A NexusHaus é uma casa sustentável projetada por estudantes da Universidade de Munique, em parceria com estudantes da Universidade do Texas. A ideia por trás do projeto vai além do uso sistemas eficientes, os jovens querem usar a ideia para também questionar os custos das moradias nas grandes cidades, mostrando que é possível construir de forma sustentável com valores acessíveis.
O protótipo, desenvolvido para um concurso internacional, foi feito com materiais sustentáveis e sistemas eficientes para a produção de energia e uso da água. A casa é coberta com painéis solares, que garantem toda a energia necessária para o seu funcionamento, o que inclui iluminação, eletrodomésticos, eletrônicos, ar-condicionado e o abastecimento de um carro elétrico.
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Para reduzir o consumo de eletricidade, os estudantes acrescentaram um sistema de aquecimento solar de água e uma bomba de armazenamento. Aliás, o projeto leva a água extremamente a sério, com soluções que evitam todos os tipos de desperdício.
Uma cisterna capta a água da chuva, que passa por um sistema de filtragem, tornando-a potável, enquanto a água cinza também passa por um tratamento e é usada na máquina de lavar, pia, chuveiro, irrigação e abastecimento do sistema aquapônico para a produção de alimentos.
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A aquaponia é um sistema que associa o cultivo de plantas à criação de peixes. Este modelo é tão eficiente que pode economizar até 90% de água em relação ao plantio tradicional. Por ser totalmente fechado, ele ainda evita o descarte de efluentes no meio ambiente.
Além de ser eficiente em água, energia e produção de alimentos, a NexusHaus ainda foi planejada com um design inteligente e que valoriza a qualidade de vida dos moradores. Os espaços foram planejados para garantirem conforto independente da época do ano. Um exemplo é a área central da residência, que pode ser fechada ou aberta, de acordo com o clima externo. A casa ainda conta com uma cozinha com sala de jantar, sala de estar, um quarto, um banheiro e um escritório.
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Telhados verdes servem como barreira para capturar microplásticos
O cultivo de plantas em telhados pode ser uma forma eficaz de remover microplásticos do ar que caem com a chuva, revela pesquisa
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Tongji, em colaboração com um colega da Academia de Arquitetura Paisagística e Planejamento de Xangai, ambas na China, descobriu que o cultivo de plantas em telhados pode ser uma forma eficaz de remover microplásticos do ar. Em seu estudo, publicado na revista Communications Earth & Environment, o grupo mediu as quantidades de microplásticos encontradas nas plantas e no solo em que crescem.
Pesquisas anteriores demonstraram que o cultivo de plantas em telhados pode reduzir os gastos com aquecimento e resfriamento, além de eliminar a poluição do ar circundante. A equipe de pesquisa se perguntou se isso também incluía microplásticos.
Para descobrir, eles construíram um ambiente simulado de telhado em seu laboratório, onde, em uma fina camada de solo fresco, plantaram dois tipos de plantas comumente usadas em telhados na cidade de Xangai. Também introduziram partículas de microplástico no ar acima das plantas em níveis comuns em Xangai. Em seguida, realizaram simulações de chuvas, medindo os níveis de microplástico nas plantas e no solo.
Os cientistas descobriram que as plantas fizeram um bom trabalho ao extrair os microplásticos da chuva e, por extensão, do ar acima delas. O sistema de telhado verde, incluindo a camada de solo, extraiu aproximadamente 97,5% dos microplásticos da água da chuva que havia caído. E após realizar diversas medições em simulações diferentes, a equipe descobriu que a porcentagem de microplásticos removidos aumentou ligeiramente com a intensidade da chuva.
Os pesquisadores observam que, embora alguns microplásticos tenham sido coletados pelas folhas, a maior parte da captura ocorreu no solo. Eles também observaram que os microplásticos em forma de fragmentos foram coletados pelo solo melhor do que aqueles em forma de fibras.
Potencial dos telhados verdes
A expansão e a implementação de telhados verdes em escalas regionais e urbanas têm um potencial considerável de reduzir a poluição atmosférica de microplásticos de forma econômica.
A equipe de pesquisa observa que a cidade de Xangai tem atualmente 3,56 milhões de m² de telhados cobertos por vegetação, segundo dados da Administração de Ecologização de Xangai. Com base nas descobertas, a pesquisa sugere que a cidade poderia capturar aproximadamente 56,2 toneladas de microplástico por ano se todos os telhados de todos os edifícios fossem verdes.
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Obviamente, estimativas têm como base situações controladas, logo, na prática, o desempenho dos telhados verdes pode variar devido a diferenças na inclinação do telhado, composição do substrato, seleção de plantas e condições climáticas locais.
Complexo solar no Ceará tem capacidade para abastecer 200 mil residências
Inauguração do empreendimento gera mais 1.000 empregos diretos e indiretos na região do Vale do Jaguaribe
Complexo tem capacidade instalada de 165 megawatts em uma área de 304 hectares. | Foto: Carlos Gibaja | Governo do Ceará
Raimunda Sombra, de 54 anos, é moradora do município de Russas, na região do Vale do Jaguaribe, no Ceará. Ela foi uma das funcionárias a serem empregadas com a inauguração do Complexo Solar Lagoinha em junho deste ano. O empreendimento gera mais 1.000 empregos diretos e indiretos no local.
“Eu acho que é importante para toda a comunidade, não é? Eu estou aqui trabalhando e sou muito grata pela oportunidade que eles me deram. É muito maravilhoso para a região. Para mim, é tudo ainda novo, mas é uma oportunidade e tanto para quem mora aqui”, disse Raimunda.
Em um ano e quatro meses de trabalho, desde que as obras do empreendimento solar começaram, Raimunda ganhou o apelido de “delegada do canteiro”, pelo jeito firme no trabalho. E ela não nega: “Quando tem que cobrar, eu cobro”, comentou.
Complexo terá capacidade de gerar energia elétrica para cerca de 200 mil residências. | Foto: Carlos Gibaja | Governo do Ceará
Responsável pelos serviços gerais e de Copa, Raimunda Sombra tem se esforçado para aprender as primeiras palavras em inglês e chinês, línguas utilizadas no dia a dia da empresa, que tem origem na China. “Já tem algumas palavrinhas que eu tô pegando”, finalizou Raimunda, sem querer se arriscar muito na entrevista.
Alta capacidade do novo Complexo solar no Ceará
O mesmo entusiasmo com o futuro que a Raimunda tem é compartilhado pelo governador do estado, ao destacar o potencial de um empreendimento de energia solar. “Quando ligamos a televisão, nós assistimos guerras, assistimos a eventos que nos impressionam pelas mudanças climáticas no planeta. O projeto que aqui estamos hoje, comemorando o início de suas operações, expressa valores muito importantes. Nós estamos diante de uma ação de colaboração do Estado chinês, do povo chinês com o povo brasileiro”, afirmou o governador Elmano de Freitas. “O projeto aqui em curso, da CGN, é a concretude de tratados, de discussões entre os nossos líderes. Este projeto aqui expressa concretamente como é que podemos efetivamente colaborar com a humanidade para que nós possamos superar os efeitos da mudança climática”, completou.
Com capacidade instalada de 165 megawatts em uma área de 304 hectares, o Complexo Solar Lagoinha, primeiro projeto solar greenfield desenvolvido pela empresa CGN Brasil, é capaz de gerar energia elétrica para abastecer aproximadamente 200 mil residências, contribuindo diretamente para a diversificação da matriz energética no Ceará e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Durante a inauguração, foi formalizada a entrega de placas solares e materiais esportivos para as escolas públicas de Russas. A ação ajuda a reforçar a promoção da educação ambiental e energética nas regiões.
A cerimônia contou com as presenças do prefeito do município, Sávio Gurgel, da secretária das Relações Internacionais, Roseane Medeiros; do deputado estadual, Salmito Filho, que esteve representando a Assembleia Legislativa; da Cônsul-Geral da China no Recife, Lan Heping; além de diretores de empresas brasileiras e chinesas envolvidas na construção do projeto.
Foto: Carlos Gibaja | Governo do Ceará
“Temos na nossa trajetória o sofrimento da pobreza, o sofrimento da dificuldade de ganhar a vida. E esse mesmo sol que castigou muito o nosso povo, com pouca chuva, com um sol ardente, é esse mesmo sol que possibilita termos a esperança de geração de riqueza, de geração de oportunidades”, frisou Elmano de Freitas.
Atualmente, o Ceará conta com 55 empreendimentos de energia renovável em operação, com uma capacidade instalada de 1,26 GW. Segundo o presidente da CGN Brasil, Zhigang Yao, o novo Complexo Solar evitará a emissão de 350 mil toneladas de dióxido de carbono.
Energia eólica e hidrogênio verde no Ceará
Um dos pioneiros em energia eólica no país, o Ceará possui 102 plantas em operação, com 2,65 GW de capacidade instalada. Outros 68 empreendimentos estão em desenvolvimento, com previsão de produção de 2,7 GW adicionais. Também se destacam os 26 projetos offshore em licenciamento, representando 26,8% do total no país.
O Ceará conta também com sete projetos anunciados de produção de Hidrogênio Verde, com a projeção de alcançar 4,7 GW de capacidade instalada até 2029, e com metas de atingir 10,7 GW até 2032.
A estimativa é de mais de R$ 131 bilhões em investimentos de projetos de várias empresas, com a geração de cerca de 80 mil novos postos de trabalho, diretos e indiretos.