O modelo utiliza energia solar para o abastecimento e
aproveita as técnicas de hidroponia e aquicultura.
Entre os alimentos que podem ser produzidos no complexo estão: frutas, legumes, verduras, ervas e peixes, dos mais diversos tipos
A estimativa da Organização das Nações Unidas é de que em 2030 a população mundial chegue a 8,3 bilhões. Com tantas pessoas no mundo, um dos grandes desafios é ter espaço para produzir alimento para todos. O escritório Forward Thinking Architecture tem uma solução para este problema: fazendas flutuantes.
A proposta é desenvolver construções sustentáveis usadas para o plantio em alto mar ou em áreas alagadas próximas aos grandes centros urbanos. O modelo utiliza energia solar para o abastecimento e aproveita duas técnicas: plantio hidropônico e aquicultura, que permite a produção de peixes.
Já existem fazendas deste tipo instaladas em antigos galpões dentro das cidades, mas o projeto criado pelo escritório propõe uma solução para a falta de espaço para novas construções em áreas metropolitanas. Apelidada de SFF, a estrutura teria uma área total de 209 mil metros quadrados, dividido em módulos. O formato também permite que outros tipos de produção, como frutos do mar, frango, ovos, algas e cogumelos sejam agregados ao complexo.
A fazenda flutuante é dividida em três andares. No primeiro deles estão os pontos de água, incluindo as piscinas usadas para a aquicultura, armazenamento, usina de dessalinização e central de embalagens. O segundo andar abriga a estufa hidropônica, o sistema de irrigação e a central de controle do microclima. No último nível está a usina fotovoltaica, que transforma todo o potencial absorvido em eletricidade.
O prédio conta com grandes aberturas para a passagem da luminosidade natural e sistema de captação da água de chuva. Outras soluções sustentáveis foram aplicadas para reduzir os impactos ambientais e os arquitetos também preveem a utilização de energia eólica e reaproveitamento dos resíduos orgânicos para a fabricação de biomassa.
Esta fazenda flutuante permitiria a produção uma quantidade maior de alimentos orgânicos em um espaço muito maior do que o usado no cultivo tradicional. Outro diferencial deste projeto é a instalação de sistemas tecnológicos de monitoramento e plantio, que poderiam automatizar a maior parte do processo de preparo para o cultivo e colheita. Entre os alimentos que podem ser produzidos no complexo estão: frutas, legumes, verduras, ervas e peixes, dos mais diversos tipos. De acordo com o projeto, cada fazenda seria capaz de produzir, anualmente, 8.152 toneladas de vegetais e 1.703 toneladas de peixes.
A estrutura elimina outro problema de enorme impacto ambiental, que é a logística para a importação e exportação de alimentos. Em um ambiente controlado é possível garantir a variedade e a produção local, reduzindo o tempo e a distância entre o produtor e o consumidor final.
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