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quinta-feira, 16 de março de 2017

Mar Mediterrâneo abriga 1,4 toneladas de resíduos plásticos

Pelo site Pensamentoverde


Pesquisadores alertam que em menos de 100 anos os resíduos passarão a fazer parte do ecossistema marinho






São jogados por ano milhões de toneladas de resíduos plásticos no mar.
Um problema que só vem crescendo no mundo todo e a alta quantidade de lixo jogado no mar. Milhões de toneladas de resíduos plásticos chegam aos mares e oceanos todos os anos.
De acordo com um estudo publicado pela revista “Environmental Research”, a superfície do Mar Mediterrâneo, acima de tudo as zonas litorâneas, contém cerca de 1.455 toneladas de resíduos plásticos, afetando não só a vida marinha, mas também a saúde e a economia. Os autores da revista ainda advertem que em menos 100 anos esses resíduos passarão a fazer parte do ecossistema marinho.
Os resultados conseguidos pela equipe de cientistas liderada pelo Conselho Superior de Pesquisas Cientificas (CSIC) no marco do projeto de pesquisa NIXE III, informam que 97% dos lixos retirados do mar eram plásticos.
Para obter esses resultados os pesquisadores realizaram algumas viagens em 2011 e 2013 pelo Mediterrâneo, repetindo o percurso feito por Luis Salvador da Áustria há 100 anos, com o objetivo de comparar resultados. O primeiro percurso realizado aconteceu desde as ilhas Baleares até o mar Adriático, enquanto a segundo foi desde as Baleares ao mar Jônico.
Os cientistas analisaram 70 amostras da superfície marinha, chegando a um resultado alarmante de cerca de 147,5 mil partículas de plástico por quilômetro quadrado. Isso daria um número equivalente a quase 1.455 toneladas de plástico em toda a extensão do Mediterrâneo, ressaltou Luis F. Ruiz-Orelhudo, pesquisador do CSIC ao portal Terra.
Apesar de o tamanho dos resíduos plásticos localizados serem variados, nas amostras analisadas foram encontrados microplásticos de menos de 5 milímetros. Já as partículas maiores mediam por volta de 1 milímetro.
Ruiz-Orelhudo explicou: “Os plásticos sofrem um processo de fragmentação quando se encontram em mares e, quanto menor é seu tamanho, aumentam os organismos para os quais está disponível a partícula e, portanto, sua repercussão na cadeia alimentar”. Para ele é imprescindível acompanhar a poluição por plásticos dos mares, saber onde estão localizadas as zonas de acumulação, mesmo com as correntes no Mediterrâneo, e indicar novas informações aos modelos de distribuição.

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