Com informações do ESO
Esta imagem, chamada Campo Extremamente Profundo do Hubble combina observações obtidas durante a última década de uma pequena região do céu situada na constelação da Fornalha. Esta região do céu é cerca de 700 vezes menor que a área do disco da Lua Cheia vista a partir da Terra.[Imagem: NASA/ESA/G. Illingworth/D. Magee/P. Oesch/R. Bouwens/HUDF09 Team]
Muito, muito profundo
Em 2004, as imagens do campo ultra profundo do Hubble mostraram o céu muito mais profundamente do que tinha sido possível até então e revelavam uma enorme quantidade e variedade de galáxias que podiam ser vistas até menos de um bilhão de anos depois do Big Bang. Esta área do céu foi observada várias vezes pelo Hubble e por muitos outros telescópios, o que resultou na imagem mais profunda do Universo obtida até então.
Astrônomos usaram agora o radiotelescópio ALMA, no Chile, para mapear pela primeira vez a região nos comprimentos de onda do milímetro, abrindo uma nova janela para essa parte distante do Universo.
O resultado é ainda mais "profundo" e nítido, um mar de galáxias como nunca visto.
As imagens revelam claramente a relação que existe entre a taxa de formação estelar em galáxias jovens e a sua massa total de estrelas.
Uma novidade é a abundância do gás formador de estrelas em diferentes épocas - em diferentes distâncias, ou "profundidades" da imagem -, fornecendo assim novos conhecimentos sobre a "Idade de Ouro" da formação de galáxias, que os astrônomos acreditam ter ocorrido há aproximadamente 10 bilhões de anos.
Reservatórios de gás
Algumas das novas observações ALMA foram especificamente concebidas para detectar galáxias ricas em monóxido de carbono, o qual indica regiões onde se prepara a formação estelar. Estes reservatórios de gás molecular, que dão origem à formação estelar nas galáxias, são muitas vezes difíceis de detectar com o Hubble. O ALMA pode por isso ajudar a revelar a "metade que falta" do processo de formação e evolução das galáxias.
"Os novos resultados do ALMA apontam para um rápido aumento no conteúdo de gás das galáxias à medida que olhamos para trás no tempo," explica o astrônomo Manuel Aravela. "Este aumento do conteúdo de gás é provavelmente a causa principal do aumento das taxas de formação estelar durante a época principal de formação de galáxias, a qual ocorreu há cerca de 10 bilhões de anos atrás."
Um grande número de galáxias, ricas em monóxido de carbono (o que indica formação estelar potencial) foram observadas pelo ALMA (em laranja) no Campo Ultra Profundo do Hubble. As estruturas azuis são galáxias observadas pelo Hubble. [Imagem: B. Saxton/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/NASA/ESA Hubble]
Os resultados apresentados agora são apenas o início de uma série de observações futuras do ALMA para investigar o Universo distante. Por exemplo, está planejada uma campanha de observação de 150 horas em busca de mais indícios sobre a potencial história de formação estelar no Universo.
"Ao aumentar o nosso conhecimento sobre este material que forma estrelas, anteriormente desconhecido, o Grande Programa do ALMA poderá nos dar uma visão completa das galáxias existentes no icônico Campo Ultra Profundo do Hubble," conclui Fabian Walter, membro da equipe.
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