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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Técnica criada na USP torna produção de plásticos mais sustentável

Com informações da USP e Fapesp

Técnica criada na USP torna produção de plásticos mais sustentável
Composto que possui 10 átomos de carbono foi obtido de forma mais sustentável.
[Imagem: Green Chemistry/Divulgação]

Carbono verde
Em busca de uma estratégia sustentável para a obtenção em larga escala de carbono - elemento químico fundamental na produção de cosméticos, plásticos, medicamentos e diversos outros produtos - pesquisadores da Universidade de São Paulo em São Carlos criaram uma técnica inédita, que possibilita a construção de moléculas de interesse industrial por meio do aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar.
A ideia é substituir o petróleo como fonte do carbono por fontes renováveis. Vários países estipularam como meta para as próximas décadas a substituição de 20% a 30% do carbono proveniente do petróleo por fontes consideradas verdes.
Camila Santos e seus colegas desenvolveram um composto que possui 10 átomos de carbono (C10) e apresenta potencial para ser usado na fabricação de plásticos.
Isso foi possível graças à junção de duas moléculas da valerolactona - líquido incolor obtido a partir do bagaço da cana. Cada molécula da substância possui cinco átomos de carbono.
"Usamos transformações simples e fáceis de serem reproduzidas. O método pode ser aplicado de forma rápida, robusta e com baixo custo", disse o professor Antônio Burtoloso, orientador da equipe, acrescentando que a síntese do C10 leva apenas um dia.
Reaproveitamento do bagaço da cana
De acordo com estudo divulgado em 2017 pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Brasil gerou 166 milhões de toneladas de bagaço na safra 2015/16. Parte da produção acaba sendo descartada e é justamente nesse ponto que o grupo da USP pretende atuar.
"Não precisamos plantar cana-de-açúcar exclusivamente para colher o bagaço. A ideia é aproveitar a parte do resíduo que acaba virando lixo como insumo para a nossa técnica," disse Burtoloso.
Esta linha de pesquisa envolve a construção de moléculas complexas e com maior valor agregado a partir de moléculas mais simples, que podem ser compradas no mercado. A possibilidade de desenvolver moléculas no laboratório contribui para a preservação ambiental quando a extração de determinada substância da natureza gera prejuízos aos recursos naturais.
Bibliografia:

Artigo: Synthesis of long-chain polyols from the Claisen condensation of λ-valerolactone
Autores: Camila S. Santos, Caio C. S. P. Soares, Adriano S. Vieira, Antonio C. B. Burtoloso
Revista: Green Chemistry
Vol.: 23
DOI: 10.1039/C9GC03343B

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