladores que resfriam os tanques de dejetos, soprando água contaminada pela região ao redor das usinas.

Planos de mais submarinos

Essas medidas caras e de longo prazo não parecem deter a vontade das potências mundiais de construir novos submarinos nucleares. "Não há nenhum indício de que a Marinha americana acredite que esses submarinos tenham sido menos do que um sucesso estelar, e já está construindo equipamentos para substituí-los", afirma Edwin Lyman, analista de políticas nucleares da Union of Concerned Scientists, um grupo de pressão de Cambridge, Massachusetts.
Os Estados Unidos não estão sozinhos: a Rússia tem quatro novos submarinos sendo construídos em Severodvinsk e pode montar outros oito antes de 2020. A China também está fazendo o mesmo.
Ao que parece, os cemitérios de submarinos e os depósitos de combustível gasto continuarão movimentados.

Aquecimento pode tornar Golfo Pérsico inabitável, diz estudo


Extraído da BBC Brasil

(Thinkstock)Image copyrightThinkstock
Image captionAumento de temperatura devido à mudança climática impediria corpo humano de se resfriar através do suor, dizem cientistas

Fortes ondas de calor provocadas pelo aquecimento global podem limitar a sobrevivência humana em países do Golfo Pérsico até o final deste século, revela uma nova pesquisa realizada por cientistas americanos.
Segundo eles, o aumento da temperatura devido à emissão de gases de efeito estufa impediria o corpo humano de se resfriar através da transpiração, ameaçando cidades como Abu Dhabi, Dubai, Doha ou no litoral do Irã.
Conduzido pelos professores americanos Jeremy Pal e Elfatih Eltahir, ambos do MIT (Massachusets Institute of Technology), em Boston, nos Estados Unidos, o estudo aponta que ondas de calor mais intensas do que as registradas até agora se tornariam constantes a partir de 2070.
"Nossos resultados revelam um lugar do globo onde a mudança climática, na ausência de reduções significativas das emissões de gás carbônico, impactará severamente a habitabilidade humana no futuro", escreveram os cientistas em artigo publicado na revista científica Nature Climate Change.
Eles preveem ainda que o clima futuro em muitas localidades do globo será semelhante ao verificado atualmente no deserto de Afar, no lado africano do Mar Vermelho, onde não há indício de assentamentos humanos.
A pesquisa, contudo, afirma ser possível contornar o destino trágico se as emissões de gases de efeito estufa forem reduzidas.
O Golfo Pérsico, onde a população vem aumentando rapidamente, sofreu neste ano uma de suas piores ondas de calor, com temperaturas chegando a 50°C, e causando inúmeras mortes.
"Esperamos que uma informação como essa possa ser útil em fazer com que os países da região se interessem pela redução das emissões de gases de efeito estufa. Eles têm um interesse vital em apoiar medidas que ajudam a a reduzir a concentração de CO2 no futuro", disse Eltahir.
Países ricos da região, como a Arábia Saudita, vem frequentemente tentando frustrar negociações de mudanças climáticas a nível internacional. Por trás disso, está a continuidade da exploração de petróleo e gás, principais fontes da economia dessas nações.

Modelos matemáticos


(Thinkstock)Image copyrightThinkstock
Image captionCidades como Abu Dhabi, Dubai ou Doha poderiam ficar ameaçadas

O estudo analisou como a combinação de temperatura e umidade, chamada de Temperatura de bulbo úmido (WBT, em inglês), aumentaria se as emissões de dióxido de carbono continuarem a manter a tendência atual e se a temperatura global subir 4°C neste século, conforme previsões anteriores.
Segundo os cientistas, quando a WBT ultrapassa 35°C, o forte calor e a umidade tornariam fisicamente impossível para o ser humano mais condicionado se resfriar com o suor, com consequências fatais após seis horas.
Para pessoas menos condicionadas, a WBT fatal seria inferior a 35º C. A temperatura WBT de 35°C ─ uma combinação de 46°C de calor e 50% de umidade ─ foi quase alcançada em Bandar Mahshahr, no Irã, em julho deste ano.
Para chegar às conclusões, os pesquisadores usaram modelos matemáticos para mostrar que as temperaturas extremas poderiam ocorrer a cada uma ou duas décadas após 2070 ao longo da maior parte da costa do Golfo, se o aquecimento global não for interrompido.
Usando uma medida normal de temperatura, o estudo revelou que os termômetros passariam a marcar em média 45°C durante o verão, enquanto que poderia chegar a 60°C no Kuwait.
Perto da costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita, onde se localizam Meca e Jedá, a WBT não deve passar do limiar dos 35°C, mas ficaria em torno de 32°C ou 33°C.
Ainda assim, segundo os cientistas, o cenário inviabilizaria o Hajj, a peregrinação anual que os muçulmanos fazem à cidade sagrada de Meca.
"Um dos rituais do Hajj – o dia de Arafah – exige que os fiéis rezem em uma localidade fora de Meca do nascer ao pôr do sol. Mas sob essas condições, seria muito difícil realizar esses rituais em áreas abertas", disse Elthair.

Ar condicionado?


(Thinkstock)Image copyrightThinkstock
Image captionGolfo sofreu neste ano com temperaturas altas

O ar condicionado continuaria protegendo as pessoas em áreas fechadas, dizem os cientistas.
Eles alertam, contudo, que países mais pobres do Golfo teriam dificuldades financeiras de custear a infraestrutura.
No Iêmen, por exemplo, a WBT poderia alcançar 33°C, próxima ao limiar de sobrevivência.
"Sob tais condições, o aquecimento global provocaria a morte prematura dos mais fracos ─ a saber, crianças e idosos", disse.
A região do Golfo Pérsico é vulnerável a altas temperaturas por causa de tendências meteorológicas regionais. Durante o verão, o céu limpo permite ao sol aquecer fortemente as águas do Golfo, que são rasas e portanto se aquecem mais rápido do que as dos oceanos. Como resultado, o aquecimento do mar também produz maior umidade, afetando, principalmente, as cidades costeiras.

Bateria de ar-lítio em automóveis poderá rivalizar com gasolina

Redação do Site Inovação Tecnológica 



Bateria de ar-lítio em automóveis poderá rivalizar com gasolina
Esquema mostra a formação de hidróxido de lítio no eletrodo de grafeno na presença de iodeto de lítio. No carregamento, o iodeto é oxidado em iodo, que ajuda a remover o hidróxido de lítio e reformar o eletrodo. [Imagem: Tao Liu/Gabriella Bocchetti/Clare P. Grey]
Baterias de última geração
Um novo protótipo funcional de uma bateria de lítio-oxigênio - ou lítio-ar - renovou as esperanças de um avanço no campo das baterias, mostrando como resolver vários dos problemas que têm limitado o desenvolvimento desses dispositivos promissores.
A bateria tem uma densidade de energia muito alta, tem 90% de eficiência e pode ser usada e recarregada mais de 2.000 vezes.
As baterias de lítio-oxigênio, ou lítio-ar, têm sido apontadas como as baterias "definitivas" devido à sua elevada densidade teórica de energia, que é pelo menos 10 vezes maior do que uma bateria de íons de lítio. Essa alta densidade de energia seria comparável à da gasolina, viabilizando carros elétricos de grande autonomia com baterias custando apenas 20% e igualmente pesando apenas 20% em relação às atuais.
Contudo, há vários desafios práticos que precisam ser vencidos antes que as baterias de lítio-ar tornem-se uma alternativa viável à gasolina e ao etanol, assim como acontece com outras tecnologias buscando "baterias de última geração" - como as baterias de lítio-silício, as microbaterias, as baterias líquidas, as baterias de lítio-enxofre e até as baterias feitas com vírus.
Química da bateria
Agora, pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, demonstraram como alguns desses obstáculos podem ser superados. Eles criaram um protótipo de uma bateria de ar-lítio que superou de longe todas as tentativas anteriores.
Tao Liu e Clare Grey usaram um eletrodo de carbono altamente poroso - formado, no limite, por folhas de grafeno - e aditivos que alteram as reações químicas que fazem a bateria funcionar, o que a tornou mais estável e mais eficiente.
Em protótipos anteriores, a formação de peróxido de lítio durante o descarregamento - o período em que a energia da bateria é usada - junta-se com uma série de outras reações indesejáveis que atacam o eletrólito e reduzem a eficiência global da bateria. Além disso, as partículas de descarga acabam entupindo os pequenos poros do eletrodo receptor.
Bateria de ar-lítio em automóveis poderá rivalizar com gasolina
Níveis progressivos de aumento mostrando a macroporosidade do eletrodo de óxido de grafeno. [Imagem: Tao Liu et al. - 10.1126/science.aac7730]
Para contornar estes problemas, Liu projetou sua bateria para produzir hidróxido de lítio (LiOH) em vez de peróxido de lítio (Li2O2). Um passo essencial foi a adição de iodeto de lítio como mediador, o que reduziu a resistência e reações químicas indesejáveis que chegavam a inutilizar a bateria, tornando-a muito mais estável após vários ciclos de carga e descarga.
Um outro avanço importante foi o uso de óxido de grafeno reduzido como eletrodo de recepção. Os poros maiores desse material permitiram uma maior captura dos cristais de descarga.
Bateria de ar-lítio prática
Estas melhorias, gerando alta eficiência e alta ciclagem, prometem acelerar o desenvolvimento de uma bateria de lítio-ar comercialmente viável.
No entanto, embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores reconhecem que uma bateria de lítio-ar prática não deverá se tornar realidade antes de uma década de novos desenvolvimentos.
"O que conseguimos é um avanço significativo para esta tecnologia e indica áreas inteiramente novas de investigação - não resolvemos todos os problemas inerentes a esta química, mas nossos resultados mostram rotas rumo a um dispositivo prático," disse a professora Clare Grey, cuja equipe se destacou ao descobrir o mecanismo que faz as baterias de lítio eventualmente explodir.

Bibliografia:

Cycling Li-O2 batteries via LiOH formation and decomposition
Tao Liu, Michal Leskes, Wanjing Yu, Amy J. Moore, Lina Zhou, Paul M. Bayley, Gunwoo Kim, Clare P. Grey
Science
Vol.: 350, ISSUE 6260, 530-533
DOI: 10.1126/science.aac7730

Transição para economia de baixo carbono custaria US$3 trilhões anuais

Com informações da Agência Brasil 

O investimento necessário para a transição para uma economia global de baixo carbono é de US$ 3 trilhões por ano, sendo US$ 1 trilhão apenas no setor de energia.
A estimativa foi feita por estudiosos do clima de todo o mundo e apresentada durante o seminário Rio Clima 2015, que teve nesta terceira edição o tema Transição para economias de baixo carbono.
O evento, cujos debates foram fechados ao público, é preparatório para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), que ocorrerá de 30 de novembro a 11 de dezembro, em Paris. Participaram do encontro especialistas do Brasil, França e Estados Unidos.
Investimentos em energia limpa
O representante do Climate Reality Project, Ken Berlin, afirmou que, no ano passado, foram investidos US$ 270 bilhões em energias renováveis, o que não é suficiente para fazer a diferença necessária na geração de energia limpa. Para ele, trata-se de um número muito grande, mas que acrescentou apenas 6% na geração de energias renováveis.
"Isso não é suficiente. Os estudos recomendam o investimento de US$ 500 bilhões por ano até 2020 e US$ 1 trilhão até 2030. Estamos falando de um investimento muito grande para substituir de verdade os combustíveis fósseis por um sistema de energia com fontes renováveis", acrescentou.
Climate Reality é uma organização do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, um dos principais ativistas da mitigação dos efeitos das mudanças climáticas no mundo.
Moeda do clima
Durante o seminário, a delegação francesa apresentou o mecanismo de precificação positiva do carbono, que reconhece o valor social e econômico proporcionado pela redução das emissões do gás (carbono) e visa canalizar recursos do sistema financeiro para projetos ambientais.
De acordo com o diretor-executivo do Centro Brasil no Clima, Alfredo Sirkis, a ideia é que as discussões sobre a criação da chamada "moeda do clima" comecem na COP 21. Ele explica que 40 países já têm alguma iniciativa nesse sentido: "É uma forma de você ajudar nessa transição para a economia de baixo carbono, porque você está assumindo aquilo que se chama de externalidade, ou seja, as consequências externas onerosas da poluição, que quase nunca são calculados".
Segundo Sirkis, não faz parte do preço do carvão, por exemplo, a análise das doenças respiratórias que ele provoca e a quantidade de internações hospitalares e o ônus que isso representa para o sistema de saúde pública. Ele ressalta ainda que "a partir do momento que você começa a taxar o carbono, você está levando em conta essas externalidades".

Segundo ele, as atuais discussões sobre os investimentos na transição para a economia de baixo carbono estão em torno de US$ 100 bilhões. "US$ 1 trilhão seria para energia e outros US$ 2 trilhões para o conjunto de infraestrutura, estamos falando do planeta como um todo, o conjunto de países. De qualquer maneira, isso é muito, muito, muito acima do que as cifras que são discutidas nas reuniões de convenções do clima. A grande discussão é como é que vai chegar a US$ 100 bilhões em 2020 lá no Fundo Verde do Clima. US$ 100 bilhões é quase nada perto do que realmente é necessário".

Protótipo de SSD da Samsung tem 16 TB de capacidade e super velocidade

Extraído do site canaltech



 Samsung SSD PM1725

A Samsung está “vestindo a camisa” dos SSD (solid-state drive), considerados a evolução do tradicional disco rígido. Dessa vez, a empresa revelou que está testando um novo modelo chamado PM1725 que, mesmo ainda sendo um protótipo, já atingiu resultados impressionantes: com 16TB de capacidade de armazenamento, o SSD processa informações a uma incrível velocidade de 6,2 GB por segundo.
Nos testes de leitura, a Samsung conseguiu mais de 1 milhão de operações de input/output por segundo (IOPS) com o novo modelo, número bastante superior ao atingido pelos SSD disponíveis atualmente no mercado. Quanto às velocidades de escrita, o PM1725 chegou aos 343 mil IPS, enquanto a velocidade de escrita sequencial ficou em 2 GB por segundo.
No entanto, o usuário doméstico não terá acesso esse incrível avanço tecnológico - pelo menos por enquanto. O SSD está sendo desenvolvido somente para servidores de empresas, que realmente farão uso de tanta capacidade e velocidade. Os discos SSD são superiores aos HDs em vários aspectos, dentre eles seu baixo nível de ruído, maior velocidade, maior resistência, menos peso e ainda consome menor quantidade de energia.


Estados Unidos temem que Rússia corte cabos subaquáticos de Internet

Extraído do site canaltech



Submarino

Submarinos e navios de espionagem russos estão operando agressivamente perto de cabos submarinos vitais responsáveis por quase todas as comunicações globais de internet. O movimento está preocupando militares e oficiais da inteligência dos EUA, que acreditam que os russos podem estar planejando atacar essas estruturas em tempos de tensão ou conflito. 
A grande preocupação dos Estados Unidos é que os russos cortem os cabos de fibra óptica em locais de difícil acesso para interromper instantaneamente as comunicações no Ocidente. No entanto, não há nenhuma evidência sobre qualquer corte de cabos e, por enquanto, tudo é apenas especulação e desconfiança dos militares e funcionários da inteligência norte-americanos devido ao movimento das forças armadas russas ao redor do planeta. 
Um exemplo dos movimentos que intimidam os Estados Unidos é o do navio-espião russo Yantar, que cruzou lentamente a costa leste do país norte-americano no mês passado a caminho de Cuba. Ele foi monitorado constantemente por satélites, navios e aviões norte-americanos, mas ainda assim o país teme as intenções do antigo rival.
Além disso, o debate interno em Washington ilustra a profunda desconfiança dos Estados Unidos a cada passo da Rússia, uma lembrança negativa da Guerra Fria que permanece viva. Um diplomata europeu chegou a dizer que "o nível de atividade da Rússia é comparável com o que vimos durante a Guerra Fria".

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Lógica pós-binária: criado um trit, que guarda 0, 1 ou 2

Redação do Site Inovação Tecnológica 



Nanomemória guarda um trit: 0, 1 e 2
O trit é baseado em um memristor, também conhecido como neurônio artificial, ou sinapse artificial. [Imagem: SNF]
Trit
Uma equipe do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, construiu um memristor - comumente conhecido como "neurônio artificial" - que aponta para uma lógica pós-binária.
O componente, fabricado a partir de uma fatia de perovskita de apenas 5 nanômetros de espessura, possui três estados resistivos estáveis.
Como resultado, ele pode armazenar não apenas os valores 0 ou 1 comumente guardados por um bit, mas também pode ser utilizado para guardar informações codificadas por três estados - 0, 1 ou 2, ou seja, um "trit".
"Nosso componente poderia, portanto, ser útil para um novo tipo de tecnologia da informação que não seja baseada em lógica binária, mas em uma lógica que ofereça informações localizadas 'entre' o 0 e o 1," explica a professora Jennifer Rupp, coordenadora da equipe.
"Isto tem implicações interessantes para a chamada lógica fuzzy [lógica nebulosa, ou difusa], que busca incorporar uma forma de incerteza no tratamento da informação digital. Podemos descrevê-la como uma computação menos rígida," acrescentou.
Outra aplicação potencial do trit é na computação neuromórfica, que busca componentes eletrônicos para reproduzir a maneira pela qual os neurônios processam informações, e na qual os memristores, os transistores iônicos e os transistores sinápticos são as principais ferramentas.
O quarto componente
O princípio de funcionamento do memristor foi descrito pela primeira vez em 1971, como o quarto componente básico dos circuitos eletrônicos (ao lado de resistores, capacitores e indutores).
A partir dos anos 2000, pesquisadores vêm sugerindo que certos tipos de memória resistiva poderiam atuar como memristores, mas somente em 2008 a existência do quarto componente eletrônico fundamental foi comprovada.
"As propriedades de um memristor em um determinado momento no tempo dependerá do que já aconteceu antes," explica Rupp referindo-se ao efeito de memória que faz com que o memristor se assemelhe aos neurônios. "Isto imita o comportamento dos neurônios, que somente transmitem informação quando um limiar específico de ativação foi atingido."
Principalmente a Intel e a HP têm investindo pesadamente no desenvolvimento de memristores para substituir as memórias flash usadas em cartões de memória USB, cartões SD e discos rígidos SSD - a expectativa é que a nova tecnologia de memória da Intel chegue ao mercado até o final deste ano. Mas o protótipo do trit desenvolvido pela equipe suíça ainda está em fase inicial de desenvolvimento.

Bibliografia:

Uncovering Two Competing Switching Mechanisms for Epitaxial and Ultrathin Strontium Titanate-Based Resistive Switching Bits
Markus Kubicek, Rafael Schmitt, Felix Messerschmitt, Jennifer L. M. Rupp
ACS Nano
Vol.: Article ASAP
DOI: 10.1021/acsnano.5b02752

Carros autônomos precisarão de carteira de motorista?

Com informações da Umich 



Carros autônomos precisarão de carteira de motorista?
Motoristas humanos não recebem upgrades de software que possam introduzir novos bugs. [Imagem: Umich]
Habilitação para carros sem motorista
Assim como as pessoas, os veículos de autocondução - os carros sem motoristas - deveriam ser obrigados a passar por um teste de licenciamento, defendem pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA.
Michael Sivak e Brandon Schoettle afirmam que a maioria dos testes para os motoristas conseguirem a carteira avalia três aspectos: desempenho visual, conhecimento das regras e dos regulamentos relacionados com a condução e o tráfego em geral, e as habilidades psicomotoras relacionadas com a condução.
Eles sugerem vários argumentos em favor da ideia de uma carteira de motorista para os carros autônomos:
  • O hardware do carro, os mapas e os algoritmos de software irão variar entre os fabricantes de veículos de autocondução, resultando em variabilidade do desempenho nas ruas, da mesma forma que acontece com as pessoas.
  • O desempenho visual e a capacidade de detecção apresentada pelos veículos autônomos no mau tempo ainda não são suficientes bons.
  • O desempenho nas ruas e estradas de alguns veículos autônomos ainda não é perfeito, mesmo com bom tempo.
  • O reconhecimento visual padrão é um problema em potencial para os atuais sistemas de sensoriamento em veículos de autocondução (por exemplo, reconhecer cabos elétricos derrubados ou estradas inundadas).
  • Os atuais veículos autônomos ainda não foram testados exaustivamente sob uma variedade de condições exigentes (por exemplo, na neve e na lama).
  • Os veículos de autocondução terão de enfrentar, ainda que em ocasiões raras, dilemas éticos em suas tomadas de decisão.
Inexperiência de máquina
Outro problema sério apontado pela dupla é que os veículos sem motorista não melhorarão sua capacidade de direção com a experiência, ao contrário dos motoristas humanos inexperientes, que melhoram com o tempo à frente da direção.
Além disso, os motoristas humanos não recebem upgrades de software que possam introduzir novos bugs e torná-los motoristas piores.
"Portanto, a lógica subjacente para o uso de sistemas de licenciamento usados na formação dos jovens condutores não se aplica aos veículos de autocondução," disse Sivak. "Um veículo que dirige sozinho tem o hardware e o software desenvolvidos para lidar em uma situação particular ou não tem. Se isso não acontecer, a experiência em outras situações não será benéfica."
"Por outro lado, a abordagem para fornecer uma carteira provisória seria aplicável caso um fabricante decidir explicitamente limitar a operação dos seus veículos para certas condições, até que o hardware ou software seja aperfeiçoado," acrescentou Sivak.
Por exemplo, um fabricante pode sentir confiança que seus veículos possam ter um bom desempenho em todas as situações, exceto à noite e na neve. Nesta situação, depois de passar por um teste de licenciamento relacionado às condições limitadas, o veículo receberia uma licença provisória que excluiria a condução noturna e a condução na neve.

A licença completa poderia, então, ser obtida no futuro, assim que as atualizações de hardware ou software forem desenvolvidas e disponibilizadas, e o veículo passaria então por um teste de licenciamento irrestrito, propõem os pesquisadores.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Aspectos sobre a Nomofobia que você precisa saber

Extraído do site Obvious - POR 



Sobre a dependência ao telefone celular ou smartphone.
A internet facilitou muito a nossa vida diária, mas também trouxe consigo uma gama de desafios e consequências que a revolução tecnológica implementou, inclusive enfermidades para as pessoas que não a usam de uma maneira consciente. Temos o poder de escolher utilizar a tecnologia a nosso favor ou nos tornarmos escravos dela.

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Dependencia ao telefone celular ou smartphones.
A nossa sociedade está sempre em constantes transformações tecnológicas, as quais é imperativo nos adaptarmos de maneira positiva a estas continuas mudanças. Quando esta adaptação acontece de maneira precária, inadequada ou ineficiente, surgem nos indivíduos diversos problemas de ordem física, emocional, comportamental e psicossocial. Com a internet não é diferente. A internet facilita muito a nossa vida diária. Podemos fazer muitas coisas através desta ferramenta fantástica: interagir com novas pessoas, realizar pagamentos online, trabalhar, estudar e encontrar inúmeras possibilidades e oportunidades que antes sequer vislumbrávamos.
Mas como tudo na vida apresenta os dois lados da moeda, dependendo do uso que fazemos de tudo, o advento da internet também trouxe consigo uma gama de desafios e consequências que a revolução tecnológica implementou, inclusive enfermidades para as pessoas que não a usam de uma maneira consciente.
Isto acontece quando as pessoas não sabem fazer uma boa administração do tempo de uso dos dispositivos eletrônicos, se deixando envolver além da conta, sem estabelecer limites, bem como deixam de viver as possibilidades de uma vida real para mergulhar em uma ilusão ou irrealidade.
Sendo assim, sentem-se mais motivadas em viver em um outro mundo, o virtual. Temos o poder de escolher em utilizar a tecnologia a nosso favor, nos beneficiando de todas as facilidades que ela oferece, ou nos tornarmos escravos dela, vivendo em uma solidão coletiva e desconectados da vida real, o que é alienante.
Gostaria de ressaltar acerca dos smartphones. Hoje, a função de um celular vai muito além de receber e realizar chamadas. Podemos fazer uso, abuso ou desenvolver uma dependência do aparelho móvel. Neste ultimo caso, o da dependência, tenho a impressão de que para algumas pessoas o celular passou a ser uma verdadeira extensão do próprio corpo.
Quando o uso de ferramentas tecnológicas como tablet ou smartphones se tornam um vicio ou uma dependência, prejudicando a realização das atividades cotidianas da pessoa, interferindo em suas relações sociais e famíliares, prejudicando o foco nas atividades laborais e trazendo consequente prejuízo acadêmico ou lavorativo, já temos elementos suficientes para classificar um transtorno e que tem nome: nomofobiaCaso você é uma pessoa que está apresentando os seguintes comportamentos:
1- constantemente controlando seus e-mails; 2- Não sai das redes sociais e deixa até de se alimentar para permanecer no chat; 3- Escuta o telefone tocar ou vibrar mesmo estando desligado (sintoma fantasma); 4-Tem tendencia a supervalorizar relacionamentos superficiais nas redes sociais em detrimento dos relacionamentos reais; 5- Não consegue ficar sem o celular, mesmo em ambientes inapropriados, tais como restaurantes, reuniões, levando o aparelho até mesmo quando vai ao banheiro;
Cuidado; esteja atento! Você pode ser um nomofóbico.
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O que é Nomofobia?
A nomofobia é uma compulsão caracterizada pelo medo irracional de permanecer isolado e desconectado do mundo virtual. Na abstinência do celular ou tablet (internet), os sintomas são muito semelhantes aos da síndrome de abstinência de drogas como álcool e cigarro. Vale a pena ressaltar que a nomofobia está geralmente relacionada com comorbidades secundárias de outros transtornos, principalmente os transtornos de ansiedade, tais como fobia social, síndrome do pânico e transtorno obsessivo compulsivo.
Quais são os sintomas de um nomofóbico?
Os principais sintomas da abstinência do celular são: angustia, vazio existencial (a vida parece não ter mais sentido), desespero, estresse, irritabilidade, náuseas, taquicardia, sudorese, tensão muscular, pânico, dentre outras manifestações.
Dopamina e internet:
Não podemos falar de dependência ou vício sem compreendermos como isto acontece nos bastidores do nosso querido cérebro. Por este motivo, é imperativo falar da dopamina, a molécula do prazer, pois ela está diretamente relacionada com o nosso circuito de recompensa.
A dependência do smartphone é como um vicio qualquer, apresentando, portanto, potencial aditivo e tendo como pressuposto a exclusividade, a tolerância e a abstinência, tendo igualmente a participação da dopamina em seus processos bioquímicos. Além disso, o uso exagerado do aparelho pode causar inúmeros problemas de saúde física como: problemas de coluna, torcicolo, tendinites, insonia, estresse, ressecamento da retina, perdas auditivas, dentre outros.
Problemas de ordem emocional e psicossocial não ficam de fora, pois nossas crianças e adolescentes constantemente conectadas no mundo virtual, sofrem perda na capacidade de interação interpessoal, pois estes não desgrudam do celular para poder ficar mais tempo nos jogos e nos chats, esquecendo de interagir com pessoas reais e de realizar atividades cotidianas normais. Em alguns paises, o uso excessivo do celular já é um problema de saúde publica. O grande X da questão é que todos os dispositivos que os smartphones e tablets oferecem é o de proporcionar prazer e recompensa. Através desta logica, se algo nos proporciona prazer (ou dopamina no cérebro) a estratégia ou recurso mais eficaz, é substituir o prazer ocasionado pelo uso do celular,por outros reforçadores que podemos encontrar no nosso ambiente: Um amor real, atividades esportivas e interativas, a companhia de amigos em uma festa, tentar resgatar hábitos positivos e mantenedores de relacionamentos reais com amigos e principalmente com a família, e assim resgatar o afeto, o carinho, o toque e o "olho no olho". Em outras palavras, presentificar as nossas vivencias reais.
A questão do uso patológico de chats e redes sociais, é que projetamos nossas pendencias e carências emocionais como um meio de contrabalancear o que não conseguimos ter, ser ou resolver na "vida real".
Encarar a realidade tal como se apresenta e procurar estratégias eficazes de inserção social ,reconhecimento e resolução de problemas existenciais, é o primeiro passo para vivermos uma vida sem artifícios e máscaras. É necessário ter auto aceitação da nossa identidade para que tenhamos uma melhor qualidade de vida.
A participação da família é de extrema importância no tocante à educação dos filhos, bem como no estabelecer limites quanto à utilização de jogos na internet. As crianças de hoje estão muito mais atentas, aprendendo com muita facilidade a utilizar todos os recursos disponíveis. Exatamente por este motivo, a família deve dobrar a atenção, pois as crianças são mais vulneráveis e estão em uma situação de maior risco, principalmente com relação ao vício em jogos e postagens de fotos na mídia.