Por: O Globo
Projeto levou duas décadas e consumiu investimento de US$ 8 bilhões; lançamento está previsto para outubro de 2017
Há cerca de duas décadas, os cientistas começaram a projetar o telescópio espacial da próxima geração, que irá substituir o Hubble, em órbita desde 1990. Após muitas pesquisas e investimentos que superam US$ 8 bilhões, os engenheiros da Nasa anunciaram no início do mês que a construção do Telescópio James Webb está finalmente concluída. Agora, o instrumento passará por uma série de testes antes do lançamento, previsto para outubro de 2018.
— Nós estamos celebrando o fato de que nosso telescópio está concluído, e nós estamos perto de provar que ele funciona — disse John Mather, cientista do projeto James Webb, em coletiva de imprensa.RIO — Há cerca de duas décadas, os cientistas começaram a projetar o telescópio espacial da próxima geração, que irá substituir o Hubble, em órbita desde 1990. Após muitas pesquisas e investimentos que superam US$ 8 bilhões, os engenheiros da Nasa anunciaram no início do mês que a construção do Telescópio James Webb está finalmente concluída. Agora, o instrumento passará por uma série de testes antes do lançamento, previsto para outubro de 2018.
O espelho principal do James Webb é composto por 18 segmentos hexagonais de berílio, revestidos com ouro. A circunferência total é de 6,5 metros, bem superior ao espelho de 2,4 metros do Hubble. A expectativa é que o telescópio seja capaz de observar os primórdios do Universo, além de buscar por sinais de vida em planetas distantes.
Nós levamos duas décadas de inovação e trabalho duro e este é o resultado — disse Mather. — Nós queremos saber se algum outro planeta tem água o suficiente para ter um oceano, e nós achamos que podemos fazer isso.
Para detectar a luz infravermelha dos confins do Universo, o James Webb será resfriado a temperatura de aproximadamente -220 graus Celsius. Para alcançar esse feito, ele será isolado do Sol por cinco camadas de membranas, cada uma da espessura de um fio de cabelo. A construção dessas membranas foi concluída na semana passada, na última etapa de produção. Agora, faltam apenas os testes, a montagem e o lançamento.
Para tentar garantir que nada saia errado, o instrumento passará por uma exaustiva bateria de testes. O projeto prevê que o telescópio seja instalado no Ponto de Lagrange II, atrás da Terra pela perspectiva do Sol. Essa órbita está localizada a cerca de 1,5 milhão de quilômetros e, por causa da distância, reparos serão praticamente impossíveis. O Hubble, por comparação, está a 550 quilômetros da Terra, e a Lua, a 400 mil quilômetros.
Primeiro, os cientistas do Centro Espacial Goddard, em Maryland, vão chacoalhar o instrumento, que será exposto a ondas sonoras de 150 decibéis para simular as condições de lançamento no foguete Ariana 5, considerado o mais seguro para lançamentos. Depois disso, o telescópio será transferido para o Centro Espacial Johnson, em Houston, para testes criogênicos, que visam garantir que tudo funcionará perfeitamente a baixíssimas temperaturas. Por fim, ele passará por testes de performance em busca de defeitos óticos, como o que o apresentado pelo Hubble.
Após a confirmação de que tudo funciona como o esperado, e a estrutura é capaz de suportar aos ambientes aos quais será exposto, o James Webb receberá os elementos de navegação e comunicação, receberá um escudo protetor e será acoplado ao foguete de lançamento.
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