Pelo site: Ciclovivo
As fortes chuvas ajudam a evidenciar um problema que vai muito além de raios e acidentes.
O trabalho de manutenção e prevenção deve ser realizado com frequência, obedecendo a rígidos critérios de observação e cuidados necessários.
Com as fortes chuvas que caíram em São Paulo no final de outubro, um problema que vem causando grandes transtornos e medo à população voltou a se repetir e fez com que acendesse (de novo) o sinal vermelho. A queda de árvores na cidade em dias de tempestades mais severas tem provocado graves acidentes. Alguns, até fatais. De acordo com números levantados pelo Centro de Controle Operacional Integrado (CCOI), órgão do município paulista, nos primeiros quatro meses do ano, mais de 1.200 árvores caíram na cidade. Em 2015, no mesmo período, foram mais de 1.600.
A falta de cuidado preventivo e de um plano de mapeamento das árvores da cidade é apontada como um dos principais fatores dessas ocorrências. “Muitas árvores da cidade estão doentes porque não são cuidadas como deveriam. Os principais motivos para o enfraquecimento delas nas grandes metrópoles são a falta de espaço para o crescimento das plantas, podas mal feitas e também a infestação de cupins e fungos. No entanto, parece não haver um trabalho de prevenção para esses problemas”, diz o biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01.
Nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, fortes vendavais também provocaram inúmeros estragos nos últimos dias. No início deste mês, no dia do feriado de finados, depois de uma forte chuva acompanhada de ventos que chegaram a 74,5 km/h, as cidades de Amambai, Bela Vista, Porto Murtinho, Dourados e Maracaju registraram uma grande quantidade de árvores derrubadas. “É um problema que, infelizmente, ocorre em várias cidades do país”, afirma Puorto. Uma semana antes, uma forte chuva castigou Cuiabá, alagando ruas e também derrubando árvores pela capital mato-grossense.
O biólogo defende que o trabalho de manutenção e prevenção seja realizado com frequência, obedecendo a rígidos critérios de observação e cuidados necessários. “Não apenas quando o problema é possível de ser constatado até por quem não entende nada do assunto”, completa Puorto, lembrando que a administração municipal é que tem a obrigação de zelar pela saúde das árvores. “É necessário que se faça um trabalho de mapeamento e análise de cada uma delas, para saber quais necessitam de cuidados especiais e quais estão comprometidas e precisam ser arrancadas, se apresentarem riscos à população”.
Na cidade de São Paulo, de acordo com o CCOI, as regiões mais problemáticas, que juntas correspondem a 62% das quedas registradas nos últimos dois anos, são Lapa, Butantã, Ipiranga, Mooca, Pinheiros, Santo Amaro, Sé, Vila Mariana e Vila Prudente.
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