Aparelho vai servir para
coletar dados sobre meio ambiente do Brasil.
Projeto Serpens é patrocinado pela Agência Espacial Brasileira.
Projeto Serpens é patrocinado pela Agência Espacial Brasileira.
Gabriel Luiz do G1 DF
Chegou nesta segunda-feira
(24) à Estação Espacial Internacional um nanossatélite criado por estudantes da
Universidade de Brasília (UnB) em parceria com outras instituições de pesquisa.
O aparelho vai servir para coletar dados principalmente sobre o meio ambiente
brasileiro. Com custo de R$ 800 mil, o equipamento foi patrocinado pela Agência
Espacial Brasileira e lançado ao espaço na quarta-feira (19) a bordo de um
foguete japonês.
“É uma tecnologia de ponta
porque até hoje essa tecnologia foi desenvolvida para satélite muito grande e
pesado. A ideia de usar satélites pequenos é para poder cortar os custos da
missão.”
Chantal Cappelletti, coordenadora do projeto
A iniciativa faz parte do
projeto Sistema Espacial para Realização de Pesquisas e Experimentos com
Nanossatélites (Serpens), sigla que também remete à constelação da Serpente.
Astronautas na estação espacial devem colocar o satélite em órbita ainda em
outubro.
“O objetivo da missão em
órbita é relativamente simples, mas tem muitas aplicações que podem servir para
prevenir situações críticas e melhorar intervenções”, disse a professora de
sistemas espaciais da UnB Chantal Cappelletti, que leva no currículo o lançamento
de cinco outros satélites. “[Ele é útil] Principalmente em situações de alerta
em caso de inundações, invasão de fronteiras ou fazendo o monitoramento de
áreas não acessíveis.”
Chantal coordenou um grupo de
dez alunos de graduação da UnB, que trabalhou ao longo de um ano e meio no
desenvolvimento do satélite, classificado como “nano” por ter menos de 10 kg –
ele tem 3 kg. Os estudantes foram selecionados dentre um grupo de 30 que
participaram de diversos cursos pela internet.
“Quando a gente começou, eram
estudantes muitos jovens, de 17 a 20 anos, que não tinham conhecimento nessa
parte. Foi um pouco difícil no início, mas agora todos têm experiência”,
afirmou Chantal ao G1.
O projeto todo, desde a
montagem ao lançamento, custou cerca de R$ 3 milhões. “É uma tecnologia de
ponta porque até hoje essa tecnologia foi desenvolvida para satélite muito
grande e pesado. A ideia de usar satélites pequenos é para poder cortar os
custos da missão.”
Com a coordenação da
professora, a UnB ficou responsável pela maior parte da criação do equipamento.
As universidades de Minas Gerais (UFMG), do ABC (UFABC) e de Santa Catarina
(UFSC) também integraram o projeto e participaram na montagem dos sistemas. A
previsão é de que as instituições se revezem na liderença. Pelo cronograma, a
UFSC já ficou responsável pela construção do Serpens 2.
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