Powered By Blogger

terça-feira, 30 de junho de 2015

Conheça o sistema que pretende limpar os oceanos

Extraído do site www.pensamentoverde.com.br


Projeto utiliza a própria força dos oceanos para chegar a pontos distantes 

e recolher o lixo plástico que prejudica a vida marinha



O sistema criado pretende “varrer” as chamadas “ilhas de lixo” nos oceanos.
Você sabia que existem cinco “manchas” gigantescas de plástico nos oceanos no planeta? Conhecidas como “giros”, são reflexos de décadas e décadas de descaso com a natureza por parte de embarcações de vários países.
A situação é agravada pelas correntes oceânicas que levam grande parte do lixo para longe da costa, o que afeta diretamente a vida marinha e também a cadeia alimentar da Terra. Já foram colhidos produtos altamente tóxicos nos mares, como PCB e DDT, que podem causar doenças como câncer, má formação e debilitar a capacidade reprodutiva.
Se por um lado o cenário é preocupante, por outro, estas concentrações de lixo nos oceanos também facilitam a limpeza. Um bom exemplo é que 1/3 de todo o plástico está no Oceano Pacífico, em uma área conhecida como “Pacific Garbage Patch”. Foi justamente olhando pelo lado positivo que um jovem japonês teve a ideia de limpar os oceanos através de dispositivos de flutuação passiva (barreiras) que utilizam a corrente marítima para chegar a tais pontos distantes.
A iniciativa ganhou forma em 2014 e já está em fase de testes na costa japonesa.  O sistema faz com que os plásticos mais leves que a água flutuem sob as barreiras e sejam recolhidos.
A expectativa é que somente um destes conjuntos de limpeza seja capaz de limpar uma área de até 100 quilômetros. O projeto será inaugurado oficialmente em 2016 e especialistas calculam que em 10 anos mais de 40% dos oceanos estarão limpos devido a esta inovação. Outra boa notícia é que todo o plástico recolhido será reaproveitado para fabricação de biocombustível.


Bioconcreto usa bactérias para curar-se sozinho de trincas

Redação do Site Inovação Tecnológica 


Bioconcreto usa bactérias para curar-se sozinho de trincas
O Dr. Alan Richardson criou uma espécie de "bioconcreto", dotado de capacidade de autocicatrização. Em primeiro plano, os diversos blocos do novo concreto. [Imagem: Northumbria University]
Autocicatrização
Concreto e trincas são duas coisas que nenhum engenheiro gosta de ver juntas.
Talvez agora eles possam começar a respirar aliviados, graças a um concreto capaz de autocicatrizar-se de trinchas e rachaduras.
O Dr. Alan Richardson, da Universidade Northumbria, no Reino Unido, criou uma espécie de "bioconcreto", um concreto que tira partido de um microrganismo para cicatrizar seus ferimentos.
O pesquisador está usando uma bactéria comumente encontrada no solo -Bacillus megaterium - para criar calcita, um mineral que é uma forma do carbonato de cálcio.
As bactérias são cultivadas em um meio nutriente de leveduras, minerais e ureia que, em seguida, é adicionado ao concreto.
Com sua fonte de alimento no concreto, as bactérias se espalham pelo material.
A calcita que elas produzem em seu processo metabólico funciona como um preenchimento que sela as rachaduras do concreto, evitando uma maior deterioração.
Novos e velhos
Não é necessário um grande impacto ou um terremoto para fazer o concreto trincar - o processo de desgaste lento é tão sério que os pesquisadores chamam o problema de "câncer do concreto".
O pesquisador salienta que ainda são necessários testes de durabilidade e adaptação da técnica para o processo produtivo, mas está esperançoso de que o material possa servir não apenas para construções novas, mas também para reparos em prédios já construídos.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

ONU debate banimento dos robôs assassinos

Com informações da New Scientist 


ONU debate banimento dos robôs assassinos
As Leis da Robótica, conforme propostas por Isaac Asimov - elas não estão em vigor e não fazem parte de nenhum tratado internacional.[Imagem: SIT]
Armas letais autônomas
Você será exterminado!
Ou talvez não, ao menos se um grupo de ativistas anti-robôs assassinos conseguirem se fazer ouvir.
A Convenção das Nações Unidas sobre Armas Convencionais (CCW) está novamente ouvindo especialistas técnicos e legais sobre o assunto dos robôs assassinos, sistemas de armas feitos para disparar sem intervenção humana.
A série de palestras e debates do painel é o último passo no caminho para um tratado internacional sobre armas letais autônomas.
A expectativa é que os robôs assassinos tornem-se tão odiosos quanto as minas terrestres e as armas químicas.
O elemento chave das discussões é a definição de "controle humano significativo" - que tipo de intervenção humana é necessária no processo de matar alguém no campo de batalha ou fora dele?
Direito Internacional Humanitário
Os delegados estão também analisando as possíveis questões impostas pelas armas autônomas letais para o Direito Internacional Humanitário.
Peter Asaro, pesquisador da Universidade de Stanford e membro do Comitê Internacional de Controle das Armas Robóticas, afirmou durante o painel que há um consenso crescente de que é inaceitável que robôs matem pessoas sem supervisão humana.
Asaro informou que a Croácia e o Japão fizeram fortes declarações apoiando este princípio. Ele acredita que vários países, como a Coreia do Sul, cujas declarações foram cautelosas em reuniões anteriores, tornaram-se mais firmes em sua oposição ao armamento autônomo.
"Eu penso que há um consenso em torno do fato de que, em sua forma mais extrema, você simplesmente não pode ter armas lá fora sem qualquer tipo de supervisão humana," disse Asaro. "Mas ainda há discordância e trabalho a ser feito sobre a forma como podemos definir isto em termos legais."
O "controle humano significativo" tem-se revelado um conceito notoriamente difícil de gerar consenso. "A minha opinião é que um ser humano deve ter controle significativo sobre um ataque, seja para iniciá-la, seja para ser capaz de interrompê-lo depois de ele ter sido iniciado," defendeu Asaro.
Banimento dos robôs assassinos
Mesmo as estimativas mais esperançosas dos delegados na reunião sugerem que um tratado ou proibição formal dos robôs assassinos deverá demorar pelo menos um ano ou dois.
Mas o fato de que a ONU concordou em continuar a discutir a questão está sendo visto como um sinal de que essa resolução está no horizonte.

Energia das ondas vira eletricidade em terra

Redação do Site Inovação Tecnológica

Eletricidade ecológica
A empresa emergente Ecotricity, do Reino Unido, divulgou o projeto de um novo mecanismo para gerar eletricidade a partir das ondas do mar.
Searaser foi projetado para minimizar a variação na produção de energia, algo típico das fontes renováveis, e o custo na fabricação do gerador.
"Ele tem um projeto simples e nós acreditamos que ele irá produzir eletricidade mais barata do que qualquer outra tecnologia alimentada pelas ondas, ou mesmo mais barata do que qualquer outra energia renovável," prevê Alvin Smith, idealizador do aparelho.
Como a água salgada é altamente corrosiva, fabricar geradores elétricos para funcionar submersos no mar sai muito caro.
Além disso, água e eletricidade não se dão bem, o que exige um aparato de isolamento que encarece a estrutura e a operação.
Ao projetar um equipamento de pequeno porte, para ser instalado próximo à costa, em águas rasas, os projetistas esperam reduzir custos de material e de manutenção.
Além disso, o Searaser não gera eletricidade na água.
Ele simplesmente usa o movimento das ondas para bombear água do mar para uma turbina em terra.
Este conceito já havia sido explorado pela chamada hidroelétrica marinha, mas o projeto do Searaser é mais simples e voltado para instalações menores.
Energia das ondas do mar
O principal elemento do gerador é um pistão, colocado entre duas boias. Uma delas flutua ao sabor das ondas, enquanto a outra fica ancorada no fundo do oceano.
Conforme as ondas passam, as boias movem-se para cima e para baixo, movimentando o pistão, que envia água sob pressão para uma instalação em terra.
Na usina, o fluxo de água movimenta uma turbina, responsável pela geração da eletricidade.
O primeiro protótipo, que deverá entrar em testes, terá 1 metro de diâmetro e 12 metros de altura.
O principal limitador da tecnologia é que ela é adequada apenas para locais rasos, próximos à costa, o que a coloca em competição com áreas de lazer e pesca e sujeita a entraves de natureza ambiental.

Estudantes brasileiros poderão fazer estágio em centros de pesquisa da NASA

Com informações do MCTI 


Estágio na NASA
A Agência Espacial Brasileira (AEB) assinou um acordo com a NASA que permitirá que estudantes da graduação e pós-graduandos brasileiros façam estágios em centros de pesquisa da agência espacial dos Estados Unidos.
O acordo inclui estudantes das áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
Os graduandos, principalmente bolsistas de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) estudando em universidade norte-americanas, poderão investir parte do seu tempo para ampliar os conhecimentos e a prática em questões espaciais.
De acordo com a AEB, a bolsa do CsF poderá ser usada, parcialmente, para custear o estágio em um dos centros de pesquisa da NASA.
Solicitação do estágio
Podem pleitear o estágio os bolsistas ligados ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) ou à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) que já estão em uma universidade norte-americana ou estão prestes a embarcar para o programa.
Os alunos devem estar inscritos em um curso das áreas de Engenharia, Desenvolvimento Tecnológico ou similar.
Para os pós-graduandos, é necessário que estudo seja feito nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia ou Matemática.
Para mais informações entre em contato com a AEB pelo endereço estagio.nasa@aeb.gov.br

domingo, 28 de junho de 2015

Mais uma vez falando sobre Nikola Tesla


Estou postando um novo artigo pelo fato de ser um grande admirador desse Gênio da Humanidade, que se fosse lhe dado os meios necessários para implantar todos os seus projetos em nossa civilização, estaríamos séculos adiantados em nosso conhecimento tecnológico e em nosso bem-estar.
Infelizmente ele foi barrado e boicotado por pessoas e corporações cujos interesses conflitavam com seus ideais.

Nikola Tesla
Um gênio desconhecido 
"A ciência não é senão uma perversão de si própria se não tem
como objetivo principal o bem-estar da humanidade.
"
Nikola Tesla




Poucos sabem quem é Nikola Tesla. Para alguns, “tesla” é apenas uma das unidades usadas para designar medidas de intensidade de campo magnético. O fato é que Nikola Tesla (1856 – 1943) é o homem que possibilitou o uso em grande escala da eletricidade, o inventor do sistema multifásico de corrente alternada, do rádio, da lâmpada fluorescente, um dos descobridores dos raios X e autor de muitas outras invenções que estão registradas através de mais de 700 patentes.1
Como costuma acontecer aos homens de visão, Tesla teve que suportar a incompreensão de seus contemporâneos. Dentre suas descobertas, o mundo só conheceu aquelas que interessaram ao poder financeiro, e aquele que teria sido o seu invento mais importante foi também o mais visado. Trata-se do Sistema Mundial de transmissão de energia elétrica sem fios, projeto que foi “abafado” pelas mesmas mãos que se apoderaram de várias de suas idéias e que as usaram ou em proveito próprio ou a serviço da tecnologia bélica, o que, sem dúvida, contribuiu para intensificar o quadro de brutalidade humana que caracterizou o século XX.
Diferentemente da grande maioria dos cientistas, Tesla foi sempre guiado pelo ideal de colocar o seu trabalho científico a serviço do bem-estar do homem, e em nome desse objetivo chegou a passar por situações de verdadeira penúria financeira. Tendo compreendido que o uso contínuo e prolongado das fontes de energia usadas na época constituiriam, a longo prazo, uma ameaça à manutenção das reservas naturais do planeta, ele passou décadas tentando descobrir uma fonte energética não poluente e que não destruísse a natureza. E, para desespero das grandes empresas geradoras de energia, ele apresentou um surpreendente projeto de construção de megacentrais de energia elétrica o qual abria, de forma concreta, a possibilidade de que esta viesse a ser consumida pelos usuários sem qualquer custo. Isso foi o suficiente para que Tesla se tornasse um incômodo para muita gente e um perigo para uma sociedade que era dominada pelo materialismo e pelo egoísmo.
Por ter levado às últimas conseqüências seu ideal de ser efetivamente útil à sociedade, o inventor do sistema que possibilitou o aproveitamento doméstico e industrial da eletricidade – a qual é, como se sabe, responsável pelo enorme progresso tecnológico ocorrido no século XX – foi, em vida, perseguido, desprezado, ignorado e até humilhado, tendo chegado ao ponto de passar os últimos anos de sua existência na solidão de um quarto de hotel e na miséria. E, postumamente, a única homenagem que lhe prestam é o banimento de seu nome da história da ciência que é ensinada nas universidades. E, por incrível que pareça, nem mesmo a grande maioria dos docentes da área da Física costumam estar a par do assunto. Mas é chegada a hora de conhecer e reconhecer este gênio inventivo, que, tendo encarnado o protótipo do legítimo cientista, legou às gerações seguintes um raro exemplo de conduta.

A descoberta do motor de corrente alternada
Nikola Tesla nasceu em 1856 na província de Lika, que abrange regiões da Croácia e da Eslovénia.2 Desde pequeno, ele já se interessava por coisas que passavam despercebidas às outras pessoas, e, em especial, por determinados fenômenos da natureza que ele constantemente observava. Essa atitude revelava o dom inato que tanta influência teria em seu destino, e também no nosso.
Tesla estudou na renomada Escola Politécnica de Gratz, Styria, onde tinha aulas laboratoriais de eletricidade com o físico Poeschl. Enquanto este fazia demonstrações com um dínamo que alimentava um motor, Tesla notou que os contatos elétricos em forma de escovas em dispositivos chamados “comutadores” produziam faíscas. E, durante uma aula, expôs ao professor a sua hipótese de que deveria ser possível operar o motor sem esses dispositivos usando corrente alternada ao invés da corrente contínua (ou constante) que se usava na época. Poeschl disse-lhe então que isso era inviável, dado que a eletricidade flui em uma direção enquanto que o campo magnético tem dois pólos, cada um dos quais atuando de forma oposta sobre a corrente. E que, portanto, o uso de um comutador era indispensável para alterar, no momento certo, a direção da corrente na armadura giratória. E completou sua argumentação afirmando com ceticismo: “O Sr. Tesla poderá realizar obras grandiosas, mas não esta, com certeza. Pretender realizá-la é o mesmo que pensar em transformar uma força retilínea como a da gravidade num esforço giratório. É um esquema do tipo de movimento perpétuo. Uma idéia impossível.”
A verdade é que Poeschl raciocinou de forma lógica, considerando que não seria possível, através de uma corrente alternada (ou seja, uma corrente elétrica que varia no tempo em forma periódica e cuja direção muda uma vez a cada ciclo), fazer com que o motor girasse sempre numa mesma direção. Acreditava-se que o movimento realizado por ele mudaria de direção a cada vez que a corrente também o fizesse. Era devido a esta crença que se usava a corrente contínua, que flui sempre na mesma direção. Durante algum tempo, Tesla não questionou a opinião do professor, mas algo lhe dizia que sua idéia era realmente viável, e ele não a esqueceu.
Em 1882, passeando em companhia de um amigo e sentindo-se inspirado diante da beleza de um pôr-do-sol que contemplava ao mesmo tempo em que declamava um poema de Goethe, Tesla concebeu a idéia que mudaria o mundo para sempre: o motor de corrente alternada. Este genial invento, notável por sua simplicidade, aproveita a energia elétrica tal qual é produzida naturalmente pelos dínamos. Ele é baseado no conceito de campo magnético giratório, obtido através de várias correntes alternadas defasadas entre si. Com o campo magnético giratório, os complicados e caros comutadores deixavam de ser necessários. Para surpresa de todos os estudiosos da área da Física, uma hipótese que até então parecera absurda apresentava-se agora como uma realidade. Uma realidade surpreendentemente boa, que abriu as portas para a distribuição da energia elétrica por todo o mundo.
               Com o uso da corrente alternada, foi possível desenvolver os transformadores, através dos quais obtém-se facilmente altas tensões elétricas, necessárias para o transporte de grandes quantidades de energia elétrica sem risco de queima dos fios de condução. No sistema de corrente contínua, a ausência de transformadores implicava o uso de baixas tensões e altas correntes, sendo necessários então cabos extremamente grossos. Porém, essa solução era tão cara que se fazia impraticável para distâncias acima de alguns quilômetros. Além disso, as perdas de energia que este sistema ocasionava eram enormes. Assim, para iluminar Nova Iorque, por exemplo, teriam sido necessárias cem estações geradoras de potência de corrente contínua, e com a tecnologia da corrente alternada apenas uma já bastava, não só para cumprir a mesma função como também para atingir uma área ainda maior. Tornou-se possível, portanto, transportar a energia elétrica das grandes centrais geradoras, as quais poderiam tornar utilizável o enorme potencial energético oferecido pela natureza (tal como ocorre, por exemplo, nas usinas hidroelétricas), até distâncias de milhares de quilômetros da fonte, viabilizando-se assim o uso extensivo da eletricidade. Desse modo, o progresso e o desenvolvimento das civilizações puderam ser impulsionados como nunca.
Compreendendo o importante significado de sua descoberta, Tesla tentou convencer investidores europeus a financiarem a construção dos sistemas de corrente alternada. Suas tentativas, porém, foram infrutíferas. Em 1884, ele chegou aos Estados Unidos e apresentou sua descoberta ao célebre Thomas Alva Edison. Na época, todas as companhias comerciais de energia elétrica, inclusive a do próprio Edison, estavam baseadas em dispositivos de corrente contínua. Devido a interesses econômicos, e também por falta de humildade em reconhecer a superioridade da idéia de Tesla em relação às suas próprias idéias, Edison não conseguiu avaliar adequadamente o projeto do inventor europeu, tendo-se limitado a tachá-lo de inviável. É provável que, no fundo, aquilo que o motivasse a agir assim fosse o medo de perder o status de “rei da eletricidade” de que então gozava.
Apesar do desinteresse demonstrado por Edison na ocasião, Tesla foi aceito na Continental Edison Company graças a uma carta de recomendação escrita por um gerente dessa mesma Companhia em Paris, onde o inventor europeu trabalhara. A carta de recomendação dirigida a Edison dizia: “Conheço dois grandes homens, e você é um deles; o outro é esse jovem”. Devido ao seu incrível engenho técnico, Tesla conseguiu conquistar a admiração de Edison, e seu prestígio junto a ele aumentou vertiginosamente em pouco tempo. Propôs então modificar os geradores fabricados por esse outro inventor a fim de que se tornassem mais eficientes, diante do que este prometeu pagar-lhe U$S 50.000,00 caso ele conseguisse de fato realizar essa proeza. Após árduo trabalho, Tesla projetou e construiu vinte e quatro novos tipos de dínamo, os quais, efetivamente, se revelaram superiores aos modelos antigos. Ao inquirir Edison acerca do pagamento prometido, Tesla recebeu a decepcionante resposta de que o oferecimento havia sido apenas uma brincadeira típica do humor americano. Por esta ofensa, Nikola Tesla se demitiu da empresa e partiu em busca de algum meio de dar a conhecer ao mundo seu grande invento. Mas ele não tardou a descobrir, para grande surpresa sua, que nem mesmo nos EUA era possível encontrar alguém que se interessasse por ele!
Os dois anos que se seguiram a esse episódio (1886 e 1887) foram marcados por grandes dificuldades para Tesla. Durante esse período, sua situação financeira se agravou tanto que ele chegou a passar fome, e foi graças a pequenos trabalhos de conserto de aparelhos elétricos que conseguiu sobreviver. Finalmente, um dos associados da companhia de telégrafos Western Union interessou-se em investir na fabricação e utilização das lâmpadas fluorescentes desenvolvidas por ele e, assim, ambos montaram a Tesla Electric Company. Vários meses de luta se seguiram, durante os quais ele desenvolveu uma grande variedade de acessórios para seu sistema de corrente alternada, como os motores e transformadores multifásicos e outras peças para o sistema de distribuição de energia elétrica. Tal foi o acúmulo de patentes registradas então por Tesla que não foi mais possível ignorá-lo. Em maio de 1888, o Instituto Americano de Engenheiros Elétricos o convidou a dar uma palestra. O convite foi aceito, e ele discorreu então, diante de uma platéia surpresa, sobre o sistema de corrente alternada, demonstrando, através de explicações criteriosamente embasadas nas leis da Física, as incríveis vantagens de seus inventos. Com essa exposição, Tesla ofereceu ao público uma descrição bastante aproximada daquilo que é o sistema elétrico usado hoje em dia no mundo inteiro.
Depois daquela palestra, o inventor e empresário George Westinghouse farejou um verdadeiro filão no invento de Tesla e reconheceu a sua superioridade inquestionável, apesar da feroz propaganda que Edison fazia contra o sistema de corrente alternada. Decidiu então agir rápido. Visitou-o em seu laboratório e ofereceu-lhe o valor de um milhão de dólares por todas as patentes associadas a essa corrente alternada, além de um dólar por cada cavalo de potência fornecido. Posteriormente, Westinghouse, tendo mudado de idéia acerca deste segundo item do contrato, induziria Tesla a cancelá-lo.
Um passo decisivo no reconhecimento da superioridade do sistema de corrente alternada sobre o de corrente contínua foi dado no momento em que foi decidida a construção de uma estação geradora de potência nas cataratas do Niágara. O sistema de Tesla já havia provado a sua eficácia experimental, mas ainda não havia sido utilizado em grande escala. Os empresários envolvidos naquele grande investimento fizeram uma minuciosa avaliação das tecnologias referentes às duas formas de corrente e acabaram escolhendo a desenvolvida por Tesla. A inauguração da usina em 1892 representou simultaneamente, no que concerne à geração de potência em grande escala, a consagração do sistema de Tesla e a aposentadoria da tecnologia de corrente contínua defendida por Thomas Edison.

Radiodifusão e a bobina de Tesla
Em muitos livros de história de radiofonia consta a equívoca afirmação de que o inventor do rádio teria sido o físico italiano Guglielmo Marconi. Poucos sabem que, em 1890, Tesla já havia desenvolvido o primeiro tubo eletrônico destinado a ser usado como detector num sistema de rádio. Em 1892, ele descreveu seu invento em palestras em Londres e Paris e, no ano seguinte, apresentou em detalhes o funcionamento de seu sistema de transmissão e recepção por rádio no Instituto Franklin na Filadélfia.3 Este sistema já era formado de praticamente todos os componentes dos rádios de hoje. Sempre interessado antes em desenvolver novos projetos do que em explorar comercialmente os inventos já realizados, Tesla passou imediatamente a desenvolver o sistema de transmissão de potência elétrica sem fios.
Marconi, que conhecia bastante bem os experimentos de Tesla, somente em 1895 conseguiu produzir ondas eletromagnéticas em seu laboratório. Sua experiência assemelhava-se a uma que havia sido realizada em 1887 pelo físico alemão Heinrich Hertz. Através dessas ondas, Marconi foi capaz de enviar e receber mensagens telegráficas a uma distância um pouco superior a dois quilômetros. Rapidamente, ele aperfeiçoou seu sistema e fez demonstrações públicas de transmissão de mensagens a distância, testando espaços cada vez maiores. Com isso, ele atraiu a atenção do grande público, da imprensa e dos grandes investidores. Através de intensa publicidade, adquiriu popularidade mundial e acabou se consagrando como o inventor do rádio4. Em 1901, Tesla referiu-se ao italiano nos seguintes termos: “Marconi é um bom rapaz, vamos deixá-lo continuar. Ele está usando dezessete das minhas patentes”. Durante bastante tempo ele aceitou, sem exigir nada em troca, o “bom uso” que Marconi estava dando a essas patentes. Só quando este se lançou ferozmente à exploração comercial das mesmas sem sequer mencioná-las é que Tesla entrou com um processo na justiça americana reclamando os seus direitos. Era 1914. O veredicto, em primeira instância, foi favorável a Marconi, e foi preciso esperar até 1943 (ou seja, quase trinta anos!) para que a Suprema Corte dos EUA, aceitando o recurso, concedesse a Tesla o direito de ser reconhecido como aquilo que de fato era: o inventor do rádio. Quando isto aconteceu, ele sequer pôde desfrutar de sua vitória, uma vez que, dois meses antes, havia deixado este mundo.
Na verdade, Tesla havia desenvolvido algo que superava as idéias originais de Hertz. Tratava-se de uma série de alternadores de alta freqüência, precursores daqueles que são usados atualmente nos rádios de onda contínua. Este invento se uniria à célebre “bobina de tesla”, dispositivo por ele apresentado publicamente já em 1891 que converte um sinal de baixa tensão e alta corrente em outro de alta tensão e baixa corrente, utilizando altas freqüências. Este instrumento, que é usado até hoje na maioria dos aparelhos de rádio, TV e nos monitores de computador, inclusive até hoje, é notável por sua simplicidade e utilidade.
A maneira como Tesla concebia a tecnologia do rádio era diferente daquela que havia sido introduzida por Hertz. Para Tesla, a transmissão de sinais de rádio é um fenômeno de condução elétrica que pode se dar através do ar ou da terra, e não apenas um fenômeno de radiação.5 Esta descrição proposta por ele virou tabu na ciência oficial, que aceitou como válido apenas o modelo hertziano de rádio. Não obstante, Tesla defendia seu modelo corajosamente, apontando as vantagens da transmissão de sinais de rádio a baixa freqüência através da terra sobre a transmissão em altas freqüências pelo ar de Hertz. Mencionava, por exemplo, o fato de que seu modelo consumia menos energia e não precisava de antenas. Porém, em decorrência da intensa campanha que Marconi havia feito contra ele, seus argumentos acabaram sendo ignorados pela comunidade científica. Durante a Primeira Guerra Mundial, a eficácia das idéias de Tesla pôde ser demonstrada na prática, embora de forma acidental. Foi então descoberto que era possível ouvir as conversas dos adversários de guerra conectando auriculares a varas condutoras enterradas. A possibilidade de enviar sinais elétricos de baixa freqüência por terra foi demonstrada ainda por Nathan Stubblefield e pelo pesquisador James Harris Rogers. Este último eliminou por completo as antenas aéreas e verificou que o rádio “subterrâneo”, quando sob variações atmosféricas e climáticas, era mais estável que o outro.6
Outra contribuição importante de Tesla foi o “segredo da sintonia”, ou “princípio de quarto de onda”, um método simples para calcular o comprimento de uma bobina de sintonia num circuito de rádio. Esse método é utilizado até hoje para calcular o comprimento das antenas em circuitos de sintonia.7

Energia ao alcance de todos: o sistema mundial de transmissão de energia 
“Não há uma crise de energia. Há apenas uma crise de ignorância.”R. Buckminster Fuller
O que Tesla pretendia não era, simplesmente, tornar acessível a todos o uso da energia elétrica. Sua capacidade de visão o levou a lutar por um ideal ainda mais abrangente: a transmissão de energia elétrica sem fios mediante um sistema que permitiria distribuí-la pelo mundo inteiro, fazendo com que ela passasse a ser propriedade da humanidade. As casas, fábricas, trens, aviões, submarinos, carros e barcos receberiam esta energia através de antenas que os conectariam às torres receptoras locais. Esta seria a realização mais importante de toda a sua carreira.
O coração desse sistema era a “bobina de Tesla”, dispositivo capaz de produzir correntes alternadas com tensões de até milhões de volts e altas correntes e, ainda, com freqüências variadas. Tesla descobriu que, se uma lâmpada fluorescente era colocada a pouca distância desse dispositivo, ela se acendia e irradiava luz sem que, para tanto, houvesse necessidade de fios. O fenômeno da ressonância elétrica era a chave daquela descoberta. Em 1891, Tesla havia acabado de se tornar cidadão norte-americano, e essa nova tecnologia iria ser o seu presente ao país que o acolhera e ao mundo. Através dela, seria possível transmitir energia instantaneamente, a qualquer distância, através do ar. E isto significava energia gratuita para todos.
Um dos assistentes de Tesla questionou as implicações desse plano de distribuição de energia. Ele perguntava se uma empresa provedora de energia elétrica aceitaria fornecer sua mercadoria gratuitamente e se Tesla seria “autorizado” a introduzir um sistema como esse. Mas essas dúvidas só conseguiram exasperar o inventor, pois ele estava convicto de que seu plano iria ser aceito simplesmente porque se tratava de algo correto e que deveria ser realizado.
Com o tempo, a visão de Tesla a respeito da transmissão de energia sem cabos foi se ampliando e evoluindo. A transmissão através do ar apresentava limitações devido à perda de energia a grandes distâncias. Por isso, ele decidiu usar a terra, e não o ar, como meio de propagação de energia. A própria Terra poderia fazer as vezes de condutor; as ondas elétricas se expandiriam através da crosta terrestre em frentes de ondas concêntricas passíveis de serem recebidas e utilizadas em pontos geográficos distantes. Desta forma, o planeta inteiro seria convertido num transmissor elétrico colossal.
Numa noite de 1899, Tesla realizou em seu laboratório, na cidade de Colorado Springs, um de seus experimentos mais famosos. Em sua tentativa de enviar energia elétrica através da terra, ele descobriu um efeito a que deu o nome de crescimento ressonante. Essa descoberta pode ser considerada uma das mais importantes façanhas elétricas já realizadas pelo homem. A tensão acumulada na antena da torre do laboratório produziu um arco de luz que se estendeu em direção ao céu e cresceu progressivamente até chegar a um comprimento de mais de 40 metros. E a experiência só não teve resultados ainda maiores porque houve uma interrupção inesperada: o gerador de energia elétrica da cidade de Colorado Springs não agüentou a sobrecarga e acabou se queimando. Tesla explicou o efeito de crescimento ressonante dizendo que a corrente elétrica havia atravessado o planeta inteiro até refletir-se no lado oposto, tendo sido reforçada por pulsos elétricos obtidos do gerador a cada vez que ela retornava ao seu ponto de partida. 

Tesla e J.P. Morgan
O bilionário norte-americano J. Pierpont Morgan interessou-se pelo fenômeno Nikola Tesla. Naquela época, eram relativamente poucos os grupos financeiros que dominavam os recursos econômicos mundiais. Quando um desses grupos descobria alguém como Tesla, isso poderia ter grandes implicações para o destino desse alguém. Sem dúvida, Morgan ficou surpreso e imensamente satisfeito quando soube que ele trabalhava sozinho e que estava precisando de fundos para realizar suas pesquisas. O empresário simplesmente não podia correr o risco de que outro grupo que não o seu financiasse o inventor.
Tesla buscava um meio de viabilizar o seu Sistema Mundial de transmissão de potência elétrica e telecomunicações quando foi descoberto por Morgan.8 O empresário, que sabia de seu potencial, entreviu na parceria uma possibilidade de que seu grupo viesse a possuir o monopólio do sistema mundial de comunicações, o que, é claro, pareceu-lhe extremamente interessante. Mas, por outro lado, o novo projeto de Tesla representava uma ameaça ao recentemente instalado e imensamente lucrativo sistema de transmissão de corrente alternada. Se mais alguém se interessasse pelo novo sistema e o levasse adiante, isso seria muito perigoso para o grupo de Morgan. Porém, se ele próprio assumisse o financiamento, desfrutaria ao menos da vantagem de poder dirigir a utilização desse sistema segundo sua própria conveniência.
Feito o acordo, o empresário entregou inicialmente a Tesla U$150,000, montante esse que cobria apenas a primeira fase do projeto. Tesla providenciou então a construção de um novo laboratório em Long Island, perto de Nova Iorque. E assim, em 1900, a célebre torre de Wardencliff, que deveria superar em tamanho e capacidade de transmissão de potência a torre de Colorado Springs, começou a ser edificada. Pouco tempo depois, sem prévio aviso, Morgan interrompeu o financiamento da construção do sistema e, quase que instantaneamente, uma onda de rumores espalhou-se pela cidade. Dizia-se que Morgan havia perdido o interesse pelo projeto por ser ele impraticável. Dado o prestígio e a influência do bilionário nos círculos do poder financeiro, esses rumores acabaram por espantar todos os outros possíveis financiadores. A partir de então, todos os esforços realizados por Tesla no intuito de atraí-los foram em vão. Em 1905, quando grande parte da torre já havia sido construída, o inventor se encontrava financeiramente exaurido. Ele canalizara para o projeto todos os seus próprios recursos e contraíra enormes dívidas.
Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, utilizando-se da justificativa de que a torre, que ainda se encontrava inacabada, poderia ser usada por espiões alemães, o governo norte-americano mandou derrubá-la. A explicação parece pouco convincente. Além do mais, é no mínimo estranho que, mesmo depois de terminada a guerra, ninguém tenha se prontificado a reconstruí-la.
Chegado o momento da explosão, a torre de Tesla permaneceu incólume. Foi preciso dinamitá-la diversas vezes consecutivas para que ela finalmente ruísse.

Tesla e Bill Gates
De acordo com as previsões de Nikola Tesla, o Sistema Mundial da Torre de Wardencliff estaria apto a possibilitar: 
1) A interconexão de todas as estações de telégrafos do mundo;
2) O estabelecimento de um serviço de telégrafos secreto e imune a interferências para uso do governo;
3) A interconexão de todos os telefones e estações telefônicas do mundo inteiro;
4) A difusão universal de notícias, música, etc.;
5) A transmissão mundial de textos na forma escrita (cartas, cheques, etc.);
6) A reprodução mundial de fotografias e desenhos;
7) O estabelecimento de um serviço universal de marinha capaz de permitir a orientação dos navegadores de todos os barcos e, conseqüentemente, a prevenção de acidentes e desastres navais.

Como se vê, Tesla estava várias décadas à frente de seu tempo. No final do século XIX, quando o rádio acabava de ser inventado e a televisão nem mesmo existia, ele foi capaz de distinguir claramente a possibilidade de que o mundo viesse a desfrutar de uma série de recursos tecnológicos que somente na era da informática chegaríamos a conhecer (através de inventos como, por exemplo, a Internet e o FAX). Porém, como a perspectiva da transmissão não comercial da energia elétrica estava incomodando muita gente, sobretudo os empresários dos EUA, o desenvolvimento do projeto de Tesla sofreu forte censura e não pôde se desenvolver. Esse foi, é claro, o “misterioso” motivo pelo qual a torre de Wandercliff foi condenada à destruição.
Mas as idéias de Nikola Tesla, vigorosas que eram, se mantiveram vivas, e, várias décadas depois da queda de sua torre, um jovem extremamente sagaz chamado Bill Gates, apropriou-se delas. Dessa forma, a parte do projeto de Tesla que previa a “transmissão de textos escritos, cheques e a reprodução de fotografias e desenhos”, que  fora recebida tão ceticamente por seus contemporâneos, acabou se tornando uma realidade, só que com mais de sessenta anos de atraso.
Bill Gates, como se sabe, é hoje o proprietário da principal empresa de informática do mundo, e é considerado, popularmente, uma espécie de gênio das comunicações. Mas sua genialidade talvez se resuma ao fato de que tenha sabido tirar partido do talento e idealismo alheios para fazer fortuna.

Tesla admirado por cientistas da época
Faz-se notar, na trajetória de Tesla, a admiração que ele despertou nas pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com ele. Sabe-se que vários dos mais célebres cientistas e inventores da época o respeitavam e inclusive o procuravam. Porém, eles não o faziam simplesmente porque admirassem seu gênio criativo, mas também porque buscavam obter, junto a ele, subsídios e idéias para seus próprios experimentos. Homens como Edison, nos EUA, e Lord Rayleigh, Guglielmo Marconi, Herman von Helmholtz e Lord Kelvin, na Europa, são exemplos disso. Sobre Tesla, Lord Kelvin, numa certa oportunidade, declarou: “Tesla contribuiu para a ciência da eletricidade mais do que nenhum outro homem de sua época”. Lord Rayleigh, por sua vez, afirmou: “Nikola Tesla é dotado de um dom especial para realizar descobertas”.10
Sendo assim, torna-se difícil levar a sério aqueles rumores segundo os quais Morgan deixara de ter interesse em financiar os projetos de Tesla por considerá-los inexeqüíveis. Esses boatos não passaram de um estratagema destinado a inviabilizar um trabalho que visava colocar a ciência a serviço da paz e do bem comum.

Tesla e Einstein
Embora se saiba que Tesla e Einstein se encontraram algumas vezes, e não se possa  descartar a hipótese de que eles tenham conversado sobre ciência, torna-se evidente, pelos depoimentos de Tesla, que ele considerasse as afirmações de Einstein como tentativas arrogantes de subverter o significado intuitivo dos conceitos físicos básicos do homem. “A Física não é um submundo mental”, parecia ele advertir através de seus depoimentos e atitudes, “mas sim um dos inúmeros reflexos do homem”.
Tesla nunca conseguiu aceitar as interpretações de Einstein no que diz respeito à Teoria da Relatividade. A seu ver, o espaço não é curvo, mesmo porque ele não é um ente geométrico. O mesmo ele dizia em relação ao tempo. Para Tesla, o tempo era a energia vital que o impulsava a descobrir e desenvolver inúmeras coisas úteis, e não poderia ser desperdiçado, tal como Einstein o fizera, em especulações matemáticas inúteis sobre “o pensamento de Deus”. Ele também criticava toda tentativa de “explicar o funcionamento do universo sem reconhecer a existência do éter e a função indispensável que ele desempenha nos fenômenos”.11 O próprio Einstein, após ter passado anos tentando inutilmente desenvolver a sua teoria dos campos sem levar o éter em consideração, viu-se finalmente forçado a aceitar a sua existência.
Tesla era sabedor do poder da ciência e de seu potencial para produzir males ou benefícios. Ele via no desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação uma possibilidade de aproximar as pessoas e de acabar com a desconfiança entre os povos. E afirmava, inclusive, que a ciência poderia até mesmo acabar com as guerras.12 Acontece que Tesla só concebia a ciência como um instrumento a ser utilizado de forma altruísta, enquanto que para Einstein ela foi um trampolim para a fama, um jogo destinado a satisfazer sua curiosidade, e, o que é mais grave, um instrumento de poder e de destruição.
Infelizmente, os financiadores e a mídia optaram por popularizar Einstein e desprezar Tesla. E as gerações seguintes se viram condicionadas a seguir o triste exemplo do primeiro. O desenvolvimento das armas nucleares é prova disso. Num apontamento não publicado, escrito em 15 de abril de 1932 (treze anos, portanto, antes da bomba atômica), Tesla declara: “Einstein afirma que, através de raios cósmicos, a matéria é transmutada em força, e vice-versa. Isto é absurdo. É o mesmo que dizer que o corpo material pode ser transformado em espírito, e o espírito em corpo.” A repulsa que Tesla sentiu a essa afirmação de Einstein talvez tenha por causa o pressentimento de que tal concepção, se posta em prática, não poderia levar senão a um desastre mundial.

O desaparecimento de Tesla
“Não quero proporcionar a alguns indivíduos invejosos e de pouca visão
a satisfação de verem frustrarem-se os meus esforços (...). Meu projeto foi
retardado pelas leis da natureza. O mundo não estava preparado para ele.
Estava demasiado adiantado para o seu tempo. Mas as mesmas
leis prevalecerão afinal e farão dele um sucesso triunfal.”

Nikola Tesla, “Meus inventos”, 1919.

Uma pessoa que tenha ideais nobres acaba, forçosamente, tornando-se inimiga do “sistema”. O projeto de Tesla entrava em conflito com o maior filão econômico de sua época, pois ameaçava inviabilizar a comercialização da energia elétrica e, por isso mesmo, a construção de novas megacentrais dessa energia. No ambiente capitalista e acentuadamente competitivo da sociedade americana, Tesla só poderia ter sido considerado um louco ou um traidor.
Não é por mero acaso que as informações a respeito dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos por Tesla na segunda metade da sua existência são escassas. Seu projeto para a implantação de um sistema global de transmissão de energia tem sido interpretado como uma tentativa de captar novas formas (ou seja, não elétricas) de energia. Acredita-se que ele tenha começado a investigar a possibilidade de captar a energia do campo gravitacional que envolve a Terra, ou, ainda, a do próprio éter.13 Interpretações posteriores ao seu trabalho alegam que no final de 1898, no campo experimental de Colorado Springs, Tesla chegou perto da solução técnica para coletar energia a partir do éter, e que fora esse o motivo que levara o banqueiro J.P. Morgan a retirar mais tarde o seu financiamento, pois ele receava que, se não o fizesse, o monopólio das fontes convencionais de energia estariam em breve ameaçadas. Atribui-se a Tesla a invenção de máquinas que retirariam energia do éter para transformá-la em energia útil e a de um “conversor de estado sólido” capaz de controlar um motor elétrico especial. Há informes alegando que este motor teria sido instalado numa limusine. A performance desta teria sido similar à de um carro tradicional, com a diferença de que o consumo de combustível então verificado teria sido praticamente nulo. O teste teria submetido a limusine a altas velocidades durante o período de uma semana.
Segundo consta, Tesla teria conseguido ainda produzir terremotos artificiais. Acredita-se que ele o tenha feito através de uma vibração induzida no campo do éter, a qual teria sido transferida a toda a matéria.14 Conta-se que, tendo ele testado esta tecnologia em Nova Iorque, verificou-se um forte tremor que atingiu uma área de vários quarteirões.
Várias descobertas de Tesla têm sido investigadas e até mesmo aplicadas para fins bélicos, o que se opõe frontalmente ao espírito do inventor. As “ondas estacionárias” de freqüência extremamente baixa (ELF), por exemplo, fenômeno conhecido como “Efeito Tesla”, têm sido usadas para a “guerra biopsicológica”.15 Um artigo da Associated Press de 20 de Maio de 1983, dá conta de que, por volta de 1960, a URSS usou um dispositivo chamado LIDA para influenciar o comportamento humano com a emissão de ondas de rádio de baixa freqüência.
Há indícios de que Tesla tenha sido assassinado. Após o seu falecimento, todas as suas anotações científicas desapareceram. É provável que elas tenham sido confiscadas pela Agência Federal de Investigações norte-americana (FBI).16 Embora esta entidade o tenha negado, existe uma declaração do Departamento de Defesa Norte-americano, datada de fevereiro de 1981, que sugere que o confisco poderia ter de fato ocorrido. Reza o documento: “Acreditamos que algumas das anotações de Tesla podem conter princípios básicos que seriam de valor considerável às pesquisas do Departamento de Defesa”.17 O fato é que alguns apontamentos de Tesla, escritos em inglês nos laboratórios do cientista, apareceram “misteriosamente”, alguns anos após o seu falecimento, já traduzidos para o idioma sérvio num museu em Belgrado que existe em sua homenagem. Outros, porém, jamais reapareceram.
É possível que o misterioso desaparecimento de Tesla18 (seu corpo só foi encontrado três dias após o desenlace), atribuído aos alemães, tenha sido o resultado de sua recusa em contribuir para que a energia nuclear fosse colocada a serviço da guerra. Pois se é verdade que, dado o notável talento do inventor, não seria de se estranhar que ele tivesse sido chamado pelo governo norte-americano a integrar o projeto da bomba (agentes representantes dos interesses do Eixo e dos aliados circulavam como aves de rapina em torno de seus projetos e descobrimentos), é igualmente certo que ele, dado o caráter íntegro e honesto que sempre deu mostras de possuir, não teria se sujeitado a aceitar semelhante “convite”. Não se pode, entretanto, descartar a hipótese de que seu trabalho tenha sido aproveitado a serviço da guerra e, até mesmo, da fabricação da bomba atômica.
Na verdade, custa acreditar que a morte de Tesla não tenha qualquer relação com os interesses políticos que, naquele conturbado momento histórico (estava-se às vésperas do fim da Segunda Guerra Mundial), se encontravam em jogo no cenário mundial. Ela foi atribuída aos alemães, mas ninguém soube explicar convincentemente que espécie de razões a Alemanha poderia ter tido para eliminá-lo. Resta considerar que a queima de arquivos é uma tática usual dos serviços secretos, e que essa tática costuma ser acompanhada de uma acusação contra o inimigo, ao qual é imputada a culpa pelo crime praticado. Quem sabe, com o tempo, a justiça se manifeste e revele esses tenebrosos fatos a fim de que os homens não mais se esqueçam que a flor do bem só pode ser colhida da árvore da verdade. 
Nikola Tesla viveu incompreendido e perseguido durante a sua existência, mas deixando como exemplo uma história de vida que se encontra registrada na memória da misteriosa fênix que, sempre viva, há de ressuscitar quantas vezes se fizer necessário.

Notas
1. In: George Trinkaus - Tesla: The Lost Inventions. High Voltage Press. Claremont, CA
2. In: John O'Neil - Prodigal Genius - The life of Nikola Tesla  Brotherhood of Life, Inc., 110 Dartmouth, SE, Albuquerque, New Mexico USA, 1994.
3. Idem.
4. B. Eric Rhoads, Blast from the past: A pictorial history of radio's first 75 years, 
Streamline Press, 1996.
5.  In: George Trinkaus, Radio Tesla - The secret of Tesla's radio and wireless power, High Voltage Press, Claremont, CA, 1993.   

6. Idem.
Tesla, Nikola, Uma máquina para acabar com a guerra, segundo relatado a George Sylvester Viereck, Revista Liberty, fevereiro 1935, p. 5-7.
7. Ibidem.
8. Nikola Tesla, My inventions - The autobiography of Nikola Tesla, Tesla Book Company, Chula Vista, CA, EUA, 1919.   

9. Idem.
10. Ibidem.
11. http://www.cinemedia.com.au/SFCV-RMIT-Annex/rnaughton/TESLA_BIO.html)
12. Tesla, Nikola, Uma máquina para acabar com a guerra, segundo relatado a George Sylvester Viereck, Revista Liberty, fevereiro 1935, p. 5-7.
13. In: Jan van Helsing - Secret Societies and Their Power in the 20th Century - trad. do alemão por Urs Thoenen. 
Gran Canaria, Ewertverlag, 1995.14. Idem.
15. Ibidem.
16. In: http://foia.fbi.gov/tesla.htm (Arquivo da FBI sobre Tesla na internet)
17. Idem.   

18. The Secret of Nikola Tesla, Zagreb film production, International Home Cinema, Venice, CA, USA, 1986.

Quem é J. P. Morgan? 
O Grupo J.P. Morgan e Co. Inc, sediado em Nova Iorque, figurava, em 1929, na administração de nada menos que 2.450 sociedades, cujo capital atingia 74 bilhões de dólares, aproximadamente um terço de todo o capital existente nos Estados Unidos. Imagine-se o quanto esse patrimônio terá aumentado desde então, sobretudo após a vitória dos EUA na Segunda Guerra Mundial! Trata-se, sem dúvida, de um conglomerado verdadeiramente monstruoso.
Em Trustes e Cartéis (Ed. Globo, 1945), o Grupo Morgan é referido como um "gigantesco polvo". A metáfora se explica, é claro, pelo fato de ele se encontrar representado em quase todas as partes do mundo através dos milhares de firmas a ele associadas. O livro enumera algumas das organizações vinculadas ao Grupo Morgan em 1938:
-Bancos particulares:
Morgan, Stanley & Co. - Dexel & Co., Philadelphia.
Morgan Greenfeld & Co. - Morgan & Cie, Grandes Bancos
Bankers Trust Co.
New York Trust Co.
The First National Bank of New York
-Firmas:
GENERAL ELETRIC CO (conhecida como GE)
UNITED STATES STEEL CORP (há algumas décadas, a maior siderúrgica do mundo)
E. I. DU PONT de Nemours (indústria de produtos químicos)
GENERAL MOTORS CORP (conhecida como Chevrolet)
A obra enumera ainda outros 22 gigantes mundiais, dentre os quais:
-INTERNATIONAL NICKEL - Controle de 90% da produção de níquel;
-DUPONT - Maior fornecedora de munição para os aliados durante a II Guerra;
-UNITED STATES STEEL - Produção de 41% do total de aço dos EUA em 1930;
-GENERAL MOTORS - Produção de 42% do total de veículos nos EUA em 1938;
-WESTERN UNION - Após haver "engolido" 538 companhias telegráficas menores, esta empresa ficou com o monopólio de 80% de todas as redes americanas;
-INTERNATIONAL TELEPHONE & TELEGRAPH - A famigerada ITT, hoje transformada em AT&T. Proprietária de dois terços de todas as companhias telefônicas da América do Sul e de um quarto de todos os cabos submarinos do mundo (atualmente, a empresa  atua via satélite)

Carros autônomos do Google já circulam em vias públicas



Os carros autônomos da Google já circulam em condições reais nas estradas do Vale do Silício, na Califórnia (oeste dos Estados Unidos), mais precisamente na cidade de Mountain View, sede da gigante da internet.
Por razões de segurança, a velocidade máxima é de 40 Km/h, a fim de limitar os custos caso o carro saia da pista ou colida com algum obstáculo.
"Durante esta fase do nosso projeto, teremos 'motoristas de segurança' à bordo com acesso a um volante, acelerador e freio que lhes permitem tomar o controle, se necessário", informou o Google nesta quinta-feira.
Estes mecanismos foram as exigências impostas pelas autoridades da Califórnia para permitir avançar para a fase de experimentação em vias públicas. A empresa norte-americana obteve sinal verde da Califórnia em maio.
Até agora, a empresa de Mountain View só tinha o direito a circular alguns carros modificados Lexus, marca premium da Toyota.
Revelado há um ano, o Google Car é um pequeno carro elétrico de desenho simples - uma espécie de Smart mais arredondado - que acomoda até duas pessoas.
Ao embarcar em vias públicas, o Google espera conseguir mais dados para melhorar esta tecnologia, especialmente quando se trata de acontecimentos inesperados e ocasionais (desvios, calçadas, comportamento dos outros motoristas, etc.), para tornar o veículo capaz de ajustar sua trajetória e velocidade.
Google pretende comercializar o Google Car até 2020

Como a Inteligência Artificial poderia destruir a humanidade?

Extraído do site http://www.megacurioso.com.br/
Por Maria Luciana Rincón
Você já parou para pensar em como seria se o panorama de “O Exterminador do Futuro” realmente se concretizasse no futuro? Quando o primeiro filme da série foi lançado lá na década de 80, o estudo e desenvolvimento da inteligência artificial ainda estavam apenas engatinhando e, para a maioria das pessoas, essa questão de um dia convivermos com máquinas tão inteligentes — ou mais — do que os humanos não passava de ficção científica.
No entanto, de lá para cá as coisas mudaram — e avançaram — muito. Apesar de muitos cientistas estarem animados com o progresso nesse campo, algumas das mentes mais brilhantes que existem pelo mundo estão bastante preocupadas com o que o futuro nos reserva se o desenvolvimento da inteligência artificial sair de nosso controle.
Ashley Feinberg do portal Gizmodo reuniu as opiniões de alguns especialistas em tecnologia e inteligência artificial, e você pode conferir o que eles pensam — e preveem para o futuro da humanidade — a seguir:

1 – As máquinas tomarão os nossos empregos

Segundo Ashley, para Stuart Armstrong — filósofo e pesquisador do Instituto do Futuro da Humanidade da Universidade de Oxford —, o primeiro efeito devastador do domínio das máquinas sobre a humanidade seria o desaparecimento quase completo dos empregos.
Isso por que Armstrong imagina o seguinte panorama: pegue uma máquina tão inteligente como um ser humano e faça cem cópias dela. Depois, treine esses robôs em cem profissões diferentes e, então, faça outras cem cópias. Se continuarmos repetindo esse processo, o resultado serão milhões de trabalhadores altamente especializados, e a coisa se se tornaria ainda mais complicada se treinássemos essas máquinas com capacidades super-humanas.

2 – As máquinas vão se encher de nós

Considerando que o cenário anterior se concretize, existe uma grande probabilidade de que os humanos acabem se tornando obsoletos. De acordo com Daniel Dewey, colega de Armstrong em Oxford, provavelmente seria apenas uma questão de tempo até que as máquinas começassem a ver a humanidade como um obstáculo para o seu progresso.
Para explicar seu prognóstico, Daniel faz uma comparação entre humanos e chimpanzés, por exemplo, considerando a pequena diferença que existe entre a inteligência dos dois. Segundo ele, por mínima que pareça, essa sutil diferença resulta no predomínio de uma espécie sobre a outra — e se traduz em 7 bilhões de habitantes que dominam todo o planeta.
Assim, imagine que no futuro colônias de máquinas — supertreinadas e inteligentes — decidam desenvolver projetos que envolvam dilacerar a Terra ou tecnologias que contaminem o ambiente. Tal como os humanos fazem atualmente com tantas espécies de seres vivos que existem no planeta, pode acontecer de os robôs não levarem em consideração os nossos interesses e bem-estar. Sem falar que eles podem decidir que simplesmente seria mais fácil se livrar de todos nós e pronto.

3 – Os humanos se tornarão completamente dependentes das máquinas

Segundo Ashley, quem propõe este cenário é Bill Joy, da Sun Microsystems, e, para ele, a humanidade pode facilmente cair em uma situação na qual se apoiará cada vez mais nas máquinas para tomar suas decisões.
Com isso, conforme as questões que nos afetam comecem a se tornar cada vez mais complexas — e as máquinas cada vez mais inteligentes —, a humanidade poderia caminhar para um futuro de extrema dependência a ponto de que não haver mais alternativa além de aceitar o que as máquinas decidirem simplesmente porque as soluções apresentadas por elas trarão melhores resultados do que as propostas pelos humanos.
O problema é que, eventualmente, essas questões se tornariam tão complexas que os homens seriam incapazes de tomar decisões de forma inteligente sozinhos, e, quando chegarmos a esse ponto, as máquinas terão tomado todo o controle. A humanidade teria se tornado tão dependente da inteligência artificial que simplesmente seria impossível se desligar dela.

4 – As máquinas não serão tão espertas assim

De acordo com Ashley, o perigo com respeito à inteligência artificial pode não estar necessariamente relacionado com o objetivo deliberado de destruir a humanidade. Nesse sentido, Mark Bishop, professor de computação cognitiva da Universidade de Londres, se preocupa com o potencial emprego militar de sistemas de armas robóticas capazes de decidir quando iniciar um ataque sem que haja intervenção humana.
A inquietação de Bishop se refere ao fato de que atualmente esses sistemas não são especialmente inteligentes, e uma má decisão poderia facilmente gerar problemas que escalariam para situações com consequências potencialmente aterrorizantes. Portanto, não é difícil imaginar que, mesmo que as máquinas não cheguem a se tornar tão ou mais inteligentes do que os humanos, elas ainda podem representar uma ameaça existencial bastante real para a humanidade.

5 – As máquinas simplesmente vão devorar a humanidade

Você deve estar por dentro dos últimos avanços no campo da nanotecnologia — e do desenvolvimento de maquininhas milhares de vezes menores do que um fio de cabelo, não é mesmo? Mas você sabia que existem cientistas tentando criar robozinhos autônomos que funcionariam através da geração de energia a partir do consumo de detritos dos campos de batalha, incluindo cadáveres humanos?
Então, já pensou se esses nanorrobôs descobrem uma forma de se replicarem sozinhos e começarem a consumir coisas indispensáveis para a nossa sobrevivência — como máquinas, edifícios, florestas etc. Pior ainda, já pensou se essas minimáquinas desenvolvem um apetite especial e insaciável por carne humana?

Por que precisamos parar os robôs militares assassinos?

Da New Scientist 

Por que precisamos parar os robôs militares assassinos?
"Devemos nos concentrar em um tratado global que proíba a utilização de armas autônomas."[Imagem: Will Hutchinson]
Especialista em inteligência artificial, Mark Bishop, afirma que está na hora de banir a fabricação de armas que possam ser lançadas ou causar destruição sem a intervenção humana.
Nesta entrevista, ele explica porque e porque robôs matadores são uma ameaça real.
O que é a campanha Pare com os Robôs Assassinos?
É uma confederação de organizações não-governamentais e grupos de pressão agindo em defesa da proibição da produção e uso de sistemas de armas totalmente autônomos - aqueles nos quais é eliminada a capacidade de um ser humano tanto para escolher o alvo preciso, quanto para intervir na decisão final de atacar.
Quão perto estamos disso?
Já existem exemplos. Alguns, como o sistema de armas Phalanx, usado na maioria dos navios da Marinha dos EUA para detectar e atacar ameaças automaticamente, existem já há algum tempo.
Outro é o israelense Harpia, um veículo aéreo não tripulado do tipo "atire-e-esqueça", que vai procurar e destruir instalações de radar.
O que está impulsionando o desenvolvimento dessas tecnologias?
A atual estratégia militar ocidental se concentra mais nos drones do que nas forças tradicionais, mas drones controlados remotamente são vulneráveis ao sequestro. Sistemas totalmente autônomos são praticamente imunes a isso.
Eles também custam menos. Isso significa que os fabricantes vendem mais, então há um imperativo comercial para o desenvolvimento de sistemas autônomos e para que os governos os adotem.
Quais são os perigos?
Há razões para duvidar que sistemas autônomos possam julgar adequadamente a necessidade de lutar, reagir a ameaças de forma proporcional ou discriminar de maneira confiável entre combatentes e civis.
Além disso, quando você coloca complexos sistemas de software interagindo, existe um enorme potencial para consequências imprevistas.
Um exemplo claro foi visto no site Amazon em 2011, quando agentes de software elevaram o preço de um livro para mais de US$ 23 milhões.
Por que precisamos parar os robôs militares assassinos?
Em 2011, um programa automático de avaliação de demanda elevou o preço de um livro para mais de US$ 23 milhões. [Imagem: Divulgação]
Então, você está preocupado com a proliferação disso?
Sim. Na Coreia do Sul, os cientistas estão desenvolvendo um robô para patrulhar a fronteira com a Coreia do Norte. Se ele for adotado e se engajar em combate incorretamente ou desproporcionalmente, é fácil imaginar uma pequena incursão fronteiriça escalonando para se tornar um confronto sério.
Ainda mais assustadoramente, em 1983, durante exercícios militares dos EUA, sistemas de defesa automáticos russos detectaram falsamente um míssil, e apenas com a intervenção de um coronel russo se evitou uma guerra nuclear.
Mas o potencial de escalada fica particularmente assustador quando você tem sistemas autônomos interagindo com outros sistemas autônomos.
Os robôs não poderiam reduzir os riscos para os seres humanos?
Há um caso, apresentado por pessoas como o roboticista Ronald Arkin, em que os robôs podem fazer avaliações mais desapaixonados que soldados em sofrimento pela morte de companheiros ou em busca de vingança.
Isto não apenas não resolve o problema do escalonamento, como também ele se sustenta apenas se os sistemas puderem decidir quando se envolver de forma confiável, avaliando a proporcionalidade das ações e discriminando os alvos com precisão.
Então o que devemos fazer?
A tecnologia por trás dos sistemas autônomos tem outros usos, tais como o sistema de guiar carros do Google. Assim, o banimento do desenvolvimento seria difícil.
Em vez disso, devemos nos concentrar em um tratado global que proíba a utilização de armas autônomas.