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domingo, 25 de abril de 2021

Pelo site CicloVivo 

Iniciativa Verde Saudita

Foto: Projeto Riyadh Verde

A Arábia Saudita ganhará 10 bilhões de árvores nas próximas décadas. A iniciativa se soma a uma campanha ambiciosa que pretende plantar 40 bilhões de árvores em parceria com outros países do Oriente Médio. É o maior projeto de reflorestamento que se tem notícia. 

Segundo maior produtor de petróleo do mundo – ficando atrás apenas dos Estados Unidos – a Arábia Saudita está longe de ser conhecida por estabelecer medidas ambientais em prol do planeta. Entretanto, com o novo plano, o país visa reduzir as emissões de carbono em 60%, além de combater a poluição e a degradação do solo.

O plantio de 10 bilhões de árvores será equivalente a restaurar cerca de 40 milhões de hectares de terras degradadas. O país também tem a meta de aumentar o percentual de áreas protegidas para mais de 30% de sua extensão total. 

O príncipe Mohammad bin Salman, que anunciou o projeto, não informou como plantará e manterá tantas árvores em uma região com paisagem tão desértica e recursos hídricos limitados. Porém, segundo a agência britânica Reuters, o país afirmou, no passado, que “usaria a semeadura de nuvens e água reciclada para plantar árvores locais que exigem menos irrigação, inclusive em áreas urbanas”. 

A chamada “Iniciativa Verde Saudita” também inclui gerar 50% da energia do país a partir de fontes renováveis até 2030. É um passo grande a ser alcançado em menos de 10 anos, uma vez que o petróleo e gás natural são as principais fontes de abastecimento energético da Arábia Saudita. Entre as demandas está a dependência em usinas de dessalinização de água do mar, cujo processo requer alto consumo de energia. 

União verde   

Em paralelo, a “Iniciativa Verde do Oriente Médio” vai plantar 40 bilhões de árvores em uma parceria de várias nações, entre elas os países-membros do Conselho de Cooperação do Golfo, que inclui Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein e Kuwait. 

Junto aos 10 bilhões, prometidos só pela Arábia, teremos o maior programa de reflorestamento do mundo. Serão restaurados uma área equivalente a 200 milhões de hectares, representando 5% da meta global de plantio de 1 trilhão de árvores.

De acordo com o príncipe, o país reconhece sua parcela de responsabilidade no avanço da luta contra a crise climática e se tornará o líder global na construção de um mundo mais verde. Inclusive porque a crise climática tem grandes impactos econômicos: estima-se que US $ 13 bilhões são perdidos devido a tempestades de poeira na região todos os anos e que os gases de efeito estufa encurtam a expectativa de vida média dos sauditas em 1,5 ano. “O Reino, a região e o mundo precisam ir muito mais longe e mais rápido no combate às mudanças climáticas”, diz Mohammed.

Em comunicado à imprensa, a Arábia Saudita destacou outros projetos em prol da redução das emissões poluentes e afirmou que tanto a iniciativa individual como a realizada em conjunto com outros países integram a Visão 2030, cujo maior objetivo é reduzir a dependência do petróleo enquanto se moderniza. “Rejeitamos a falsa escolha entre preservar a economia e proteger o meio ambiente”, diz o comunicado oficial da monarquia, que ressalta que as ações criarão milhões de empregos.

Detalhes da “Iniciativa Verde Saudita” serão anunciados nos próximos meses e um fórum global com parceiros internacionais para a “Iniciativa Verde do Oriente Médio” será realizado em 2022. 

A Arábia Saudita está entre os países mais vulneráveis aos eventos extremos que já estão sendo intensificados pelas mudanças climáticas e que se tornarão mais mortais em um cenário de aquecimento da atmosfera acima de 1,5°C. A constatação é do relatório Climate Transparency, publicado em 2020, que avaliou o desempenho climático dos países do G20.

Startup cria mini turbina eólica para espaços urbanos

 Pelo site CicloVivo

Equipamento está em fase de testes e promete ser mais barato que painéis solares

mini turbina eólica

Nick, fundador da satrtup Halcium, ao lado da mini turbina eólica que está desenvolvendo. Foto: Reprodução | Halcium

A Halcium, startup americana de Salt Lake City, tem um projeto que pode revolucionar a geração de energia limpa para residências. É uma mini turbina eólica chamada PowerPod, desenvolvida para funcionar em cidades. Segundo seus criadores, é a turbina eólica mais poderosa e segura da história.

Outro diferencial é um custo menor do que os painéis solares, com uma eficiência maior quando usada em áreas com menos de 300 dias de sol por ano, de acordo com os idealizadores. A mini turbina eólica de 1 kW tem potencial para produzir 3 vezes mais energia do que uma turbina convencional. A potência extra se deve a um avançado sistema de pás na chainstay, que aumenta a velocidade do vento em 40%.

Como não possui partes externas móveis, o equipamento é seguro para crianças, animais de estimação e animais selvagens, como pássaros.

Projeto para centros urbanos

Ao desenvolver uma turbina eólica portátil, a startup queria criar um dispositivo que se encaixasse perfeitamente no espaço urbano, podendo ser instalado em telhados, muros, no topo de edifícios ou mesmo em motor homes ou qualquer superfície segura para gerar eletricidade.

O fluxo de ar é coletado na parte externa da bainha e então concentrado em uma lâmina circular, que está completamente contida dentro do equipamento. Devido ao seu formato, a casca externa pode receber o vento de qualquer direção ou de correntes de ar vindas de diferentes direções, simultaneamente, o que é perigoso para o funcionamento de turinas eólicas tradicionais.

O design do dispositivo consegue aumentar a velocidade do vento, reduzindo a necessidade de se instalar o PowerPod em postes altos. Com isso elimina-se a necessidade de estruturas de sustentação caras e de cabos longos.  

Existe ainda a possibilidade de conectar a mini turbina eólica a sistemas solares, somando uma uma fonte diversificada de energia que pode ser importante em dias com menos sol.

O sistema pode ser usado em locais públicos e residências e pode, em última instância, se tornar uma fonte adicional e rápida de energia limpa, diminuindo a dependência da rede elétrica comercial.

A startup está em busca de apoio financeiro para o projeto, que ainda está em fase de testes mas que tem um enorme potencial.

Para mais informações, acesse www.halcium.com.

https://youtu.be/5Pzq-iT7Ht4

Ecocasa une sustentabilidade, funcionalidade e economia

Pelo site CicloVivo

Projeto criado para receber residência e espaço de eventos usa materiais naturais e princípios bioclimáticos da arquitetura

ecocasa
Projeto vai contra a crença de que construções sustentáveis são mais caras. Foto: Marcos Bacon

Para muitas pessoas, o sonho da casa própria parece algo inatingível. Quando falamos em uma construção sustentável, com um projeto diferenciado desde o início, a ideia é que os valores sejam ainda menos acessíveis. Mas, esta ecocasa mostra que essas crenças podem ser desfeitas.

Feita com materiais naturais, projetada a partir de princípios bioclimáticos da arquitetura, de baixo custo e design moderno, a casa foi projetada para a produtora cultural Ana Paula e seu companheiro Jotappe, músico da banda Quarteto São Jorge. 

O terreno de 1.800 m² recebeu uma residência e uma área de eventos que somam de 285 m².Foto: Marcos Baco

Além do orçamento enxuto, um outro desafio foi incluir no mesmo espaço duas funções, a residência e um local de eventos culturais usado como fonte de renda pelo casal.

Graças a colaboração de uma equipe multidisciplinar de design e outros agentes da construção, coordenados pela Encaixe Soluções Alternativas, foi possível realizar uma residência com dupla função, em São Roque, à 70km da capital paulista.

Foto: Encaixe

Situada no cerne da Rota do Vinho, cercada por vinícolas, plantações de alcachofra e impressionantes fauna e flora, a residência desfruta do melhor de dois mundos, o conforto e conveniência da cidade e a bucólica e pacata vida no campo.

Menos impacto e mais eficiência

Mas como foi possível construir um sonho com baixo orçamento e levando em consideração as características específicas do lugar escolhido? Com o intuito de gerar o menor impacto e a maior eficiência foram usados materiais e mão de obra locais sob a metodologia do Design-Build.

A materialidade da casa é sustentável, pois apresenta uma manutenção fácil a médio e longo prazo, extrema eficiência do ponto de vista da limpeza cotidiana e baixo impacto socioambiental. Tudo isso foi possível através da fusão de metodologias convencionais e naturais, sempre considerando o que estava disponível na região e da capacidade de trabalho da mão de obra local.

Foto: Encaixe

A luz do sol e o céu também puderam entrar no projeto, graças a um espaço transformado em pátio central. A área foi coberta por uma clarabóia de 3×7 m garantindo luz natural no ambiente. 

A iluminação natural foi aproveitada no projeto. Foto: Marcos Bacon

O bambu usado na varanda, veio de um fornecedor da cidade vizinha, Ibiúna. “Além de ser um material natural extremamente resistente e maleável, o bambu é lindo”, explica Brianna Bussinger, Fundadora da Encaixe.

Os tijolos são ótimos isolantes térmicos e acústicos para os quartos. Foto: Marcos Bacon

Outras escolhas com impacto positivo foram os tijolos de solocimento, que garantem conforto térmico e acústico nos quartos, os blocos estruturais de concreto, que baratearam a construção das áreas molhadas, a taipa de pilão, produzida com terra do próprio terreno, que se integra organicamente com a paisagem local, unindo, estética, praticidade e conforto a responsabilidade ecológica.

E, além de utilizar a terra do próprio terreno para a construção das paredes de taipa de pilão, todas as madeiras da casa são de reuso. Foto: Marcos Baco

Outro exemplo é o ciclo das águas completo na propriedade (poço semi-artesiano, tratamento de esgoto com biodigestor e bacia de infiltração).  

Construir a própria casa

Foto: Encaixe

A construção se tornou ainda mais especial com a participação dos próprios moradores. Durante a execução da varanda de bambu, Ana Paula e Jotappe optaram por testar a vocação da casa para receber eventos realizando um curso de design e construção com bambu, os construtores e alunos participaram desde o projeto até a execução final desta incrível varanda.

ecocasa
Foto: Encaixe

Com a topografia acidentada, o terreno pode ser aproveitado para este mirante, voltado para onde o sol se põe. Uma área externa de 85 m² ficou reservada para este espetáculo diário.

Assista ao vídeo com a história desta construção a partir da visão do mestre de obras Altair Cabral

https://youtu.be/EhW0jBQxx84

Vila de casas impressas em 3D é construída para sem-tetos

Pelo Site CicloVivo

Tim Shea, de 70 anos, foi o primeiro a ser contemplado nos EUA.

casa impressa em 3d

A Icon, startup estadunidense de robótica para construção residencial, nasceu com a promessa de construir casas emergenciais usando impressoras 3D. Uma casa modelo foi erguida em Austin, capital do Texas, em 2018. Na mesma cidade, dois anos depois, a empresa começou a entregar uma série de residências para desabrigados.

Dependente químico em heroína, hoje recuperado, Tim Shea era morador de rua e seu último lar foi uma van. O estadunidense de 70 anos foi o primeiro a receber as chaves da casinha impressa em setembro de 2020. 

A residência possui apenas 37 m², mas a divisão dos espaços, a escolha dos móveis e o estilo de decoração minimalista ajudam a fazer os ambientes parecerem maiores do que são. Além disso, a casa é bem ventilada e bem iluminada, tornando-a bem aconchegante.  

A experiência de Shea foi compartilhada recentemente ao jornal New York Post. Em seu relato, ele conta que os cantos arredondados fazem com que ele se sinta abraçado e acolhido. 

Outras cinco casas foram construídas, sendo todas com layouts diferentes. Mas, em geral, o modelo inclui quarto, banheiro, cozinha, sala e varanda e são impressas em menos de 48 horas. 

As casas impressas em 3D se somam a outros lares já existentes na chamada “Community First! Village”, uma espécie de bairro planejado em Austin para abrigar sem-tetos. Em 200 mil m², o espaço possui moradias permanentes e acessíveis e uma comunidade de apoio cuja meta final é acomodar cerca de 480 moradores em situação de rua. 

“A Icon em sua essência é a inovação para um futuro melhor. Precisamos repensar radicalmente a maneira como abordamos a solução de problemas incômodos em nossa sociedade, como a falta de moradia. No final das contas, tudo se resume às pessoas e à dignidade dos seres humanos”, afirma Jason Ballard, cofundador e CEO da Icon.

A residência impressa custa a Shea 300 dólares por mês de aluguel e o próprio projeto oferece programas de apoio para ajudar os residentes. Há inclusive oportunidades de emprego dentro da comunidade.

O projeto é realizado em parceria com a Mobile Loaves & Fishes (MLF), organização sem fins lucrativos de Austin. “Populações vulneráveis, como os sem-teto, nunca estão entre os primeiros a acessar algo de ponta, mas agora, aqui em Austin, eles estão entre os primeiros da fila a viver em algumas das casas mais exclusivas já construídas – e para nós isso é uma coisa linda”, diz Alan Graham, fundador da MLF e incorporador imobiliário.

Tecnologia 3D

O processo de construção faz uso de robótica, manuseio automatizado de materiais, software avançado e um concreto próprio, chamado de Lavacrete. Sua formulação não foi divulgada, mas a Icon afirma que a combinação é antimofo, está acima da resistência dos materiais de construção existentes e as matérias-primas são de fácil origem -, podendo ser obtidas em qualquer lugar do mundo. 

O material é preparado pelo sistema Magma, projetado pela companhia, que mistura o Lavacrete, aditivos e água. Por fim, entra em cena a Vulcan II, impressora também desenvolvida pela empresa. O modelo possui controles intuitivos, monitoramento e suporte remotos, iluminação LED integrado (para impressão noturna ou em condições de pouca luz) e um conjunto de software personalizado que garante que a configuração, as operações e a manutenção sejam as mais simples e diretas possível.

Com a tecnologia é possível levantar casas de maneira rápida, reduzindo o gasto com mão de obra e com quase nenhum desperdício de material. O projeto também pode ser adaptado para resistir a incêndios, enchentes e outros desastres climáticos – resultando em casas mais seguras e resilientes. 

A empresa já inaugurou uma vila de residências impressas em 3D para uma comunidade socialmente vulnerável no México e, recentemente, passou a vender casas impressas de alto padrão no Texas. Reconhecendo o mérito da companhia, a Icon entrou na lista anual da revista Fast Company como uma das empresas mais inovadoras do mundo.