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domingo, 16 de abril de 2017

Saiba como é feito o maior e mais potente motor a diesel do mundo

Pelo site Engenharia é





Ébem provável que muitos de nossos leitores já tenham visto esta imagem por ai. Trata-se  simplesmente do do Wärtsilä-Sulzer 14RT-flex96C, o maior motor turbodiesel do mundo, isso em tamanho e capacidade volumétrica. O que você provavelmente ainda não sabia, é como se constrói um monstro devorador de diesel como ele. 
Este monstro faz parte parte da família de motores modulares, o RT-flex96C, que podem conter entre seis e 14 cilindros. O 14 em seu nome indica que ele é o maior desses motores. Eles são usados para mover os maiores navios do mundo, os chamados ultra-large container ships. Os cargueiros que usam este motor costumam ter capacidade – pasmem – para carregar até 16 mil contêineres, e podem ter seu comprimento de até 400 metros. Agora, imagine a potência necessária para movê-los contra a força das águas do oceano.

Suas medidas:
13,5 m de altura, 26,6 m de comprimento e pesando mais de 2.300 toneladas, o 14RT tem a altura de um prédio de quatro andares. E dá muito mais trabalho para ser construído, também.
As pessoas envolvidas no processo de montagem ficam parecendo oompa-loompas enquanto operam os guindastes que colocam os componentes em seus devidos lugares. O virabrequim, por exemplo, é uma versão gigantesca daquele que está no motor do seu carro, e pesa 300 toneladas.

Desde quando foi lançado, em 2006, o 14RT passou por algumas melhorias técnicas para melhorar a durabilidade, e claro, economizar combustível e obviamente  reduzir a emissão de  gases poluentes. A maior delas foi a adoção de bielas articuladas, que permitem que os pistões se movam continuamente na vertical, diferentemente dos motores automotivos, em que os pistões exercem forças laterais que desgastam as paredes dos cilindros com o passar do tempo. O desgaste dos cilindros do 14RT é de apenas 0,03 mm a cada 1.000 horas de funcionamento. Nada mau para um cilindro de quase um metro de diâmetro. Não é mesmo?
Abastecimento:
A alimentação é feita por um sistema chamando common-rail de duas flautas, uma para cada sete cilindros no caso do 14RT que é de 14 cilindros, e as válvulas são operadas por um sistema hidráulico comandado por uma central eletrônica — vale lembrar que não há comando de válvulas. Por causa da dimensão  e do peso de todos os componentes do motor, seu ritmo de trabalho é bem mais lento — a faixa de giros é de apenas 22 a 120 rotações por minuto.

Números do RTA-96C:
Mas mesmo girando baixo assim, o RTA-96C têm números absurdos: 108.878 cv de potência e — pausa, respira — 775.376 mkgf de torque — o suficiente para fazer um navio gigantesco como o cargueiro dinamarquês Emma Mærsk , que tem mais de 170.000 toneladas, navegar a até 27 nós, ou o equivalente a 50 km/h.

Ainda não está satisfeito com os número? Quer mais alguns números? Certo. Cada um dos cilindros do 14RT tem 96 centímetros de diâmetro, com curso dos pistões de 2,5 metros. Sozinho, cada cilindro desloca 1.820 litros e desenvolve 7.777 cv — ou quase seis vezes a potência do V8 5.0 biturbo do Koenigsegg One:1. E nem existem seis exemplares do Koenigsegg One:1…
Em compensação, mais de 300 exemplares do 14RT-flex96C estão em serviço no mundo todo. Juntos, eles geram 32.676.000 cv e 232.612.800 mkgf de torque. Meu Deuss! 😮
Dados técnicos:
Princípio de funcionamento 
Motor de ignição por compressão (baseado em ciclo Diesel), turboalimentado, de dois tempos.
Configuração 
Em linha, de 6 a 14 pistões.
Diâmetro de pistão 
965 mm.
Curso de pistão 
2500 mm.
Cilindrada 
10.920 a 25.480 litros (1820 litros por pistão)
Velocidade média dos pistões 
8,5 m/s (30,6 km/h).
Velocidade nominal de rotação 
102 rpm.
Eficiência máxima 
51,7% (ocorre a 85% da plena carga)
Pressão média efetiva 
1,96 MPa a plena carga, 1,37 MPa em máxima eficiência.
Consumo específico 
171 g/(kWh) (126 g/(hp·h)) a plena carga : 163 g/(kWh) (120 g/(hp·h)) em máxima eficiência
Potência máxima 
6030 kW por pistão, 36,180 a 84,420 kW no total.
Densidade de potência 
29.6 a 34.8 kW por tonelada.
Massa de combustível consumida por ciclo num pistão 
~160 g a plena carga.


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