A Antártida sempre manteve ou teve seus níveis de gelo na superfície aumentados, mas este ano foi diferente.
O derretimento do gelo profundo pode desestabilizar as placas de gelo
Ao longo dos últimos anos, os pesquisadores identificaram um constante derretimento no gelo Ártico. No entanto, desde que os monitoramentos começaram a ser feitos, há mais de três décadas, a Antártida, por outro lado, sempre manteve ou teve seus níveis de gelo na superfície aumentados. Mas, isso está mudando e os cientistas estão preocupados.
Um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Climate Change apresentou resultados da análise de imagens de satélites registradas nos últimos 36 anos. Até este ano, a área coberta por gelo na Antártida estava estável, mas, em setembro de 2016 foi registrado um recorde na baixa dos níveis de gelo marinho na região.
Segundo os pesquisadores, o fator mais preocupante é que, enquanto o Ártico derrete, ele está cercado por terra, o que impede que o gelo se afaste durante os verões e permita que, ao congelar novamente no inverno, ele retorne aos níveis anteriores. Mas, na Antártida isso não acontece, já que no extremo sul, só o que a cerca é o próprio oceano.
“Este resfriamento mascara uma mudança mais sinistra e mais profunda no oceano, particularmente perto da camada de gelo ao oeste da Antártica e na geleira Totten”, descreveram os pesquisadores.
Segundo eles, nessas áreas, as taxas de aquecimento subterrâneo dos oceanos contra as bases de gelo são mais preocupantes. Isso acontece porque o derretimento do gelo profundo pode desestabilizar as placas de gelo, acelerando o futuro aquecimento global e a elevação do nível do mar.
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