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terça-feira, 26 de julho de 2016

Como uma nova liga de alumínio pode incentivar produção de terras raras

Com informações do ORNL 



Como uma nova liga de alumínio pode incentivar produção de terras raras
A liga de alumínio-cério tem características de fundição equivalentes às das tradicionais ligas de alumínio-silício. [Imagem: Zachary Sims/ORNL]
Liga de alumínio e cério
Uma liga de alumínio mais fácil de trabalhar e altamente tolerante ao calor - suficiente para seu uso em motores aeronáuticos - já seria bom o suficiente.
Mas ela pode trazer uma vantagem adicional com um alcance ainda maior: impulsionar a produção dos elementos de terras raras.
As terras raras são um grupo de elementos críticos para a eletrônica, as energias alternativas e outras tecnologias. Os moinhos de vento e os carros híbridos, por exemplo, dependem de ímãs permanentes fortes, feitos com os elementos de terras raras neodímio e disprósio.
No entanto, e apesar do elevado preço desses metais, inúmeras reservas de terras raras ao redor do mundo continuam inexploradas porque não é fácil viabilizá-las economicamente - no Brasil e nos EUA, por exemplo, virtualmente não há nenhuma produção de terras raras no momento, apesar das enormes reservas que os dois países possuem.
  • Brasil tem uma das maiores reservas de terras raras do planeta
Um dos problemas é que o cério é responsável por até metade do teor de terras raras de muitos minérios, e tem sido difícil para os produtores encontrar um mercado para todo o cério extraído. De fato, os minérios mais comuns de terras raras contêm três vezes mais cério do que neodímio e 500 vezes mais cério do que disprósio.
Cério impulsiona alumínio
É aí que entra a nova liga de alumínio-cério, desenvolvida por uma equipe do Laboratório Nacional Oak Ridge, nos EUA.
Se essa liga chegar ao mercado, ela pode aumentar a procura e o valor do cério.
"A indústria de alumínio é gigantesca. Um bocado de alumínio é utilizado na indústria automobilística, por isso mesmo uma pequena adoção pelo mercado iria usar uma enorme quantidade de cério," disse o professor Orlando Rios.
Pelos seus cálculos, bastaria uma penetração de 1% da nova liga no mercado de ligas de alumínio para consumir 3.000 toneladas de cério anualmente, o que ajudaria a viabilizar a exploração de várias reservas de terras raras ao redor do mundo.
Liga para motores
Os componentes feitos com a liga de alumínio-cério apresentam várias vantagens sobre as peças feitas com as ligas de alumínio atualmente no mercado, incluindo baixo custo, alta moldabilidade, reduzida necessidade de tratamento térmico e uma estabilidade excepcional a altas temperaturas.
"A maioria das ligas com propriedades excepcionais são mais difíceis de fundir," acrescentou David Weiss, membro da equipe. "Mas o sistema alumínio-cério tem características de fundição equivalentes às das ligas de alumínio-silício."
A chave para o desempenho de alta temperatura da liga é um composto intermetálico que se forma no interior das ligas à medida que o material é fundido. Esse intermetálico de alumínio e cério derrete apenas a temperaturas acima de 1.100º C, o que torna o material muito atraente para uso em motores.

Bibliografia:

Cerium-Based, Intermetallic-Strengthened Aluminum Casting Alloy: High-Volume Co-product Development
Zachary C. Sims, D. Weiss, S. K. McCall, Michael A. McGuire, R. T. Ott, Tom Geer, Orlando Rios, P. A. E. Turchi
JOM
Vol.: 68, Issue 7, pp 1940-1947
DOI: 10.1007/s11837-016-1943-9

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