Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru têm um potencial de eficiência energética de 20% até 2032.
A redução de emissões geraria uma economia de US$ 2,8 trilhões.
Ainda há mais de 1,3 bilhão de pessoas sem acesso à energia no mundo, informou a vice-presidente da Schneider Eletric para a América do Sul, Tânia Cosentino, na última quinta-feira (9), durante evento paralelo à COP 21, em Paris. Mas, essa realidade poderia mudar se fossem implementados programas de eficiência energética.
“Gerar desenvolvimento e levar energia a todos e, ao mesmo tempo, proteger o planeta, é um grande desafio”, disse Tânia durante painel sobre “Como a América do Sul está enfrentando o dilema da energia – uma análise do que os países estão levando à COP 21”, do qual a presidente do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, foi mediadora.
O estudo apresentado revela que a implementação de programas de eficiência energética, pouco contemplados nas INDCs, poderia proporcionar grande economia aos países da América Latina. Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru têm um potencial de eficiência energética de 20% até 2032. Isso equivaleria a uma redução de 2 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes na atmosfera e a uma economia de US$ 2,8 trilhões. Esse valor é duas vezes o investimento necessário, de acordo com o Banco Mundial, para prover acesso à energia a 1,1 bilhão de pessoas que vivem na escuridão no mundo.
Em termos de demanda de energia, o potencial de economia nestes países poderia alimentar a Colômbia por quatro anos, sem a necessidade de investimentos em infraestrutura e distribuição.
Marina Grossi destacou o papel do setor empresarial, que segundo ela será fundamental para a implementação das metas voluntárias de redução de gases de efeito estufa (INDCs) apresentadas pelos países às Nações Unidas. “Para alcançar esses objetivos, são muito importantes as iniciativas locais e internacionais como as Parcerias de Tecnologias e Baixo Carbono (LCPTi), a Coalizão Brasil, Clima, Floresta e Agricultura e o Conselho de Líderes do CEBDS – este último trabalha para garantir um diálogo de alto nível com o governo e a apresentação de propostas setoriais de baixo carbono do setor privado ao setor público”, afirmou.
Em seu conjunto, as soluções de negócios propostas pelo LCPTi poderão contribuir para viabilizar 65% das metas voluntárias de redução de gases de efeito estufa apresentadas pelos países às Nações Unidas (INDCs, na sigla em inglês). “Já existem tecnologias de baixo carbono disponíveis para alcançar a redução de 50% das emissões que precisamos”, acrescentou Tânia.
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