Experimento será realizado em ponto de descanso da estrada, no Missouri
Ilustração mostra uma pista com as placas solares no lugar do asfalto
RIO — O Departamento de Transportes do Missouri (MoDOT, na sigla em
inglês), nos EUA, está iniciando os testes com painéis solares capazes de
substituir o asfalto em estradas, ao mesmo tempo em que produz energia. O ponto
escolhido para receber as primeiras placas foi uma instalação de descanso para
motoristas na cidade de Conway, nas margens da icônica Rota 66, que corta o
país de Chicago à Califórnia. Trata-se apenas de um experimento, mas caso seja
bem-sucedido, tem o potencial de revolucionar o setor elétrico e de
transportes.
A
expectativa é que as estradas solares criem novas fontes de receita. Se essa
versão de futuro for realista, as estradas poderão se pagar — disse Tom Blair,
engenheiro assistente do MoDOT e líder do projeto, em entrevista ao jornal
local “News Tribune”.
Os painéis são desenvolvidos pela start-up Solar Roadways. O custo ainda
é uma barreira, com preço estimado dez vezes mais caro que o asfalto
tradicional. Resta saber se, no longo prazo, o investimento se paga. De acordo
com o site da fabricante, cada placa mede cerca de 0,4 metros quadrados, e gera
em média 48 watts, dependendo das condições climáticas.
A expectativa do MoDOT é que a instalação das placas elétricas em uma
pequena área de aproximadamente 22 metros quadrados seja capaz de abastecer o
gasto energético de todas as estruturas do ponto de descanso, reduzindo os
gastos com energia. As obras serão concluídas até o fim do ano. Segundo a
fabricante, caso o asfalto de todas as rodovias dos EUA fosse substituído pelas
placas solares, a produção energética seria três vezes superior ao total
consumido no país.
Placas solares possuem lâmpadas LED para sinalização
Além da geração de energia, a pista solar possui lâmpadas LED, para sinalização sem custos com pintura, e mecanismos de aquecimento para não permitir o acúmulo de gelo em regiões atingidas por nevascas. O equipamento é protegido por vidro rugoso, capaz de suportar o tráfego de veículos e gerar o atrito necessário.
As promessas são tentadoras, mas críticos argumentam que o custo não paga os benefícios. E para a geração de energia limpa, existe muito espaço não utilizado para abrigar usinas elétricas.
— É difícil prever qual será o resultado — disse Blair. — Nós ainda estamos a alguns anos de um produto final.
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