Redação do Site Inovação Tecnológica
Veja o vídeo em: https://youtu.be/IdYeWN9ZivE
Explorar lua Titã
A NASA anunciou uma muito esperada missão para explorar Titã, a lua de Saturno que é a única do Sistema Solar que possui uma atmosfera significativa.
Sua superfície é formada por hidrocarbonetos gelados, com imensos mares de metano - condições chamadas de pré-bióticas, pois são semelhantes às da Terra em tempos primordiais.
Supõe-se que, centenas de quilômetros abaixo da capa gelada de hidrocarboneto, haja oceanos líquidos. Se esses ambientes (hidrocarbonetos e água) interagirem na presença de energia geotérmica, haveria condições teóricas de geração de formas rudimentares de vida (microrganismos) - a temperatura média na superfície fica por volta dos -180º C.
Já pousamos em Titã antes, com o módulo Huygens, da missão Cassini-Huygens, que estudou o sistema de Saturno durante 13 anos.
Mas foi uma missão curta, com poucas fotos e medições. Por isso, a próxima missão usará uma sonda robótica bem mais versátil e capaz de visitar múltiplos locais.
Drone extraterrestre
A missão Dragonfly (libélula, em português) anunciada agora será realizada por um drone de oito rotores alimentado por energia atômica.
O drone venceu a proposta de enviar um submarino a Titã porque é mais seguro estabelecer contato com ele e o conhecimento sobre as partes eventualmente líquidas da lua ainda é muito limitado.
Um robô voador parece promissor porque a atmosfera de Titã é densa, mais do que a da Terra, e a gravidade é muito baixa, menor do que a da Lua. O programa inicial prevê uma missão de 2 anos e 8 meses, período no qual o robô poderia percorrer 175 quilômetros em uma série de "saltos", com voos de até 8 quilômetros de distância.
Essa é a grande vantagem de um robô voador, em comparação com um robô com rodas - 175 km é mais do que o dobro da distância percorrida por todos os robôs marcianos somados. A ideia é dar um salto a cada dia de Titã, que corresponde a 16 dias da Terra.
A exploração começará na região equatorial conhecida como Shangri-La, uma série de dunas que lembram as dunas dos desertos da Namíbia, na África, onde será fácil e seguro visitar vários locais para coleta e análise de amostras.
Outros locais poderão ser selecionados quando a missão estiver operando, mas o plano é alcançar a cratera de impacto Selk, onde há indícios de ter havido água líquida no passado e produtos orgânicos, as moléculas complexas que contêm carbono, combinadas com hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Se houver energia disponível, essa é a receita ideal para a formação da vida como a conhecemos.
Visualização artística do drone Libélula voando sobre as dunas de Titã. [Imagem: JHU-APL]
Drone com energia atômica
Se não houver atrasos, o drone Dragonfly será lançado em 2026 e chegará a Titã em 2034 - Saturno está a 1,4 bilhão de quilômetros do Sol, o que é 10 vezes mais do que a distância do Sol à Terra.
Essa distância também implica que não dá para usar painéis solares. Em vez disso, o drone usará um gerador termoelétrico de radioisótopos, do mesmo tipo usado pelo robô marciano Curiosity. Os voos, a transmissão de dados e a maioria das operações científicas serão planejadas durante as horas do dia em Titã (oito dias terrestres), dando ao helicóptero muito tempo durante a noite de Titã para recarregar suas baterias.
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