Entre janeiro e setembro foi registrado um aumento na temperatura média global de 0,47 grau Celsius
Entre os dias 6 e 17 de novembro, representantes de 190 países se reuniram em Bonn, cidade localizada na Alemanha, para a realização da 23ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP23). O evento, presidido pelo governo de Fiji, é dedicado a discussões políticas em prol do desenvolvimento sustentável, visando especialmente o combate às mudanças climáticas.
Logo no primeiro dia de evento o primeiro-ministro de Fiji e presidente da COP23, Frank Bainimarama, destacou a importância de seguir e acelerar os rumos fixados no Acordo de Paris. Esse apelo foi feito com base no relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que apontou o ano de 2017 como o mais quente já registrado sem o El Niño.
Foi possível notar essa diferença devido às diversas catástrofes climáticas que aconteceram durante o ano, como os furacões que devastaram os Estados Unidos e o extremo calor e a seca que afetaram a Europa. Outros indicadores importantes — como as crescentes emissões de gases do efeito estufa na atmosfera, a elevação do nível do mar e a acidificação dos oceanos — também continuaram aumentando descontroladamente neste ano.
Alguns lugares do Sul da Europa — tais como Itália, África do Norte, partes do leste e sul da África e a parte asiática da Federação Russa — registraram recordes de temperatura em 2017, e também foi notado que a China estava mais quente do que nos outros anos. De acordo com o documento, a temperatura média do planeta entre janeiro e setembro foi 1,1 graus Celsius acima do período pré-industrial, porém um menor do que em 2016, quando o clima sofreu fortes influências do fenômeno El Niño.
O ano de 2016 ainda será o mais quente registrado, uma vez que o El Niño foi incomumente mais forte nesse período, enquanto 2017 e 2015 disputam o segundo lugar. Outras mudanças climáticas puderam ser percebidas por conta desse aumento nas temperaturas: embora o Brasil tenha registrado um nível de precipitações bem próximo da média entre os meses de janeiro e setembro, na região de Sahel (entre o deserto do Saara e a savana do Sudão) as chuvas foram bastante intensas e ficaram acima da média, desencadeando inundações e milhares de mortes.
Para Patrícia Espinosa, secretária executiva da ONU sobre Mudanças Climáticas, essas descobertas só reforçam os riscos crescentes para a população, para a economia e para a vida na Terra, especialmente se não forem seguidos os objetivos e os acordos firmados em Paris em 2015. Ela ainda ressalta, “Bonn 2017 precisa ser a plataforma de lançamento para o próximo nível de ambição mais elevado por todas as nações e todos os setores da sociedade à medida que procuramos minimizar os riscos para o futuro e maximizar as oportunidades de um caminho de desenvolvimento novo, avançado e sustentável.”.
Agora o principal objetivo é cumprir com o Acordo de Paris e impedir o aumento de mais de 1,5 graus Celsius na temperatura global. Porém, para que isso seja possível é preciso que haja a união de todos os países e a responsabilidade de encontrar soluções sustentáveis para minimizar e/ou anular esse grave problema que está assolando o planeta.
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