Existem dezenas de
propostas teóricas sugerindo como os seres humanos poderiam povoar Marte (ou a
Lua) no futuro. Sim, uma é mais louca do que a outra: elevador espacial;
habitats infláveis; impressoras 3D gigantes. Mas há algo de maravilhoso em ver
estes conceitos malucos emergirem, cada um com sua própria lógica peculiar. O
mais recente deles é um plano para criar habitações em forma de caverna para os
astronautas a bordo da Mars One.
A Mars One é uma
organização não-lucrativa que lançou neste ano um concurso para potenciais
astronautas. Mas não é algo comum: eles teriam que embarcar em uma longa viagem
só de ida rumo ao Planeta Vermelho.
Em janeiro, a Mars One
propôs uma série de “pods” que iriam permanecer na superfície do planeta. Um
dos problemas em construir habitações na superfície de Marte, no entanto, é que
ele precisa de uma atmosfera. Parte do desafio de terraformação – adequar um
corpo celeste para suportar vida da Terra – será criar uma nova atmosfera.
Ou poderíamos
simplesmente morar no subterrâneo! Esse é o conceito por trás de um plano
criado pelos arquitetos russos da ZA.
Eis o resumo: uma série
de robôs escavadores identificariam pontos fracos no solo marciano para
removê-los. Em seguida, usando um processo semelhante ao de impressão 3D
estrutural, estes robôs iriam “imprimir” estruturas interiores usando basalto,
o elemento mais comum no solo marciano. “Esse material já é usado nas
indústrias aeroespacial e automotiva”, disse ao Dezeen a arquiteta Arina
Ageeva. “Ele é mais forte e mais leve que o aço, mais fácil de operar, à prova
de fogo e não corrói.”
Sim, este plano é
ligeiramente improvável; mas, ao mesmo tempo, ele se baseia em tecnologias que
estão avançando na Terra. Por exemplo, por dez anos, Enrico Dini desenvolveu a
primeira impressora 3D estrutural, a D-Shape. Ela usa uma mistura de cimento e
líquidos que endurece após ser superaquecida. Da mesma forma, o robô da Mars
One iria usar a energia solar para superaquecer o basalto (uma rocha vulcânica)
até ele se tornar líquido como lava. Ao esfriar, ele ganharia uma forma
permanente.
E este ano, a Agência
Espacial Europeia (ESA) – uma organização com muito mais chances de chegar ao
Planeta Vermelho – revelou um estudo conceitual que não é muito diferente dessa
proposta. Desenvolvido em parceria com os arquitetos da Norman Foster &
Partners, o projeto estudou a viabilidade de levar um exército de impressoras
3D para a Lua, onde elas poderiam ser usadas para imprimir abrigos para os
primeiros habitantes semipermanentes.
Claro, vai demorar muito
até que qualquer uma destas ideias se torne plausível. Por um lado, o peso
dessas impressoras seria proibitivo. Mas há coisas aqui que fazem sentido: por
exemplo, não levar matéria-prima para o espaço, retirando seu peso da equação.
São toneladas a menos, em vez de transportar habitats de aço da Terra para o
espaço: esta é a ideia crucial aqui – por isso ela é tão genial. E a impressão
3D estrutural pode ser nossa melhor aposta nesse sentido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário