Para chegar a esta conclusão, os cientistas analisaram dados da história terrestre pelos últimos 784 mil anos.
Para a maior parte da comunidade científica, o aumento limite de 2oC seria o máximo para evitar mudanças catastróficas.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), até o fim do século as temperaturas globais podem subir até 4,8oC. No entanto, um novo estudo, feito por cientistas da Universidade do Havaí e publicado na revista científica Science Advances, desenha um cenário ainda pior. Para os pesquisadores, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem nos padrões atuais, até 2100 o mundo pode estar até 7,3oC mais quente.
O estudo estabelece uma margem de aquecimento que vai dos 4,8oC, estabelecidos pelo IPCC, até 7,35oC, colocando como mais provável o aumento de 5,9oC. Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram dados da história terrestre pelos últimos 784 mil anos, além de cruzar as informações com simulações computacionais.
Mesmo que o aquecimento fique dentro do mínimo previsto, os pesquisadores acreditam que nós correríamos riscos de segurança alimentar (mais do que já acontece atualmente), cidades costeiras seriam alagadas, a umidade do ar seria tão alta que as pessoas não conseguiriam passar muito tempo em áreas abertas e os impactos severos ao ecossistema poderiam ocasionar extinções em massa.
Mesmo que a expectativa não seja muito positiva, os cientistas continuam acreditando que é preciso haver mudanças e esforços para impedir que as temperaturas aumentem nas proporções esperadas. Segundo o IPCC, e a maior parte da comunidade científica, o aumento limite de 2oC seria o máximo para evitar mudanças catastróficas. Apesar de ser um número difícil de ser respeitado, Tobias Friedrich, principal autor do estudo, diz que é preciso manter os esforços.
“Sim, as projeções para o futuro são muito alarmantes, especialmente para o cenário normal, mas, podemos mudar de rimo. Temos uma boa chance de aliviar algumas consequências das mudanças climáticas e evitar alguns de seus efeitos devastadores”, disse o pesquisador ao site Fast Co.Exist.
“Do ponto de vista pessoa, acredito profundamente que simplesmente não temos o direito de desistir. Nossos filhos e netos terão que viver com as consequências das decisões que tomamos e das ações que tomamos”, finalizou Friedrich.
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