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terça-feira, 30 de junho de 2020

Pesquisadores da Unicamp desenvolvem plástico sustentável e comestível

Redação do Site Inovação Tecnológica


Pesquisadores da Unicamp desenvolvem plástico sustentável e comestível
"Os testes foram essenciais para que conseguíssemos chegar a uma formulação possível de ser soprada sem adição de nenhum aditivo ou outro tipo de composto," destacou Farayde.
[Imagem: Pedro Amatuzzi]

Bioplástico comestível
Com todas as suas vantagens e benefícios gerados à sociedade, o plástico tem uma deficiência quase imperdoável: Ele não se degrada facilmente, poluindo terras e mares quando a etapa de reciclagem é pulada e o material é descartado no ambiente.
Em busca de uma alternativa, pesquisadoras das áreas de química e alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desenvolveram um plástico composto por amido e gelatina que tem duas vantagens impressionantes: Ele é biodegradável e comestível.
O bioplástico foi obtido pelo processo de compressão mecânica chamado extrusão, em que amido e gelatina são inseridos em uma máquina onde são submetidos a alta pressão, sem adição de qualquer solvente. Em seguida, o material passa por um processo de sopro, que resulta em uma película, um filme, similar aos usados para proteger alimentos.
A pesquisadora Farayde Matta Fakhouri fez uma extensa pesquisa nas tecnologias disponíveis mundialmente e constatou que já existiam bioplásticos flexíveis, produzidos com outros polímeros biodegradáveis, mas não adequados para consumo.
A ausência de um produto baseado em material comestível e não tóxico levou a pesquisadora a trabalhar em um processo que tornasse essa alternativa viável. A solução inédita foi encontrada na mistura de amido e gelatina
"O nosso plástico é atóxico e pode ser utilizado em brinquedos e artigos infantis depois de higienizado. Deste modo, se uma criança levar à boca, não haverá problema", explica a professora Lúcia Mei, uma das coordenadoras do trabalho.
Plástico de amido e gelatina
Até chegar à consistência correta que proporcionasse o sopro em um filme, foram testados diversos amidos, naturais e modificados, com diferentes proporções de gelatina. "Os testes foram essenciais para que conseguíssemos chegar a uma formulação possível de ser soprada sem adição de nenhum aditivo ou outro tipo de composto," destacou Farayde.
De acordo com a pesquisadora, além de a combinação possibilitar a fabricação do polímero na forma de filme, quando a tecnologia é inserida em um produto isso resulta em mais brilho e flexibilidade conforme a proporção das matérias-primas - a quantidade de gelatina usada permite controlar a flexibilidade do produto.
A versatilidade desse plástico permite aplicações em diversos setores industriais: cosméticos, produtos de higiene, remédios e produtos descartáveis, e principalmente embalagens plásticas, que geralmente são compostas por polímeros sintéticos.
A tecnologia já está em processo de licenciamento, com uma empresa interessada em colocar o bioplástico no mercado a curto prazo.

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