Postei em alguns artigos
deste blog, o qual tem por finalidade a divulgação da ciência e tecnologia de
forma consciente, responsável e sustentável algumas de minhas opiniões que
volta e meia exponho, como agora.
Tudo nessa vida tem aspectos
positivos e seu contraposto negativo, vai depender do uso que fazemos de
determinada ferramenta ou conhecimento, para que isso se torne um causador de
grandes benefícios ou até de uma destruição em massa.
A Humanidade chegou a um
limiar em que se vê diante de uma importante encruzilhada. Dependendo da direção
a ser tomada poderemos conquistar as estrelas ou encontrar nossa extinção.
Durante o século 20 e nesse
início do 21, fizemos com grande rapidez, grandes e importantes descobertas na
engenharia genética, robótica, energia nuclear entre outros tantos campos do
desenvolvimento científico. Estranha e ironicamente desenvolvemos quase que
paralelamente as armas atômicas e a informática com ênfase nas pesquisas de
Inteligência Artificial como se inconscientemente o Homem estivesse preparando
o caminho de seu sucessor sem o saber ( ou não querer saber ) – interessante como
a evolução sempre arruma um jeito de tomar o controle quando se vê desprezada
como o que estamos fazendo com ela.
Estamos prestes a nos tornar
( se é que secretamente isso já não acontece ) uma espécie que pretende
arrogantemente, ignorando padrões éticos e morais, tomar o controle de sua própria
evolução sem as interferências naturais.
Cabe aqui questionar se
temos o direito de brincar de Deus e virar as costas para o mecanismo evolutivo, que rege todas as espécies do planeta desde a formação da vida há bilhões de
anos atrás.
Em breve as classes mais
privilegiadas financeiramente, que são em torno de 5% de toda a população e detêm 90% da riqueza
mundial, terão em suas mãos o poder de escolher as aptidões de seus
descendentes, fazendo-os mais inteligentes, fortes, imunes a doenças e com uma
expectativa de vida maior, em suma, uma nova e perfeita “raça humana”.
Há que se lembrar que isso
criaria um abismo ainda maior e extremamente perigoso na sociedade ( que já não
é tão justa ) criando “humanos” e “sub-humanos inferiores de segunda classe” os
quais, sem os recursos financeiros para ter acesso a essa “evolução artificial”, só sobraria conformar-se a prestar seus serviços aos super-homens modernos
submetendo-se a uma “escravidão moderna” ditada pelos genes.
Outro possível futuro, ainda
sob uma ótica pessimista, mas realista, pelo menos para mim e até mais provável, é que como disse no início dessas linhas, temos armas de destruição em massa
aos montes e estamos desenvolvendo sistemas de defesa dotados de inteligência
artificial e dando o controle de todo esse poder de fogo a eles!! E não
é só isso – como se já não bastasse – também estamos fazendo isso com todos os
meios de controle da civilização ( Economia, Infra Estrutura, Segurança, etc...) sem a devida supervisão humana.
Corremos o risco muito alto em
pouco tempo, de que em princípio, chegará um momento onde haverá total dependência
dessas máquinas inteligentes, não havendo outro caminho para nós a não ser
aceitar como correto o que a inteligência artificial ditar-nos.
Este ponto levará com
certeza em um segundo momento pelas máquinas à conclusão fria e lógica de que não somos necessários,
então, ou seríamos ignorados, o que acho pouco provável, pois a nossa prepotência
não permitiria admitir que estaremos sendo considerados obsoletos e o bastão de
espécie dominante da Terra já teria sido passado sutilmente sem percebermos
para as máquinas. Tentaríamos desligá-las, mas seria tarde demais, o ponto sem
retorno foi cruzado há tempos, não teríamos mais acessos aos meios físicos para
fazê-lo e quando os sistemas inteligentes percebessem o que estávamos tentando
fazer, bateriam o martelo decretando nossa sentença de extinção enquanto espécie.
Esses são os cenários negativos dessa encruzilhada a que me referi no título
desse artigo.
Por outro lado, ainda é
tempo para um quadro de aspecto bem otimista e até maravilhoso, que seria
fazermos uso desse patrimônio de conhecimento formidável que começamos a
construir desde que decidimos sair das árvores, caminharmos sobre duas pernas e
iniciarmos a jornada humana até os dias de hoje e além.
Temos o poder de
erradicarmos as doenças, a fome, as guerras, partilhar de forma mais justa a
imensa riqueza existente no mundo, pesquisar e desenvolver os meios que nos
levem a conquistar novos mundos, primeiro em nosso Sistema Solar para depois
alcançarmos as estrelas, afinal como disse um renomado cientista de foguetes
russo no início do século 20 - Konstantin
Tsiolkovsky “ A terra é o berço da humanidade, mas ninguém pode viver no berço
para sempre” e isso é uma grande verdade, o planeta não aguenta mais a pressão
que o nosso vertiginoso crescimento populacional está fazendo no eco-sistema em
busca de recursos de todos os tipos de forma predatória e gastando-os de maneira irresponsável como se fossem inesgotáveis.
Há que se pôr um fim nisso e
nossos sistemas computadorizados podem ser nossos aliados nessa tarefa hercúlea
de reconciliação do Homem para com a Terra que sempre lhe foi generosa apesar
de tantos maus tratos que a infligimos.
Temos que parar de olhar para
nosso próprio umbigo e nos livrar dos péssimos hábitos adquiridos nestas
milhares de gerações.
Tudo bem, muitos dirão que
estou sendo utópico, um Dom Quixote lutando contra moinhos de vento e dando um enfoque
extremamente otimista e um crédito de confiança no mínimo irreal para o gênero
humano, afinal, há milhares de anos o homem pratica guerras e escraviza e mata
seu semelhante mais fraco, mas se todos tiverem essa linha de raciocínio aí
mesmo é que nada mudará, se pararmos para refletir sobre coisas tão “impossíveis” de acontecerem.
Vamos procurar fazer o nosso
possível, ser educado, solidário, ouvir o outro ao invés de lhe passar uma
mensagem pela sua rede social ou email, enfim, vamos olhar para os lados e
fazer o nosso melhor, isso o Espírito Humano é capaz de fazer facilmente é só ter vontade,
não é necessário derrotar impérios de uma hora para outra ou fazer rebeliões que
só geram violência, a chave é sermos todos os dias um pouco melhor do que fomos
ontem e as coisas começam a mudar pacificamente e sem traumas.
Meu objetivo com esse artigo
é dar uma opinião que sirva de alerta de que se nada for feito, de maneira plácida
e submissa, o quadro que expus aqui poderá ser até ameno em função do que poderá
acontecer se escolhermos o caminho aparentemente mais fácil a ser seguido.
E você? Qual caminho
escolherá? Pense bem, nosso presente determina o nosso futuro.
Kleber Azevedo de Carvalho Junior - 01/07/2015
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