A indústria de petróleo e gás está atualmente experimentando um nível sem precedentes de fatores negativos.
O desinvestimento nos combustíveis fósseis ultrapassa US$ 5 trilhões.
O desinvestimento global dos combustíveis fósseis dobrou nos últimos 15 meses, com o comprometimento assumido por instituições e indivíduos que controlam US$ 5.197 trilhões em ativos. De acordo com uma nova análise divulgada no início de dezembro por Arabella Advisors, 688 instituições e 58.399 pessoas em 76 países já se comprometeram a alienar seus investimentos em combustíveis fósseis.
Os setores que historicamente impulsionaram o movimento – incluindo universidades, fundações e organizações religiosas – respondem por 75% dos novos compromissos. Representantes de finanças, filantropia, fé, entretenimento, educação e outros anunciaram esses números e mostraram seu apoio ao movimento em uma conferência de imprensa internacional simultânea em Nova York e Londres – incluindo o ex-executivo da Mobil Oil, Lou Allstadt, que ajudou a implementar a fusão da Exxon-Mobil.
“Um ano após a adoção do histórico Acordo Climático de Paris, está claro que a transição para um futuro de energia limpa é inevitável, benéfico e em andamento, e que os investidores têm um papel fundamental a desempenhar”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
“Eu elogio o anúncio de que um número crescente dos investidores está apoiando o afastamento das fontes de energia mais intensivas em carbono em favor de fontes energia seguras e sustentáveis. Investir em energia limpa é a coisa certa a fazer – e a maneira esperta de construir a prosperidade para todos, protegendo o nosso planeta e garantindo que ninguém seja deixado para trás. ”
“No momento em que o ano mais quente na história chega ao fim, torna-se inegável o sucesso do movimento mundial de desinvestimento dos combustíveis fósseis. O que começou em alguns campus universitários nos Estados Unidos se espalhou para todos os cantos do mundo e diretamente para o mainstream financeiro. O desinvestimento tem permeado todos os setores da sociedade: desde universidades e fundos de pensão, até instituições filantrópicas e culturais, cidades, grupos religiosos, companhias de seguros e muito mais. Agora, ao atingir US$ 5 trilhões, o movimento não poderá ser detido. As instituições e os investidores devem escolher se estão do lado certo da história”, disse May Boeve, diretora executiva da 350.org, a organização cujos membros lideraram a campanha de desinvestimento.
O apoio ao movimento pelos early adopters está sendo cada vez mais equiparado pelo apoio de instituições voltadas para o lucro, como grandes fundos de pensão, seguradoras privadas e bancos, que representam US$ 4,5 trilhões em ativos, citando riscos climáticos para suas carteiras de investimento.
À medida que mais instituições financeiras se comprometem a desinvestir, a indústria enfrenta um escrutínio maior. “A indústria de petróleo e gás está atualmente experimentando um nível sem precedentes de fatores negativos – de lucros reduzidos a um aumento de empréstimos para pagar dividendos – enquanto os custos de energia solar, eólica e baterias continuam a cair.”, declarou Lou Allstadt, ex-vice-presidente executivo da Mobil Oil.
“Os mercados financeiros estão rapidamente perdendo a confiança nos combustíveis fósseis. Uma revolução tecnológica está em andamento nos setores de energia e transporte, com a energia solar e os carros elétricos mais baratos cortando a demanda por carvão e petróleo.”, disse Mark Campanale, fundador e diretor executivo da Carbon Tracker Initiative.
Esses compromissos globais e sem precedentes dos setores público e privado estão cimentando ainda mais o apelo para uma transição de energia limpa – e desafiam a política energética norte-americana do governo Trump, que está ganhando contornos que favorecem a expansão dos financeiramente arriscados e ambientalmente destrutivos combustíveis fósseis.
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