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O acordo histórico, aprovado em dezembro de 2015, traz o comprometimento de quase 200 países.
“O Acordo de Paris é a maior resposta coletiva para combater as mudanças climáticas"
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje, 1º de junho, que começará o processo de retirada dos Estados Unidos do histórico Acordo de Paris, o primeiro acordo global para enfrentamento às mudanças climáticas. O anúncio, já esperado e bastante criticado por vários países, representa um chamado à ação para que governos nacionais e locais, empresas e pessoas em todo o mundo intensifiquem seus compromissos para enfrentar a mudança climática.
O acordo histórico, aprovado em dezembro de 2015, traz o comprometimento de quase 200 países de perseguirem todos os esforços para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 ° C para evitar alguns dos piores impactos do aquecimento do planeta.
Para o líder global da Prática de Clima e Energia do WWF-Brasil, Manuel Pulgar-Vidal, “o Acordo de Paris é a maior resposta coletiva para combater as mudanças climáticas e felizmente é maior do que qualquer nação ou governo. Ainda podemos atingir as promessas de Paris, mas não temos tempo a perder. Países ao redor do mundo devem usar esta oportunidade para liberar seu potencial, investir em energia renovável que elimina a poluição e constrói economias mais resilientes, inclusivas e prósperas”.
Para o diretor-geral do WWF-Brasil, Maurício Voivodic, “as manifestações em todo o mundo e as tendências da economia mundial mostram que o Acordo de Paris continuará firme e forte, independentemente da decisão de Trump. O movimento de descarbonização mundial já está em andamento e é irreversível. Cabe aos países continuarem com seus planos de implementação do Acordo e o aumento da ambição de suas metas; governos subnacionais e setor empresarial norte-americano devem continuar o movimento de uma economia americana de baixo carbono”.
Repercussão localDe acordo com Carter Roberts, presidente e diretor-executivo do WWF-Estados Unidos, o Acordo de Paris surgiu quando nações colocaram de lado a política para, coletivamente, reverterem o curso desta ameaça ao nosso modo de vida e os Estados Unidos ajudaram a liderar esta mudança.
“Honrar os compromissos e cumprir nossas promessas têm sido marcas da política interna e internacional dos Estados Unidos. As leis e as regulamentações ambientais norte-americanas têm servido como modelos para políticas do tipo ao redor do mundo”, comenta.
O diretor-geral cita que a expansão da economia de energia limpa do país emprega mais de 3,3 milhões de americanos – mais do que todos os postos de trabalho na indústria de combustíveis fósseis combinados. De grandes varejistas como Walmart, passando por empresas de energia elétrica, como a Pacific Gas & Electric, até empresas de tecnologia como Google e Apple, as empresas americanas têm sido firmes no seu apoio ao Acordo de Paris. “Até empresas de petróleo, gás e carvão como a Royal Dutch Shell, BP, ExxonMobil e Peabody Coal têm apoiado o acordo, o que torna o anúncio de hoje ainda mais confuso”.
“Sair do Acordo de Paris tornaria mais difícil para o nosso país e para o mundo alcançar um futuro mais seguro e mais próspero. Em um mundo feito mais seguro por acordos entre as nações, nós pedimos que a administração Trump reconsidere e fique com as empresas americanas, prefeitos e governadores que apoiam o Acordo de Paris. Assim, priorizará os postos de trabalho e estabilidade a longo prazo que a América precisa”, completa Roberts.
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