Por ONE2030
Com 410 partes por milhão (ppm) o nível de concentração de
dióxido de carbono é o mais alto em milhões de anos.
Anualmente, os índices de CO2 vêm batendo recorde após recorde.
O Observatório Mauna Loa, situado em uma das ilhas do Havaí, registrou que o dióxido de carbono na atmosfera terrestre alcançou um índice maior que 410 partes por milhão (ppm) na semana passada. Segundo cientistas, já se passaram milhões de anos desde que o planeta atingiu números parecidos. Segundo eles, esta será uma nova atmosfera que a humanidade terá que lidar, cada vez mais quente.
Ppm é a medida de concentração usada quando as soluções são muito diluídas. Dizer que atingirmos 410 ppm de CO2 significa que em cada milhão de moléculas de ar no planeta há 410 do principal gás de efeito estufa.
Anualmente, os índices de CO2 vêm batendo recorde após recorde. Em 1958, quando começaram as medições na estação de Mauna Loa, o índice era de 280 ppm. Em 2013, alcançou 400 ppm. Apenas quatro anos depois, a marca de 400 ppm já foi quebrada.
“Esses marcos são apenas números, mas eles nos dão a oportunidade de fazer uma pausa, fazer um balanço e agir sobre os dados para comparações com o registro geológico,” disse Gavin Foster, pesquisador de paleoclima na Universidade de Southampton ao site Climate Central.
As concentrações de dióxido de carbono têm disparado ao longo dos últimos dois anos também devido a fatores naturais, como El Niño, mas, segundo cientistas, é principalmente impulsionado pelas quantidades recordes de dióxido de carbono que os seres humanos estão lançando com a queima de combustíveis fósseis.
“A taxa de aumento irá reduzir quando as emissões diminuírem”, disse Pieter Tans, cientista atmosférico da National Oceanic and Atmospheric Administration, também ao Climate Central. “Mas o dióxido de carbono ainda vai subir, embora mais lentamente. Somente quando as emissões forem cortadas pela metade que o nível de dióxido de carbono atmosférico irá começar a regredir.”
Mesmo quando as concentrações de dióxido de carbono recuarem, os impactos das mudanças no clima continuarão a se estender para o futuro. O planeta já aqueceu 1° C em uma sequência de 627 meses de calor acima do normal. Os níveis do mar aumentaram cerca de 30 cm e os oceanos acidificaram. O calor extremo tornou-se mais comum.
Uma das 17 metas que a ONU estabeleceu para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, é tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. A ONU destacou a urgência de tomar medidas para poder conter o aquecimento da Terra em 2° C até 2030, meta pouco provável de ser alcançada caso a economia mundial continue baseada na queima de combustíveis fósseis.
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