A criação de novos projetos e leis fazem parte do plano de recuperação das fontes naturais, além da reutilização de água para abastecer a rotina das pessoas
Quem imaginaria que um dia, um país tão rico em recursos naturais como o Brasil sofreria uma crise hídrica para enfrentar períodos maiores de seca? A má administração dos reservatórios e a não sistematização de reuso são apenas alguns dos motivos pelo qual o ‘estoque’ de água parece ter ido por ralo abaixo.
O relacionamento entre população e mananciais, definidos como todo e qualquer tipo de fonte de água (rios, lagos, lençóis freáticos etc.), se instabiliza cada dia mais, levando ao sofrimento ao apenas as pessoas, mas também a natureza, que não consegue se recuperar desse abastecimento voraz.
O problema com o aquecimento global e outros fenômenos que atingem o ser humano contribuem para agravar a situação. Mas, ainda assim, a responsabilidade por essa falha é da distribuição e utilização descontrolada da água, já que o gerenciamento de recursos e aproveitamento de alternativas sustentáveis não acontece como deveria.
Lei era para favorecer, mas geriu o efeito contrário
A lei criada a favor dos mananciais nos anos 70 foi constituída com o objetivo de protegê-los contra atividades irregularidades e altamente prejudiciais. Já na época, os mananciais eram responsáveis por abastecer as grandes cidades, garantindo a qualidade da água para toda a população.
Como esta lei impedia o desenvolvimento das áreas ocupadas por essas nascentes, logo se viu um desinteresse por parte dos proprietários, que abandonaram inúmeros terrenos, desencadeando o desenvolvimento ilegal e invasão de terra. Com isso, o resultado negativo foi acontecendo ao longo dos anos, com a poluição de incontáveis fontes de água, e hoje os mananciais brasileiros não atuam mais com a mesma disposição.
A partir desta nova realidade, entendem-se os motivos pelo qual reservatórios e represas foram sobrecarregados e diminuíram bastante com seus níveis hídricos.
Com os períodos de seca se tornando mais longos e a reutilização da água para tarefas do cotidiano ainda longe do ideal, a situação dos mananciais parece um tanto quanto precária. O famoso rio Tietê, que já chegou a ser palco para competições aquáticas há algumas décadas, é um exemplo fiel de como a poluição tomou conta das principais fontes de abastecimento e acabou com o rio no último século.
Salvação dos mananciais depende de todos
Para que todo o panorama seja mudado, é preciso da contribuição de todos. Os primeiros passos devem acontecer dentro das residências, evitando deixar torneiras e chuveiros abertos por muito tempo, descartando pilhas e baterias usadas em lugares recomendados, reaproveitamento da água de chuva para atividades rotineiras e outras soluções básicas.
Através de campanhas e ações promocionais, vários governos estaduais têm incentivado a economia de água. Aos poucos, a população vai melhorando seus hábitos, deixando de praticar atitudes irresponsáveis. Projetos como a despoluição da lagoa carioca Rodrigo de Freitas para as Olimpíadas, servem de motivação para que novas leis sejam criadas e a conscientização evolua.
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